Desenvolvimento. O PIB é um dos melhores instrumentos para mostrá-lo. Assim, o PIB é um excelente indicador do progresso e da economia de uma região, país ou município. Patrocínio ocupa o 34º lugar em Minas quanto ao PIB. É satisfatório. Todavia, nele se observa cristalinas amostras, de onde Patrocínio está bem, ou não, em suas atividades econômicas. Mais uma vez, o IBGE demonstra isso. Principalmente, na última série revisada do PIB. A Fundação João Pinheiro–FJP também elaborou a sua análise.
O PIB PATROCINENSE – Na última publicação, base ano de 2018, Patrocínio produziu de bens e serviços R$ 2,6 bilhões. Ou seja, produziu em bens e serviços finais, em 2018, R$ 2.579.331.360,00. Uma fábula. Mas, superado por diversos municípios vizinhos. Como são os casos dos PIBs de Uberlândia (R$ 29 bilhões), Araxá (R$ 5,3 bilhões), Araguari (R$ 4,2 bilhões), Patos de Minas (R$ 4,1 bilhões) e Paracatu (R$ 4 bilhões).
NOS ÚLTIMOS OITO ANOS... – Patrocínio tinha em 2010 um PIB próximo ao de Patos, embora menor. Idem, com o de Araxá. Ano a ano, a distância entre os três municípios foi aumentando. O PIB das três cidades cresceu muito. Porém, o crescimento de Araxá e Patos de Minas foi bem maior.
COMPOSIÇÃO DO PIB – A atividade econômica, que constitue o PIB de um lugar, é referente a quatro áreas. A agropecuária, indústria, serviços e o setor público (Administração, Defesa, Educação e Saúde públicas, e, Seguridade Social). Daí, o PIB – Produto Interno Bruto é tudo o que é produzido, em um período, nessas áreas/setores, em uma região ou município.
ONDE PATROCÍNIO É SHOW – De 2010 para a atualidade, o valor adicionado patrocinense da agropecuária superou Patos tranquilamente e Araxá em demasia. O grande ano da agropecuária de Patrocínio foi 2016. Agora, encontra-se em um patamar que coloca o Município em 7º lugar em Minas. À frente, na agropecuária, tratando-se de atividade econômica, estão Unaí (R$ 700 milhões), Uberaba (R$ 600 milhões), Paracatu (R$ 521 milhões), Uberlândia (R$ 474 milhões), Estrela do Sul (R$ 447 milhões), e Coromandel (R$ 375 milhões). E Patrocínio teve um PIB agropecuário de R$ 374 milhões.
SERVIÇOS: PATROCÍNIO REGULAR – Nessa categoria estão médicos, advogados, domésticos, construção civil, bancários e toda prestação de serviços profissionais. Patrocínio se posicionou em 29º lugar no Estado, com R$ 1,4 bilhão de serviços produzidos. Patos de Minas e Araxá, um pouco à frente.
SERVIÇOS PÚBLICOS: PATROCÍNIO NORMAL – Nesse grupo, onde se destacam Educação, Saúde e Administração Pública, a cidade alcançou o 37º lugar em Minas. O que é compatível com a população, que é a 39ª do Estado.
A TRISTEZA DE PATROCÍNIO: INDÚSTRIA – Na formação do PIB patrocinense, o grupo Indústria produziu R$ 409 milhões, em 2018. Parece muito, mas não o é. Pois, Uberlândia, no mesmo período, ofereceu R$ 9,1 bilhões. Araxá, R$ 2,3 bilhões, ou seja, mais de seis vezes o valor de Patrocínio. Patos de Minas, que já está numa “zona” desconfortável, produziu quase o dobro de Patrocínio: R$ 702 milhões. Para não dizer, Araguari (R$ 1,8 bilhão), Ituiutaba (R$ 443 milhões) e Nova Ponte (R$ 569 milhões).
PATROCÍNIO ESTÁVEL – Na industrialização, Patrocínio ultrapassou Nova Ponte em 2017. Contudo, no ano seguinte, Nova Ponte voltou à frente. De 2010 para 2018, Patos de Minas sempre crescendo moderadamente. Patrocínio melhorou um pouquinho em 2017 e 2018. Todavia, encontra-se longe do ideal. Em poucas palavras, Patrocínio precisa de indústrias. Preferencialmente, não poluentes. Patrocínio precisa agregar valor ao que produz bem. Café e leite são exemplos.
OUTRO FATOR NEGATIVO – O PIB per capita (o PIB por pessoa) patrocinense é igual a R$ 32 mil por ano. Explicando melhor, significa que em média (PIB de 2018 dividido pela população de Patrocínio em 2018), um patrocinense ganha R$ 32 mil por ano ou R$ 2.660,00 por mês. Porém, isso é surreal. Pois, há desempregados, há crianças, há gente ganhando muito mais, etc. Por esse motivo, simples conclusão, a renda é concentrada, como em qualquer lugar do Brasil.
NÚMERO DO PIB PER CAPITA – Patrocínio se encontra em 103º lugar em Minas. Nesse quesito, Patos de Minas está atrás (108º lugar), bem como Monte Carmelo. De outro lado, Nova Ponte e Estrela do Sul têm o PIB per capita em dobro do que o de Patrocínio. Já Araxá, Araguari e Uberlândia têm os seus PIBs em nível bastante superior. Então, parece, que há maior desemprego ou subemprego em Patrocínio, Patos de Minas e Monte Carmelo.
VERSÃO DA FJP – Na região Geográfica de Patos de Minas, os maiores PIB’s são de Patos de Minas, devido ao cultivo da soja e da fabricação de produtos químicos; de Paracatu, devido a soja, cana-de-açúcar e indústrias extrativas; e de Patrocínio, devido ao cultivo do algodão e a indústria extrativa. Quanto ao PIB per capita, nessa região, Patrocínio ganha de Patos de Minas e João Pinheiro, entretanto perde para onze municípios, entre os quais Guarda-Mor, Paracatu, Unaí, Coromandel, Serra do Salitre e Rio Paranaíba. E, dentre os 34 municípios que compõem essa região geográfica do IBGE, Patos de Minas foi a cidade que mais ganhou participação no conjunto de atividades econômicas em Minas, na publicação da FJP no final de dezembro/2020.
DÚVIDAS NO AR – O café não foi destacado no PIB. Seria pela falta de agregação de valor no Município? Patrocínio ainda produz algodão? Em 2007, o algodão patrocinense tinha boa colocação no Estado. O IBGE é excelente fonte de dados e estatísticas, mas situar a Região Imediata de Patrocínio (Coromandel, Patrocínio, Guimarânia, Cruzeiro da Fortaleza e Serra do Salitre) à Região Geográfica Intermediária de Patos de Minas dá para coçar a cabeça. Não seria à Região Geográfica Intermediária de Uberlândia? A prática diz isso.
Primeira Coluna também publicada na Gazeta, edição de 23/1/2021.