# Eustáquio Amaral

Pronto Socorro, o maior erro político de Patrocínio

21 de Setembro de 2016 às 22:43

Eleição. Dela tudo se pode esperar. Na campanha eleitoral as grandes reivindicações da população, as grandes necessidades da cidade, se tornam ferramentas eleitorais. Às vezes, são ditas verdades. Às vezes, são ditas mentiras. Tudo em busca da vitória a qualquer custo. O novo Pronto Socorro esteve bem próximo da realidade. Mas, devido a um mau posicionamento político do prefeito e da administração municipal, há dois anos, proporcionou a não execução do projeto. Como o assunto é pauta para discurso de candidatos, visando apenas votos no dia 2 de outubro, surgem inverdades. O resumo da verdade dos fatos é o que segue. O resto é lenda ou falsidade.

OS ANTECEDENTES – A história se iniciou na grande demanda municipal: resolver a precariedade do Pronto Socorro. Conhecedor do assunto, aparece um tal superintendente na Secretaria Estadual de Saúde, por volta de 2012, interessado em colaborar com a questão. Suas qualidades: patrocinense nato e sem nenhuma vaidade ou pretensão política. Assim, começou a sua grande articulação, entre as autoridades municipais e estaduais.

PRIMEIROS PASSOS – A administração municipal e o prefeito aproximaram do secretário estadual de Saúde e de sua equipe. De um convênio de R$ 8 milhões (seria insuficiente), com a intervenção do tal superintendente rangeliano, o convênio versão final, assinado em 24 de dezembro de 2013, foi de R$ 14 milhões. Ou seja, houve um aumento de R$ 6 milhões.

MAS... – Caminhava muito bem o convênio no início de 2014. Aí aconteceu o imponderável. O que não poderia ter acontecido. O prefeito e a administração municipal abandonaram o governo estadual, que tinha liberado milhões e mais milhões para a saúde de Patrocínio. Apoiaram politicamente os adversários daquele governo benevolente com o Município. Isso é democrático. É natural. Porém, foi e é um ato de total ingratidão. E numa hora errada. Imperdoável. Traição, mesmo!

CONSEQUÊNCIA... – Naturalmente o Governo Estadual da época mitigou (diminuiu) as intensas relações com a então Patrocínio adversária. Isso ocorreu depois que membros do Governo de Minas já havia agendado R$ 5 milhões para serem liberados, referentes ao convênio de R$ 14 milhões do Pronto Socorro.

E MAIS... – Até o Governador cancelou a visita a Patrocínio pela indelicadeza patrocinense. Certamente, a cidade perdeu em 2014 o anúncio de diversos benefícios. Nenhum deputado, nenhum político, interferiu no assunto para prejudicar Patrocínio.

E O TAL SUPERINTENDENTE? – Em junho de 2014, mesmo com a debandada de seus gestores conterrâneos, este superintendente solicitou aos seus superiores a liberação de pelo menos 10% do convênio de R$ 14 milhões. Foi atendido e R$ 1,4 milhão estão depositados, rendendo juros, até hoje, na rede bancária. Além disso, ele empenhou o restante (termo orçamentário), o que garante a futura liberação pelo Governo Estadual, se o ritual da legislação for cumprido.

DAÍ... – Falar que fulano é culpado pela não vinda dos recursos é uma impropriedade. Não vieram porque a Administração do Município “pulou” fora do barco. Não priorizou o Pronto Socorro, em sua decisão.

CONCLUSÃO (I) – Como prevíamos, o novo Pronto Socorro é obra e serviço para o próximo prefeito, conjugando esforços, com o próximo governador. Antes de 2020, ele não será entregue à população.

CONCLUSÃO (II) – O projeto hoje já se aproxima dos R$ 20 milhões. A Prefeitura não tem um centavo para tanto. O Estado não consegue pagar nem os seus funcionários em dia. A União assiste à estagnação da arrecadação. Parceria Público Privada (PPP) poderá ser pensada.

CONCLUSÃO (III) – A hora passou. Voltará, porém demorará. Patrocínio foi castigada por uma estratégia política malsucedida. Os ingênuos e ingratos gestores municipais acreditaram em “Papai Noel”. E deu no que deu. O projeto do novo Pronto Socorro não saiu do papel. E nada, nada mesmo, aconteceu com o setor saúde em Patrocínio nesses dois anos. Quem viveu, viu!

 

PALAVRA FINAL

 

20.000 LEITORES! – Segundo as informações nos enviadas, as crônicas sobre o quase santo padre Eustáquio, publicadas em agosto (O Mais Sagrado Nome da História Patrocinense) bateu recorde de leitores. Contando os jornais eletrônicos Patrocinioonline e Rede Hoje, Jornal Gazeta, redes sociais (principalmente, o Facebook) e reproduções, cerca de 20.000 pessoas (e acessos) foram constatados. Isso mostra a fé no padre holandês, que tem muito a ver com Patrocínio.

Primeira Coluna publicada na Gazeta, edição de 17/9/2016.

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