História. Como já foi dito, sempre é bom conhecê-la. Principalmente, da terra natal. De 13 a 17 de novembro de 1991, aconteceu grandiosa festa na Escola Dom Lustosa, emblemático Ginásio Dom Lustosa dos padres holandeses. A coordenação da semana solene coube ao seu, então, diretor Amir Nunes. Na ocasião, este amador escriba, aluno do Dom Lustosa nos anos dourados, mostrou como nasceu o educandário. Os seus primeiros passos.
A primeira pedra ideal para a construção do Ginásio Dom Lustosa, hoje Escola Estadual, foi encontrada em Paris, no dia 2 de fevereiro de 1801.
Exatamente, quando Pedro Coudrin fundava a Congregação dos Sagrados Corações de Jesus e Maria, numa época de perseguição empreendida aos cristãos pelos vitoriosos da Revolução Francesa.
Duas razões contribuíram decisivamente para o surgimento do D. Lustosa. A primeira, a necessidade da cidade e região ter o seu educandário pós-primário. A segunda, a preocupação religiosa daqueles dias. Havia um temor no meio católico pelo aparecimento e presença dos protestantes (presbiterianos).
Dom Lustosa, esse sacerdote valoroso, visitando nossa cidade, compreendeu a gravidade da situação que ameaçava o município, segundo os católicos.
Em setembro de 1925, Dom Almeida Lustosa, bispo de Uberaba, em visita pastoral à Paróquia de Patrocínio, organizou uma Comissão, visando arranjar o prédio para o futuro estabelecimento de ensino e comprometeu-se a conseguir uma Congregação religiosa para dirigi-lo.
Em setembro de 1926, a realização de um Congresso Católico, o legendário Pe. Eustáquio Van Lieshout, em nome da Congregação dos Sagrados Corações, aceitou o convite e assinou o contrato de doação de um prédio para o Ginásio, adquirido do Cel. Marciano Pires, situado na Rua Afonso Pena.
A Comissão responsável pela solução do prédio era composta pelos senhores: João Cândido de Aguiar, Tobias Machado, Elmiro Alves, Nelson Queiroz, José Pedro de Paiva e Joaquim Cardoso Naves.
No dia 17 de dezembro de 1926, chegaram para a instalação da escola, os padres Gil Van Boogaart e Matias Van Rooij.
No dia 20 de janeiro de 1927, foi aberta a matrícula e o entusiasmo imperava na cidade. Havia fé na Escola e esperança de gloriosos dias.
No dia 15 de fevereiro de 1927, acendeu-se a luz mais forte da terra dos patrocinenses. Estava inaugurado o Ginásio Dom Lustosa. Com 57 alunos matriculados (todos externos), sob a direção de Padre Matias. Naquele primeiro ano, funcionaram o 1º ano ginasial e o curso primário, e no segundo semestre já contava com 70 alunos.
O nome Dom Lustosa foi uma justa homenagem ao bispo de Uberaba, Dom Antônio de Almeida Lustosa, o idealizador. Na época, Patrocínio pertencia a Diocese de Uberaba.
Em 1928, no dia 20 de janeiro (Dia de São Sebastião), era inaugurada a Capela da Escola. No dia 1º de fevereiro, começava o segundo ano letivo, com 98 alunos, sendo 18 internos, 2 semi-internos e 78 externos. Estava instalado o internato, que existiu até o final da década de 50 (1959).
No dia 15 de março de 1928, a Diretoria do Dom Lustosa, alarmada com o incremento que ia tendo na cidade a propaganda protestante, fundou um Colégio para as meninas – o Colégio Normal N. S. Patrocínio.
No dia 26 de abril de 1928, o Comandante da 4ª Região Militar incorporava o Ginásio ao Tiro de Guerra, como Escola de Instrução Militar nº 285. Em 7 de setembro, era instalada a Escola Remington, junto ao Ginásio. E daí, saíram os primeiros datilógrafos com técnica.
No ano de 1929, também foi relevante na história escolar de Patrocínio e Região. No dia 6 de janeiro inaugurou-se o colégio das meninas. Padre Matias era o Diretor do Dom Lustosa e Padre Joaquim Thiago, vigário da Paróquia, lideraram a criação dessa Escola e entregaram a sua direção às irmãs do Imaculado Coração de Maria, sendo Irmã Maria Gislene a sua primeira diretora. Naquele ano, o Dom Lustosa contava com 136 alunos matriculados, havendo 47 internos (de outras cidades), 2 semi-internos e 87 externos.
Em 24 de julho, Padre Damião comprava para a Escola o primeiro automóvel, marca Ford, um dos raros de Patrocínio, naquele ano.
No dia 2 de agosto de 1929, o Ginásio se filiava à Escola de Comércio de Santa Rita de Sapucaí (Sul de Minas), passando a oferecer o Curso Comercial.
Nesse ano, nos dias 3 e 4 de dezembro, eram realizados os Exames de Admissão ao Curso Ginasial, que funcionava como pré-vestibular, até a década de 60. E, no dia 5, eram realizadas as provas da Escola de Guerra (Tiro de Guerra), sendo aprovados 41 alunos e totalizando 70 reservistas patrocinenses até então.
Em 1930, emergia o arrojo patrocinense, e com o desejo de grandes conquistas, o Ginásio Dom Lustosa queria se equiparar ao Colégio Pedro II, do Rio de Janeiro, a melhor escola do Brasil, na época. Com esse intuito, em 23 de janeiro, seguia para a capital federal (Rio de Janeiro) o professor Alceu Amorim.
Primeira Coluna publicada na Gazeta, edição de 17/11/2018.