# Eustáquio Amaral

Pronto Socorro: Utopia e Pesadelo dos Rangelianos

30 de Maio de 2016 às 19:59

Esperança. Será que ainda existe para o novo Pronto Socorro de Patrocínio? Claro, existe. O sonho continua. Embora alguns políticos tenham pensado mais neles do que em Patrocínio. Aliás, só pensaram neles. E fragilizaram a ação. O projeto do Pronto Socorro se encontra na UTI. Mas pode vencer essa difícil época e voltar a ter vida. Leva tempo, todos sabem disso. 

O MOMENTO – O projeto de R$ 14 milhões não é mais prioridade tal como foi na gestão anterior do Governo. Entretanto, como a gestão anterior empenhou e deixou R$ 12, 6 milhões inscritos em Restos a Pagar (termo orçamentário), e, ainda contabilizou o gasto governamental como em Saúde em 2014, o seu cancelamento é improvável. Pois, há diversas leis que dificultam esse cancelamento. Entre as quais, Lei 4.320/64, Lei 101/2000 e Lei Complementar nº 141 de 13/1/2012 (essa regulamentou a Emenda Constitucional nº 29/2000). Todavia, o dinheiro não tem dia certo para chegar, mesmo que o convênio esteja vigente e seu valor está em Restos a Pagar/2014.

ASSIM... – Diante da dificuldade do cancelamento, resta à atual gestão pagar o convênio quando puder. Sabe–se que nos próximos dois anos muito provavelmente o Tesouro Estadual não terá R$ 12,6 milhões só para uma ação em Patrocínio. Ninguém acredita. Repetindo o que já foi dito na edição passada, R$ 1,4 milhão já se encontra com a Prefeitura, rendendo juros, desde que um tal superintendente/SES, patrocinense, liberou o recurso em junho/2014. Há dois anos... Há dois anos...

OUTRA INCRÍVEL HISTÓRIA – Em 2014, o então Governador de Minas teve agendado uma visita a Patrocínio. Viriam com ele, o Secretário Estadual de Saúde e o tal e sonhador Superintendente/SES. Todos no mesmo avião do Governo. Tudo certo, tudo combinado. A autoridade maior do Estado deveria anunciar a liberação de mais uma gorda parcela do convênio do Pronto Socorro, dentre outros benefícios para a terra de Amir Amaral, Enéas Aguiar e do Abdias Alves Nunes, durante a visita. Se tudo tivesse dado certo, a Prefeitura estaria hoje com mais de R$ 6 milhões em caixa para o Pronto Socorro. Se... se... porém, existe o SE. Poucas horas antes do embarque no avião em BH (aeroporto da Pampulha), registrou o doloroso cancelamento do voo para a Santa Terrinha. Causa: posicionamento politicamente incorreto das lideranças patrocinenses diante do cenário. Essa postura inviabilizou a viagem e benefícios para a cidade. Paciência. Isso faz parte do jogo da vida. Às vezes, mal jogado. E como jogou mal, parte da liderança local. Deu só “caneladas”. E perdeu de goleada (recursos para Patrocínio). 

POR ISSO... – Na edição passada, escrevemos: “Pronto Socorro, só com o próximo prefeito, e talvez, próximo governador”. Esta é a pura verdade de hoje. Por ser um projeto para ser executado em dois anos e por ter um custo provável superior a R$ 17 milhões e apenas R$ 1,4 milhão em caixa, a entrega do novo Pronto Socorro à população ocorrerá na gestão do próximo prefeito. Isso é tão certo como dois mais dois são quatro. E, finalmente, diante dos cofres vazios no Tesouro Estadual e na Prefeitura também, e, de o atual governador ter apenas mais dois anos e meio de mandato (se não sair antes), somente milagre de Padre Eustáquio, que também é patrocinense, para o Pronto Socorro estar em pleno funcionamento, antes do final de 2018. Por isso... a boa hora passou. Dormimos de toca, graças à visão política de parte da liderança local.

POR FIM – Além de tudo que foi dito acima, há a fragilidade política de Patrocínio. No eventual governo Temer, possivelmente nosso Silas Brasileiro terá vez. Já o nosso Deiró Marra encontra–se entre a Assembleia e a Prefeitura. O restante é fantasia política. Nem criança de três anos acredita mais.

DAÍ.... – Tão somente para o sonho do novo Pronto Socorro continuar vivo, comecemos orando: “Pai Nosso que estais no Céu, santificado seja o seu nome, venha a nós o vosso reino...”

Primeira Coluna publicada na Gazeta, edição de 7/5/2016.

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