Mais uma vez, os produtores da região do cerrado vivem um momento de tensão no cultivo de suas lavouras devido ao baixo volume pluviométrico e altas temperaturas causadas em nossa região.
Tal fato faz com que diversas cultivares como café, milho, soja, entre outros, sofram com os impactos da crise hídrica.
As lavouras de café, são expostas a verdadeiro stress fisiológico em decorrência da alteração climática, uma vez que ao se iniciar a fase de florada, o cafeeiro sofre em decorrência da falta de chuva e as temperaturas elevadas.
Do mesmo modo, o plantio de milho e soja que normalmente ocorre no início do mês de outubro, tiveram seu início adiado ou mesmo suspenso para aqueles produtores que iniciaram o plantio logo após as primeiras chuvas do mês.
Nesse sentido, uma luz de alerta surge para os produtores, uma vez que tais fatores climáticos certamente implicarão na frustração da safra 2023/2024, o que poderá colocar os mesmos em situação de dificuldade financeira, principalmente devido ao fato de que diversos produtores comprometeram boa parte de sua produção em contratos de venda futura para entrega no ano de 2024.
O momento é de preocupação, mas, ao mesmo tempo, é necessário que os produtores que tenham assumido compromissos para entrega de produtos no ano de 2024, providenciem, desde já, a elaboração de laudos técnicos que atestem as consequências causadas pelo baixo volume pluviométrico e altas temperaturas, com o fim de justificar o não cumprimento dos contratos em suas datas.
Situação similar ocorreu na safra 2020/2021, quando nossa região também sofreu os mesmos impactos destes fatores climáticos. Naquela ocasião, tivemos condições de renegociar prazos de entrega e até mesmo a rescisão de contratos por onerosidade excessiva, sendo os laudos técnicos determinantes da defesa dos interesses dos produtores.