Sustentável. É assim que o desenvolvimento tem que sê-lo. Seja em um país, ou estado ou qualquer município. Nas três últimas edições, o de Patrocínio foi analisado. Tudo em acordo com o Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades (IDSC), metodologia ONU, sob a responsabilidade do Instituto Cidades Sustentáveis. O objetivo é demonstrar que o resultado de Patrocínio exige alguns ajustes, porém sem preocupação excessiva, pois há cidades próximas, do mesmo porte, em situação pior. Assim, a proposta é comparar Patrocínio com uma cidade vizinha em melhores condições e com três na sua rabeira. Patos de Minas, Monte Carmelo, Araguari e Araxá são as escolhidas como parâmetro (padrão) da análise.
SÍNTESE DE PATROCÍNIO – O IDSC mostra o Município em 12º lugar na região formada pelo Triângulo e Alto Paranaíba. Em Minas, está atrás de 83 cidades e no Brasil no distante 705º lugar no ranking nacional. Isso é o que mostram os 17 ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) e seus mais de 130 indicadores socioeconômicos. Três ODS muito bons, seis mais ou menos e oito ruins. Dentro de cada ODS, tem pontuação de 0 (zero) a 100 (não é percentual). Patrocínio registra 54,8 pontos. Os dados são de fontes oficiais.
CAPITAL DO MILHO NA 2ª DIVISÃO – A grande Patos de Minas alcança 50,1 pontos no IDSC. Isso lhe posiciona apenas no 1664º lugar no Brasil. Na região tem mais 30 cidades à sua frente e em Minas situa-se por volta da classificação 200º lugar. Mas, o que leva Patos a ter um desenvolvimento sem sê-lo sustentável. O IDSC apresenta para Patos dois ODS muito bons, cinco mais ou menos (Patrocínio teve 6) e dez ruins (Patrocínio teve 8). Uma das diferenças é o esgoto tratado. O de Patrocínio é 100. O patense é 10 pontos. O ODS “Erradicação da Pobreza” (Bolsa Família, linha da pobreza, etc.) de Patrocínio tem maior pontuação positiva, por exemplo. Por isso, Patos de Minas tem maior número de grandes desafios a serem enfrentados do que Patrocínio, em busca do desenvolvimento sustentável.
CAPITAL DA TELHA NA 3ª DIVISÃO – A fraternal Monte Carmelo, dentre os 17 ODS do IDSC, tem apenas um muito bom, mas há sete mais ou menos e oito ruins. A pontuação carmelitana é 48,8 (dentre 100). Enquanto na questão do ODS “Energia” empata com Patrocínio (ambos são bons), leva goleada nos dois ODS sobre a água limpa, saneamento e esgoto tratado. E perde também para Patrocínio no ODS a respeito de indústria, inovação e infraestrutura. Dessa maneira, Monte Carmelo atinge apenas 2050º lugar no ranking nacional. Em Minas, tem cerca de 300 cidades à sua frente e no Triângulo/Alto Paranaíba quase 40 cidades.
ARAGUARI MELHOR, MAS... – A bela cidade tem o IDSC em situação mais confortável do que Patos de Minas e Monte Carmelo. Todavia, também se encontra atrás de Patrocínio. Alcança 51,8 pontos, situando em 1246º lugar no Brasil. No Triângulo, existem cerca de 20 cidades mais sustentáveis, e, no Estado aproximadamente 140 cidades. Por isso, tem dois ODS muito bons (idênticos aos de Patrocínio, que tem um a mais), sete mais ou menos e oito ruins. É outra grande cidade que é superada por Patrocínio no quesito “Esgoto Tratado”.
TERRA DA BEJA DEIXA PTC NA POEIRA... – Araxá simplesmente é o 2º lugar do Triângulo/Alto Paranaíba (Patrocínio é o 12º) e o 117º lugar do Brasil (Patrocínio é o 705º). O município araxaense totaliza 59,9 pontos dos 100 possíveis. Para não dizer também que em Minas é a 13ª melhor cidade com desenvolvimento sustentável. Quanto aos ODS melhores empata com Patrocínio, com três (os mesmo de PTC). No que se refere aos ODS regulares (“mais ou menos”), Araxá tem sete (PTC tem seis) e sete ruins (Patrocínio tem oito). A maior diferença entre Araxá e Patrocínio está no ODS “Consumo e Produção Responsáveis”. Por exemplo, segundo o SNIS, Araxá ganha 87 de pontos no indicador “População Atendida com Coleta Seletiva”. Patrocínio obtém 30,9 pontos. O mínimo é 70 pontos. O PIB per capita de Araxá é maior. Ou seja, cada araxaense produz, em média, R$ 58.775,00 por ano. O patrocinense, em média, é responsável por R$ 31.937,00. Em outras palavras, cada araxaense produz, em média, quase o dobro do que cada patrocinense produz. Ou seja, números, R$ 27 mil a mais por ano, em média, por habitante.
E A AMIGA VIZINHANÇA, COMO ESTÁ? – Guimarânia se encontra na 3ª Divisão (3273º lugar no Brasil). Serra do Salitre, um pouco pior (3.337º lugar), Cruzeiro da Fortaleza surpreendentemente à beira da 2ª Divisão (2363º). Coromandel, capital do Diamante, atrás de Cruzeiro (2711º lugar). Ibiá um pouco mais à frente (1748º lugar). E Iraí de Minas (1884º).
PORÉM... E OS VIZINHOS COM BOA NOTA? – Além do município campeão Uberlândia (103º lugar no Brasil) e do vice Araxá (117º), há a surpresa chamada de Pedrinópolis (360º lugar no Brasil). Também podem ser mencionados Nova Ponte (516º lugar), Uberaba (543º lugar), Lagoa Formosa (635º) e Paracatu (695º lugar). Todos à frente de Patrocínio (705º lugar), de Patos de Minas (1664º lugar) e de Carmo do Paranaíba (2770º).
CONCLUSÃO – Como se observa o IDSC e sua engrenagem estatística, o desempenho patrocinense necessita melhorar para se chegar em um salutar desenvolvimento sustentável. Porém, não é caso de desespero. Pois, dentre as grandes cidades do Triângulo/Alto Paranaíba/ Noroeste, apenas Uberlândia, Uberaba e Araxá estão à frente. Paracatu está empatada, praticamente. Enfim, que precisa de atenção das lideranças, precisa mesmo... E muito! A meta é desenvolvimento em todos os aspectos. Isso é bem possível.
([email protected]) *** Primeira Coluna publicada também na Gazeta de Patrocínio, edição de 06/08/2022.