# Eustáquio Amaral

Saudade E Paixão Não Têm Idade

14 de Setembro de 2016 às 17:55

Setembro. É um mês marcante. Além de primaveril, de dois em dois anos torna–se palco político, onde candidatos e suas eternas promessas desfilam diante dos desconfiados eleitores. Mas, setembro também é muito bom para recordar dois momentos inesquecíveis do futebol show de Patrocínio. Dois grandes jogos do Clube Atlético Patrocinense, o popularíssimo CAP, no Mineirão. Há 25 anos! E agora, em 2016, o sonho está de volta, com a equipe grená novamente brilhando.

 

CAP ESPETÁCULO – 29 de setembro de 1991, domingo, é uma data para não ser esquecida. É a data da maior festa de patrocinenses já realizada em outras terras. Quem teve o privilégio de assisti–la ou de fazê–la chorou de alegria. Foram várias festas dentro de uma grande festa. O local não poderia ter sido melhor. O então segundo maior estádio coberto do mundo transformou–se no teatro onde os shows se sucederam.

 O QUERIDO Clube Atlético Patrocinense fez a sua festa. Perdeu, é verdade. Mas apresentou um futebol exuberante. Digno de Telê (até na sorte). O desempenho dos atletas–artistas pode ser medido por notas:

 

Zé Luís ...............................................8,5

Pingo ..................................................9,5

Gilmar Barbosa ..................................9,0

Dudu .................................................10,0

Zecão .................................................8,0

Joãozinho ...........................................5,0

Edson Shell ........................................8,5

 Gilbertinho .........................................5,5

Euler ...................................................8,5

Brandão ..............................................6,0

Paulo Alan ..........................................9,0

Geu .....................................................6,0

Elói .....................................................6,0

 

Pedro Omar (Técnico).........................8,5

 

A TORCIDA patrocinense mereceu nota 10, com louvor, pela sua festa. Jamais o Estádio Magalhães Pinto viu uma festa do interior como a nossa. Quase 2.000 patrocinenses compondo um só corpo. Um corpo cheio de amor, descontração e emoção. Mais do que isto, exemplar, mostrando a todos como se torce no esporte.

A DIRETORIA do Atlético Patrocinense não deixou por menos. Fez a sua festa. Procurou cativar, oferecendo placas, posters, sorrisos e gentilezas. E cativou os segmentos de opinião e decisão presentes no Mineirão. Nota dez para esses patrocinenses, nativos ou por adoção, apaixonados pela Santa Terrinha.

O SHOW da imprensa de Patrocínio foi outra festa. Documentando para a posteridade, com muito brilho, foi representada por José Carlos Dias (Revista Presença), José Maria Campos (Revista Pódium); eles e mais Paulo Roberto, Jota Santos e o versátil Luiz Antônio Costa (Rádio Difusora); Ferreira Filho, Cândido Delfino e Araújo Filho (TV Ouro Verde); Humberto Correia, Alencar Lotero e Nelson Ferreira (Correio de Patrocínio), Cecílio de Souza e este escriba (Jornal de Patrocínio). Desculpem–nos se deixamos de citar outros companheiros e outros órgãos irmãos. Se ocorreu foi por nossa falha.

A IMPRENSA de Belo Horizonte também realizou a sua festa. Festa de carinho e admiração. Nota dez para ela. Algumas manifestações poderíamos destacar. TV Bandeirantes, por meio do cronista Flávio Anselmo, disse: “– É um clube muito organizado, jogou bem e a torcida foi a do interior que mais marcou na história do Mineirão.” Rádio Capital, pela opinião do narrador Luís Chaves: “– Um jogão, um timão o Patrocinense.” Rádio Itatiaia, na voz do campeão de audiência Osvaldo Faria: “– Quem venceu foi o Cruzeiro, quem deu o show foi o Patrocinense.

OS JORNAIS da mesma forma se manifestaram. Hoje em Dia: “Patrocinense foi um grande teste para o Cruzeiro.” Diário da Tarde: “Cruzeiro sofre com o Patrocinense”; “a torcida do CAP deu um show de esportividade”. Estado de Minas: “Patrocinense, um verdadeiro teste para o time de Ênio Andrade.

COMO clímax do espetáculo, o jogo foi nota dez. Para nós e para o técnico Ênio Andrade, foi o melhor jogo do campeonato mineiro. Valeu. Valeu mesmo, como expressou a torcida grená.

 

OUTRO MOMENTO INDELÉVEL – Mais uma bela página do futebol patrocinense foi escrita no dia 27 de setembro de 1992. Portanto, um ano depois do primeiro show. O palco, novamente o Mineirão. De um lado, o Cruzeiro cheio de estrelas. De outro, o CAP, a grande paixão da “Santa Terrinha”. Nas arquibancadas, o fascínio da torcida.

POUCO importa o placar (Cruzeiro 2 x CAP 0), importa é a exibição do Patrocinense, que fez renascer a esperança de classificação para a final do campeonato. E a festa inesquecível. Apesar da chuva, apesar do show mal sucedido (derrota).

O PRIMEIRO gol foi resultado de uma falha do lateral Erly, depois que os zagueiros de área erraram também e, do juiz que marcou falta inexistente. O segundo gol foi outra falha do lateral Erly. Nem em jogo de roça se atrasa uma bola assim.

OS TREZE atletas do Patrocinense, que atuaram, tiveram seus desempenhos avaliados por notas dadas por este escriba amador:

 

Paulão (goleiro)  .................................8,0

Paulo Alan (camisa 5).......................10,0

Erly  ....................................................4,0

Pio Eugênio ........................................5,0

Juninho ...............................................7,0

Dudu (camisa 10) ...............................8,0

Valdenir ..............................................9,0

 Marcelo .............................................6,0

Euler ...................................................5,0

Ademar (camisa 9) .............................8,0

Nei (lateral)  ........................................7,0

Robertinho ..........................................9,0

 

Luiz Carlos Mineiro .............................9,0

Média do Time .........................7,3

 

OS PATROCINENSES residentes em Patrocínio (destaque para a Torcida Mancha Grená) e Belo Horizonte prestigiaram o espetáculo. Na fanática torcida patrocinense havia gente como Cecílio de Souza (Rio), Patrícia Naves (atriz) e família, Berenice Pereira (na época candidata a vereadora/BH), Levi Leite (empresário em Barbacena). Márcia Costa (Patrocínio) e mais algumas centenas de pessoas de mesmo valor e alegria.

A DIFUSORA transmitiu a festa nas vozes de Luiz Antônio Costa. José Maria Campos, Paulo Roberto e José Carlos Dias. E a Capital do Triângulo (hoje Rainha da Paz) nas vozes de Afrânio Machado, Leonardo Caldeira e Araújo Filho. A Difusora foi uma das somente três emissoras presentes no gramado do Mineirão, pois só podia fazê–lo com microfone sem fio. As outras foram Itatiaia e Inconfidência. A Capital e a Difusora ficaram em cabines vizinhas e não faltaram os lances de confraternização, apesar da rivalidade por audiência.

NO SEGUNDO tempo, o técnico Morais ficou na gabine da Difusora. Após sua justa expulsão do túnel. * O médico do Patrocinense foi Luiz Eustáquio (Finete) que é de Patrocínio, conceituado médico em Belo Horizonte. Gente Fina. * O narrador Alberto Rodrigues (Rádio Itatiaia) disse: “– Esse time é bom”. * O comentarista Osvaldo Faria (Rádio Itatiaia): “– É o melhor time do interior que se apresentou no Mineirão nesse ano.

TOMARA que tudo isso se repita em 2018. É a fé e a esperança da nação grená.

Primeira Coluna publicada na Gazeta, edição de 10/9/2016.

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