# Eustáquio Amaral

Patrocínio É Um Dos Três Maiores Crescimentos Populacionais

28 de Maio de 2018 às 21:55

População. A regional é objeto de boas análises. Um exemplo que merece ser mostrado é o da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Com dados do IBGE. O crescimento populacional, ou não, ao longo dos anos da região Alto Paranaíba e Triângulo Mineiro, desperta curiosidade. O estudo é do Instituto de Economia e Relações Internacionais da UFU.

OS LÍDERES – Uberlândia principalmente, e Uberaba são os municípios, cujo aumento populacional obteve as maiores taxas. No geral, Patrocínio é o 3º lugar, em termos médios. Melhor explicando. A UFU considerou cinco decênios (dez anos). Patrocínio no decênio 1980-1991 teve 2,90 de taxa média geométrica de crescimento anual da população residente. Nesse período, apenas Uberlândia, Canápolis e Nova Ponte foram maiores do que Patrocínio. Já no último decênio 2010-2017, Patrocínio foi superior, outra vez, a Patos de Minas, Ituiutaba, Araguari e Monte Carmelo, mas inferior à taxa de Araxá.

RESUMO DA TAXA DE CRESCIMENTO – Em todos os decênios desde 1970 (há 47 anos), a taxa patrocinense é maior que a taxa do Triângulo, de Minas Gerais e do Brasil (nesse caso, só na década de 70/80, a taxa brasileira foi um pouco superior). No sentido amplo, observando decênio por decênio, a população de Patrocínio cresce mais do que a de todos os municípios do Triângulo e Alto Paranaíba, excetuando Uberlândia e Uberaba.

DANÇA DAS POPULAÇÕES – Em 1970, Patrocínio tinha apenas 36.283 habitantes. Vinte anos depois (1991), quase dobrou: 60.753 habitantes. Já em 2017, segundo o IBGE, a população patrocinense chegou aos 90.000 habitantes (89.983, na verdade). Ou seja, de 1970 a 2017, quase triplicou. Patos de Minas, por exemplo, apenas dobrou: 77.290 hab. em 1970 para 150.893 em 2017. Araguari quase dobrou: 64.190 (1970) X 117.445 (2017). Araxá teve um desempenho populacional um pouco melhor do que Patrocínio. Em 1970, tinha praticamente a mesma população (36.493 hab.), mas em 2017 chegou a 104.283. Estrela do Sul diminuiu. Acredite! Em 1970, havia 8.612 pessoas naquele município, entretanto em 2017 a população na ex-Bagagem caiu para 7.981 habitantes. E assim, observa-se, que cada município do Triângulo, teve a sua variação.

E MAIS DANÇA DOS NÚMEROS... – Uberlândia impressiona. De 126.112 (1970) saltou para 676.613 habitantes (2017). Cinco vezes mais! Uberaba teve o mesmo ritmo de Patrocínio, quase três vezes mais. De 126.600 para 328.272 hab. Em Coromandel, de 1970 para 2017, o aumento foi tímido (20.494 X 28.508 hab.). Lagoa Formosa diminuiu, como também Abadia dos Dourados e Douradoquara. Monte Carmelo dobrou a população (20.710 para 48.248 hab.)

DÉCADA DAS MULTIDÕES – De 1980 para 1991, tornou-se o período de maior crescimento para Araxá e Patrocínio. Foram quase 17.000 pessoas a mais em cada município. Patos de Minas também teve idêntica variação absoluta. Ou seja, nesse decênio, colocou-se a mais quase um município de Coromandel dentro de Patrocínio. Nem Uberaba recebeu tanta gente (só 12.500 pessoas). Apenas Uberlândia “bombou” e superou Patrocínio: 126.000 pessoas a mais naquela década.

NO ESTADO – Nova Serrana é o município mineiro com maior taxa de crescimento anual populacional. Seguido por Vespasiano (2º lugar), Nova Lima (3º), Betim (4º), Pouso Alegre (5º) e Uberlândia (6º). No Triângulo, especificamente, ainda tem Araxá (10º), Uberaba (13º), Patrocínio (24º lugar) e Patos de Minas (27º). Essas taxas referem-se apenas ao começo desse século. Portanto, Patrocínio é um dos quatro municípios de maior taxa anual de crescimento populacional, se considerado o período de 1970-2017. Perde para Uberlândia, empata com Araxá e Uberaba, e supera todos os demais municípios do Triângulo e Alto Paranaíba.

ISSO TAMBÉM É INTERESSANTE – Dentre os sete maiores municípios da região, Patrocínio é o que, percentualmente, tem mais gente na roça. Ao contrário, Araxá é o que tem menos, pois lá 98,5% reside no meio urbano. Patos de Minas tem 92% na cidade e Patrocínio 88,2% no meio urbano e 11,8% na zona rural.

E MAIS... – Quanto à exportação de café, Patrocínio é o líder com 48,8 milhões de dólares – FOB (dez/2016). Seguem Araguari (26,8 milhões de dólares – FOB), Carmo do Paranaíba (13,93 milhões de dólares – FOB) e Monte Carmelo (6, 53 milhões de dólares – FOB). Conclusão: Patrocínio exporta mais café do que esses três grandes municípios juntos.

ISSO PREOCUPA – Enquanto Patrocínio é um dos municípios que lideram o crescimento da população, Patrocínio também é um dos municípios de menor crescimento das Receitas Orçamentárias (receitas da Prefeitura Municipal). Segundo a UFU, no período 2000 a 2015, Patrocínio teve a menor taxa de crescimento da receita dentre as grandes cidades do Triângulo. Ou seja, a receita municipal de Patrocínio cresceu 5,88%. Já Patos 6,21%, Araxá 8,11%, Araguari 6,36%, Uberaba 6,66% e Uberlândia 5,91%. Um dos significados desse confronto receita orçamentária x população é a redução per capita (por pessoa) do poder da Prefeitura para atendimento aos seus cidadãos. Sem politicagem, é preciso analisar o fato. Pois, o futuro nos espera.

PLAUSÍVEIS CONCLUSÕES – A partir de 1970, a revolução do cerrado, quando surgiu a produção agrícola de expressão nacional, como café e soja, provocou a imigração intensa para a região. Com isso, alguns segmentos das cidades, inclusive Patrocínio foram fragilizados, tais como a segurança e saúde. Houve investimentos, porém aquém do necessário. Mesmo assim, sob o aspecto global, o progresso veio. Contudo, essa análise é tema para ser tratado em outra oportunidade. Por fim, é bom frisar que só crescimento da população não é desenvolvimento. Nunca foi. Nem será. Os incautos bairristas necessitam rever seus conceitos sobre isso.

Primeira Coluna publicada na Gazeta, edição de 12/5/2018.

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