# Eustáquio Amaral

PATROCÍNIO ESTÁ ENTRE OS RICOS, PORÉM COM RESSALVA

26 de Fevereiro de 2023 às 16:57

 

                                                                                                                       

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Riqueza. É interessante sabê-la quando é mostrada utilizando-se da geografia: município, estado e país. A distribuição da riqueza apresenta os pontos fortes e fracos de um lugar. Dessa vez, coube à competentíssima Fundação Getúlio Vargas (FGV) demonstrar os ricos e os pobres do Brasil. Para tanto, ela analisou dados das declarações do Imposto de Renda Pessoa Física (DIRF da Receita Federal) como base. Usou também informações do IBGE. É bom ter atenção para não confundir esse indicador (Imposto de Renda) com outros, tais como o PIB per capita e o IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal).

 

PATROCÍNIO CIDADE RICA – A análise do Patrimônio Líquido Médio da População demonstra que o Município é o 32º lugar de Minas, com quase R$ 43 mil (exatamente R$ 42.553,00). Mas o que isso significa? Pelo Imposto de Renda, o patrimônio líquido de uma pessoa são os bens que ela possui menos as dívidas, em um ano. Ou seja, os ativos menos os passivos de uma pessoa. Como o indicador é considerado, em termos médios, cada patrocinense tem R$ 43 mil de patrimônio líquido. Na realidade, não é bem assim. Pois, tem pessoas com enorme patrimônio líquido, e, pessoas com até patrimônio negativo (deve mais do que tem). Por isso, adota-se o termo “média” ou “médio”.

 

SHOW DE PATOS DE MINAS – Pelo Patrimônio Líquido, Patos é mais rica do que Patrocínio. Lá, o patense, em média (sempre é bom repetir isso), tem o patrimônio líquido de R$ 78 mil. Quase o dobro do patrocinense médio. É o 8º lugar em MG e o 109º no Brasil.

 

PATROCÍNIO REGULAR – Mudando de indicador, considerando agora a Renda Média da População, Patrocínio é o 34º lugar em MG, com R$ 1.230,00. E Patos de Minas é o 12º lugar, com R$ 1.571,00. Nesse quesito, a campeã mineira e brasileira, Nova Lima, tem renda média de quase R$ 9 mil (R$ 8.897,00).

 

PATROCÍNIO DECLARA MENOS... – Os declarantes do Imposto de Renda em Patrocínio correspondem a quase 15% da população. Em outras palavras, próximo de 14 mil declarações. Pouco, se comparar com Patos de Minas (18% da população) e com a cidade nº 1, Nova Lima (33% da população). Isso para não citar Araxá (20%), Araguari (17%), Monte Carmelo (13%) e Perdizes (empatada com Patrocínio). Nesse quesito (declaração), a cidade se posiciona em 69º lugar em MG. Posição fraca.

 

TEM POBREZA NO PEDAÇO – Mesmo sendo classificado como rico, o Município apresenta desigualdade de renda. Essa desigualdade também se acentua fortemente no Norte de Minas, Jequitinhonha e Mucuri. Em até cidades grandes como Pirapora, Teófilo Otoni e Montes Claros. Se juntar no raciocínio que quase 80 mil cidadãos patrocinenses (tem menor de idade, dependente e desempregado nesse número) não declaram imposto de renda, que o patrimônio líquido médio dos declarantes de Patrocínio é apenas regular (o de Patos de Minas é o dobro), e, que a renda média dos Declarantes (não confundir com renda média da população) encontra-se no mesmo patamar do patrimônio líquido, chega-se a um veredito. É visível que Patrocínio necessita de evolução quanto aos declarantes. O número de declarantes está abaixo de seu progresso.

 

BRASÍLIA É EM OUTRO PLANETA – A renda média no Distrito Federal é de R$ 3.148,00 (14º lugar no Brasil). Dentre as capitais, as maiores são de Florianópolis e Porto Alegre. Nova Lima, o 1º lugar geral, tem quase R$ 9.000,00 em média de renda por pessoa. Aliás, a riqueza dessa cidade da Grande BH é devido, sobretudo, aos bairros Jardim Canadá, Vila da Serra e condomínios de alto luxo, nessa região do famoso BH Shopping, na capital mineira. Tem alguns patrocinenses que residem por lá. Porém, a desigualdade maior é quando a FGV mostra que a renda média no Lago Sul de Brasília é de R$ 23.241,00. Isto é, três vezes maior do que a renda no município mais rico do País (Nova Lima). Assim, a capital dos servidores públicos “estoura a boca do balão”. Brasília, retirando a periferia, é habitada por gente do setor público. Gente de elevadíssimos ganhos.

 

PORQUÊ PTC É RICA – Patrocínio está situada no “Mapa da Riqueza da FGV Social”, na maior faixa de renda média da população. Isso baseado nas declarações do DIRF de 2021, ano-calendário 2020.

 

ALGUMAS VITÓRIAS PATROCINENSES – A Renda Média da População de Patrocínio (R$ 1.230,00) é maior do que as de Minas (R$ 1.153,00), Goiás (R$ 1.092,00), Espírito Santo (R$ 1.134,00) e todo o Norte e Nordeste.

 

POR FIM – A região é rica. Patrocínio é rica. Todavia, persistem “bolsões” da pobreza (pobre é aquele que ganha menos de R$ 497,00 mensais, segundo a FGV). Suavizar a desigualdade é preciso.

 

 

 

                                                                        PALAVRA   FINAL

SAUDADE – Sábado, dia 18, faleceu José Eustáquio Santos, aos 74 anos. Além de músico em bandas patrocinenses (anos 60/70), que encantaram aquela geração, era seguramente, o fã nº 1 do lendário Renato e seus Blue Caps (a versão dos Beatles no Brasil). Zé Eustáquio foi exemplar quanto à probidade e fineza. Sem volúpia pelo modismo, o seu paraíso, a sua praia, chamava-se Patrocínio (era também sobrinho deste autor).

 

 

([email protected])   ***   Primeira Coluna também publicada pela Gazeta de Patrocínio, edição de 25/02/2023.