Pormenores. Fatos atuais ou do passado, às vezes tornam-se minuciosidades de uma bela cidade. São considerados detalhes, ou seja pormenores. Todavia, vale a pena conhecê-los. Ou até discuti-los O Município possui inúmeros. Entre os quais, o destaque dos cafés especiais patrocinenses, objeto de matéria jornalística, de uma página inteira, no maior jornal do País, Folha de São Paulo, edição de 6 de janeiro de 2020. Como também, uma qualidade a mais do “JK” rangeliano, até então desconhecida. E uma passagem do Ipiranga, antecessor do CAP. Esse, paixão de Patrocínio nos anos 40 até 1953.
BOM CAFÉ TEM MERCADO – Segundo a FSP, que esteve no Município, os cafeicultores do Cerrado estão expandindo o cultivo de grãos especiais e “apostando em um certificado de origem para valorizar sua produção e conquistar novos consumidores.”
O QUE É CAFÉ ESPECIAL? – De modo geral, é o café livre de impurezas e dentro de parâmetros de aroma e sabor (acidez equilibrada), conforme estabelece a Associação Brasileira de Cafés Especiais. Essa entidade calcula aumento de 15% no consumo em 2018/2019 no Brasil. A denominação de origem “Região do Cerrado Mineiro”, desde 2013, título regulamentado pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial – INPI, consolidou o quê é café especial. Que ocupa parte da lavoura na região, devido o rigor exigido.
VALORES EXCEPCIONAIS – A Folha informa que o agricultor recebe, em média, R$480,00 pela saca de 60 quilos, no que se refere ao café comum. Contudo, se é café especial, o valor pode chegar a R$ 1.500,00.
FANTÁSTICO – No contexto de evolução tecnológica do café, a fermentação do café faz enorme sucesso comercial, sobretudo baristas/cafeteria. Nela, os grãos são colocados em tanques para fermentar, cujo processo envolve diferentes variáveis. O resultado é uma bebida frutada. Para se ter ideia da pujança, o produtor patrocinense Gabriel Nunes participou, em 2017, de um concurso com cafés brasileiros, seguido de um leilão da Cup of Excellence. Gabriel faturou R$ 55.000,00 por saca, relata a FSP.
FUTURO BREVE – Para os produtores, o mercado de cafés especiais é a alternativa para rentabilizar (dar lucro final) toda a produção. Isso é válido para pequenos e grandes produtores.
OPINIÃO – “Na segunda-feira estive rapidamente na (nossa) terrinha e, em conversas, fiquei impressionado com o gigantismo do agronegócio de Patrocínio. É realmente de ficar estupefato com o desconhecimento da imensa maioria da população local sobre o assunto, mesmo que possa empiricamente perceber.” Tarcísio Caixeta, há duas semanas. Ele é patrocinense, engenheiro, ex-vereador em Belo Horizonte, ex-secretário na Prefeitura de BH e exerce grande liderança política na capital.
AMIR AMARAL – Prefeito de Patrocínio em três mandatos (1945/1947, 1951/1955, 1955/1958) e vice-prefeito em 1963/1966. O prefeito que mais inovou na cidade. Ele “pagava” para ser prefeito (custeava suas viagens, usava seu carro particular e, praticamente, pouco recebia de remuneração, se recebia). Mãos limpas. Austero. Determinado. Médico carismático. Cirurgião e atendimento em consultório. Plena liderança. Até aqui, tudo isso é conhecido. Mas, o que o seu filho, José Eduardo Amaral, patrocinense, residente no Distrito Federal, publicou no Facebook, semana passada, ninguém sabia. O seu querido pai, Amir Amaral, formou-se em 1º lugar pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro (hoje, Universidade Federal), em 1936. Lá se tornaram médicos, notáveis homens como Bezerra de Menezes, Almeida Prado, Carlos Chagas, Ivo Pitanguy, Oswaldo Cruz e Vital Brazil.
POR ISSO – Além de ser o maior prefeito na história rangeliana, Amir foi o mais brilhante aluno no curso de medicina na, então, melhor escola do Brasil. Ano de 1936.
FUTEBOL INESQUECÍVEL – 1953. A coqueluche da cidade, à época, Ipiranga, derrotou o campeão invicto do Triângulo (1952), Araguary Atlético Clube, por 3 a 1, no Estádio Quinca Borges (próximo à Igreja São Francisco). Os três gols foram marcados pelo menino de ouro do futebol patrocinense: Rondes. Expressão essa de Sebastião Elói em sua Gazeta de Patrocínio. Parafuso marcou para os araguarinos.Destacaram-se no Ipiranga, além de Rondes, Blair, Pedrinho (jogou no Atlético Mineiro), Peroba e Taparelli. No Araguari, o patrocinense Camilo e Zé Macaco, que depois atuou no Fluminense/RJ e Porto de Portugal.
Primeira Coluna publicada na Gazeta, edição de 25/1/2020.