Aniversário. De uma pessoa, de um clube de futebol, de uma instituição ou de uma cidade, precisa ser comemorado. Precisa de ato solene, pelo menos. Nesse contexto é bom falar sobre a nossa querida terra, Patrocínio. Como cidade, ela completará 143 anos de existência, dia 12 de janeiro, quinta–feira. Antes disso, era somente uma simples vila (arraial) dentro do Município, cuja emancipação ocorreu em 7/4/1842.
O QUE FAZER – O Dia da Cidade poderia ter uma agenda singela para festejá–lo civicamente. Ou seja, praticar a cidadania. Uma alvorada com a Banda de Música Abel Ferreira desfilando pelas ruas centrais e encantando a população, acompanhada de alguns foguetes, poderia ser boa opção. Hasteamento das bandeiras do Brasil, de Minas Gerais e de Patrocínio, no paço municipal, seria outra opção cidadã. Quem sabe um culto ecumênico e competições esportivas em pontuais horários. Sem decretar feriado e com pífios gastos.
DE NOVO – É necessário declararmos muito amor a Patrocínio, que nos deu a vida e/ou nos acolhe. Passar dia 12 de janeiro em branco é falta de cultura. No mínimo. Assim, expressava o mito Sebastião Elói, e este amador escriba, há muitos anos (até hoje).
REVIVER É COMEMORAR – Um pouco da história patrocinense, quando do surgimento de Patrocínio em sua plenitude de cidade, torna–se obrigação contá–la, nessa época do ano, quando as palavras predominantes são férias, verão, chuvas e viagens.
ANTECEDENTES – A cidade foi instalada 32 anos após a emancipação municipal, em 7 de abril de 1842. E 206 anos depois do primeiro homem civilizado pisar o chão da Santa Terrinha, que foi o bandeirante Lourenço Castanho Taques, a caminho da então futura Paracatu, em 1668.
MUNICÍPIO – Ao emancipar–se de Araxá, pela Lei Provincial nº 171 de 23 de março de 1840, foram criados o Município e a Vila de N. S. do Patrocínio. Na época, havia 357 casas. O primeiro presidente da Câmara Municipal e agente executivo (prefeito), capitão Francisco Martins Mundim, passou a comandar Patrocínio. Segundo alguns historiadores, a prefeitura e a residência do mandatário localizavam–se no casarão da Praça da Matriz, atual Casa da Cultura (que Deus o conserve!).
CONTURBAÇÃO (I) – De 1842 a 1874, diversas ocorrências, sobretudo de intranquilidade, tornaram–se históricas. Em 1852, no distrito patrocinense de Bagagem (hoje, Estrela do Sul) foi encontrado o maior diamante do Brasil naquele tempo e um dos maiores até agora. Por causa do tráfego de pedras preciosas, havia muitos bandidos nas estradas da região. Entretanto, corajosos voluntários de Patrocínio venceram (eliminaram) o principal bando, em 1853. Pouco depois, em 1858, Estrela do Sul emancipou–se de Patrocínio, levando as terras das futuras Araguari e Monte Carmelo consigo.
CONTURBAÇÃO (II) – Pela Lei 1.291 de 30 de outubro de 1866, surgiu o município de Patos, que foi desmembrado de Patrocínio. A família Maciel teve decisiva participação na emancipação. Antes, porém, aconteceram diversas sedições (movimentos bélicos) chamadas também de “fogos”. Há versões históricas de que a Vila de N. S. do Patrocínio foi invadida pelos patenses em busca de liberdade. De certo teve o “Fogo do Mundim” em 1855. Em 1868, houve trinta horas de ferrenho combate. Quando 60 patrocinenses resistiram heroicamente a invasão de 140 pessoas armadas, comandadas por dois juízes patenses. O Largo do Rosário foi o palco principal (Praça Honorato Borges) da batalha.
FINALMENTE – Em 13 de novembro de 1873, a Lei Provincial (Província de Minas Gerais) nº 1.995 criou a cidade de Patrocínio. Oficialmente instalada em 12 de janeiro de 1874.
LIDERANÇAS – Padre Modesto Marques Ferreira era o vigário da Paróquia N. S. do Patrocínio. Bernardo Bueno da Silva, político patrocinense de maior prestígio na capital Minas, Ouro Preto, tornava–se o primeiro agente executivo da nova cidade, além de vereador (agente executivo era o nome de prefeito da época). E Antônio Oliveira Pinto Dias era o juiz municipal.
POR FIM – Parabéns, querida cidade de Patrocínio. Salve! 12 de janeiro é dia especial para quem te ama.
Primeira Coluna publicada na Gazeta, edição de 7/1/2017.