# Eustáquio Amaral

Recordação: De Um Sonho À Realidade

15 de Abril de 2019 às 13:45

Verdade. A história também tem a sua. A estratégica pavimentação da rodovia Patrocínio-Perdizes teve diversos capítulos. A batalha patrocinense para tanto durou 21 anos. Essa ligação asfáltica completa agora 25 anos de existência, ou seja, de inauguração. Embora mal conservada e perigosa, ela propicia a ligação da região de Patrocínio com o polo turístico de Nova Ponte, Uberaba e o estado de São Paulo. Para demonstrar que vale a pena insistir numa justa reivindicação da população, é bom lembrar como foi o processo de seu atendimento. O alcance do objetivo. Como também, na atualidade, o projeto do novo Pronto Socorro é uma incessante luta similar. Pois, tem quase 30 anos. Porém, desistir do projeto jamais.

O PRINCÍPIO – A rodovia BR 462, trecho Patrocínio-Perdizes, existe legalmente desde 1973, quando foi aprovado o Plano Nacional de Viação. Três anos mais tarde, 1976, passou para a jurisdição do DER-MG. Em 1978, esta coluna começou a clamar para a sua pavimentação, afirmando entre outras coisas: “... a avaliação econômica do projeto mostrará significante relação custo-benefício e alta taxa de retorno...

A COBRANÇA – As etapas foram se sucedendo. E esta Primeira Coluna cumprindo a sua parte. Revelando o que se passava nos bastidores, cobrando dos políticos e desmentindo os que tentavam enganar os patrocinenses. Principalmente aqueles que dependiam dos votos de Patrocínio. E não foram poucos.

ATO INICIAL – Em maio de 1980, o DNER publicava o primeiro edital para a indicação da empresa que elaboraria o Projeto de Engenharia. Uma semana depois, foi cancelado. Demos o alerta e pedimos ajuda a Vando Borges, profundo conhecedor e dirigente do setor Transportes. Coincidência ou não, o novo edital é publicado. No dia 31 de maio de 1980, a manchete da coluna estampava: “Louvado seja Deus, saiu novo Edital para a Patrocínio-Perdizes”.

PREVISÃO ERRADA – Em agosto de 1984, na crônica “2001, Uma Odisseia Patrocinense" (Revista Presença), previmos (imaginamos) a inauguração em 1988, pelo presidente Tancredo Neves. Erramos duas vezes. Tancredo morre precocemente e a rodovia é inaugurada somente em 16 de setembro de 1994. Em 1985, a coluna discordava e abria batalha frontal com o então deputado majoritário, pelo fato dele não incluir o trecho nas prioridades do Triângulo. Prosseguiam os disse-não-disse dos políticos por mais algum tempo.

FATO DECISIVO – Em 1986, era iniciada a construção da Usina de Nova Ponte, pela Cemig. Participamos do coro que reivindicava obras e ações que compensassem um pouco os grandes prejuízos que a represa causaria à região, inundando terras férteis e alterando o meio ambiente. Felizmente, como compensação, a empresa decidiu executar a pavimentação de três rodovias na região. A prioridade nº 2 seria a rodovia Patrocínio/Perdizes. Em 1988, a coluna revelava que os trabalhos de consultoria e supervisão foram entregues à contratada Porto Real Projetos.

RETA FINAL – No final de 1989, este minifúndio de papel anuncia para o ano de 1990, o início das obras, devido à emenda orçamentária e a uma informação exclusiva do DER/MG ao escriba. Face à limitação de recursos, o trabalho tornava-se moroso. Aliás, foram quatro anos para o asfaltamento dos 60 km e a construção da bela ponte sobre o Rio Quebra-Anzol. Mas... tudo bem. O desejado está aí.

POR FIM – Isso é um pouco da exemplar história do asfaltamento do trecho Patrocínio a Perdizes. Não houve vencidos. Apenas um vencedor. O querido município de Patrocínio.

Primeira Coluna publicada na Gazeta, edição de 6/4/2019.

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