# Eustáquio Amaral

SANEAMENTO É ADMIRÁVEL; DESEMPREGO E POBREZA PREOCUPAM

24 de Julho de 2022 às 17:59

                                      

 

 

Sustentável. É o desenvolvimento desejável. É o temático para este minifúndio agora. Com metodologia da ONU, o Instituto Cidades Sustentáveis criou o IDSC (Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades). Por ele, Patrocínio posiciona-se em 84º lugar em Minas e 12º lugar na região Triângulo (incluindo o Alto Paranaíba). A sua pontuação é de 54,81. Para se ter essa classificação foram analisadas 17 ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), onde há mais de 100 indicadores, obtidos em fontes oficiais. Patrocínio, dentre os 17 ODS, está muito bem em 3, mais ou menos em 6 e “devendo” algo em 9. Os 3 bons (energia, esgoto tratado e boa infraestrutura para indústrias) já foram apresentadas. Nessa edição, será a vez da “turma” dos seis ODS com desempenho médio. Ora bom, ora não. 

 

ÁGUA: OK! – Um ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) quase perfeito é “Água Potável e Saneamento”. Nos cinco indicadores desse ODS, quatro são muito bons: população atendida com água e com esgotamento sanitário, há coleta domiciliar de resíduos sólidos e número muito baixo de internações hospitalares por falta de saneamento. Por isso, positividade para o Daepa e Prefeitura. O quinto indicador, entretanto, merece atenção do Daepa. É a “Perda de Água”. Segundo o SNIS (Sistema Nacional de Informações de Saneamento), Patrocínio deveria ter atingido o índice de até 12,1 no máximo. Porém, em 2020, o índice de perda chegou a 38,3. Assim, é prudente reduzir as perdas de água na distribuição de água na cidade.

 

SAÚDE BEM, MAS... PODE MELHORAR MAIS – O segundo ODS “Saúde e Bem-Estar” é medido por 17 indicadores, dentre os quais 6 estão em estágio excelente, 8 merecem atenção e 3 estão com nível de alerta ligado (mortalidade por suicídio, população atendida pela Saúde da Família e número de UBS – Unidade Básica de Saúde). A fonte é o Datasus. Os seis indicadores que merecem aplauso são quatro que envolvem a saúde infantil (baixa mortalidade), a baixa mortalidade por Aids, e, a reduzida taxa de hepatite ABC.

 

AINDA TEM POBRE NO MUNICÍPIO – O terceiro ODS que Patrocínio tem “mais ou menos” é a “Erradicação da Pobreza”. Esse ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) é formado por 4 indicadores. Um está bom, que é o percentual da população com renda de até 1/4 do salário mínimo (R$ 300,00). Tem pouca gente nessa situação. Dois indicadores são modestos (Famílias inscritas no Cadastro Único para programas sociais, e, percentual de pessoas que recebem Bolsa Família). Mas, o indicador nº 4 merece muita atenção. O índice 45,6 mostra que tem significativa quantidade de pessoas abaixo da linha de pobreza, mesmo após o Bolsa Família.

 

NEM RUIM, NEM ÓTIMO: TRABALHO E CRESCIMENTO – O quarto ODS “mais ou menos” é “Trabalho Decente e Crescimento Econômico”. Ele é composto por 6 indicadores regulares. O que mais preocupa é o Desemprego, segundo o IBGE. Patrocínio está um pouco acima da taxa mínima de referência. No meio de jovens entre 15 e 29 anos piora a situação. Ainda tem mais dois indicadores sobre o desemprego com desempenho também regular. O indicador nº 5 PIB per capita (produção média por pessoa) felizmente tem crescido nos últimos dez anos. Entretanto, o seu valor de quase R$ 32 mil por pessoa no ano (todo) está um pouco aquém do mínimo ideal, que é R$ 38 mil. Por isso, o PIB per capita de Patrocínio é satisfatório “médio” ou “mais ou menos”. O indicador nº 6 indica que tem um percentual de jovens de 15 a 24 anos de idade que não estudam nem trabalham (daí, pode estimular a marginalidade). Portanto, considerando esses 6 indicadores, o ODS “Trabalho e Crescimento Econômico” não tem extremo negativo, porém precisa evoluir breve.

 

A POPULAÇÃO E A CIDADE – O quinto ODS desse grupo “mais ou menos” é denominado “Cidades e Comunidades Sustentáveis”. São 5 indicadores. Em dois, Patrocínio dá show: População residente em aglomerados (favelas) e Domicílios em Favelas. Como não há esse tipo de moradia no Município não há o que dizer. Só aplaudir. O terceiro indicador apresenta se a população de baixa renda gasta mais de uma hora para ir ao trabalho. Nesse quesito, há cidadãos patrocinenses dessa categoria, em número superior ao número máximo da população (pobre) desejável, que é submetida ao deslocamento de mais de uma hora. Em outras palavras, há poucas pessoas nessa situação, mas há número superior à referência. O indicador nº 4 e nº 5 indicam maior atenção: Mortes no Trânsito e Equipamentos Esportivos. O primeiro deveria ter no máximo 7 pessoas ao ano (índice 6,8). Patrocínio teve 23 (índice 22,96). O índice considera por 100 mil habitantes. Conclusão: há muita morte no trânsito. Ainda nesse contexto de 100 mil habitantes, a cidade teve o índice 12,2 para número de equipamentos públicos de esporte, embora o melhor seria índice 28,6. Então, há deficiência nesse quesito esportivo.   

 

A CORRIGIR – A informação é do SICONFI. Patrocínio encontra-se no patamar médio no sexto ODS, que é “Parcerias para a Implementação dos Objetivos (ODS)”. Há dois indicadores: “Investimento Público e Valor de Receitas Arrecadadas”.  Em 2016 a 2019, Patrocínio teve ótimo desempenho, porém, em 2020 caiu muito. Portanto, isso demonstra provável erro contábil no SICONFI (Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro).

 

([email protected])  ***  Primeira Coluna também publicada na Gazeta de Patrocínio, edição de 23/07/2022.