# Milton Magalhães

Se voce não entender que esse "todo cuidado é pouco" inclui voce...ou estamos perdidos!

30 de Junho de 2020 às 11:12

A imagem pode conter: 1 pessoaEm minha flanada domingueira pela nossa Patrocínio, passo pelo bairro Matinha...me deparo com um bar apinhado de gente...

Fiquei pensando o que se passa na cachola destas pessoas. Me ajude, lá, não encontrei nenhuma resposta plausível para este meu questionamento.
Seria desinformação?, Irresponsabilidade?, negligência?, transgressão, desejo de confrontar? desobediência cível? descaso para com a vida?, tendência suicida? certeza de imunidade ou de impunidade?

E o dono do estabelecimento, qual a sua responsabilidade no caso? Tem conhecimento das restrições do Decreto Municipal? Sabe que pode ser penalizado. Pior. Sabe que também pode ser infectado e vir a morrer? Ou levar o vírus para casa e matar a quem ama? O que poderia ele fazer?

Primeiramente, não vou jogar nenhuma pedra no proprietário do comércio. Até gostaria de parabenizá-lo pelo aparente prestígio popular. Passando esse momento crítico, vou até lá saber do seu atrativo, do seu diferencial competitivo.

O FATO É QUE ESTAMOS NO CENTRO, NÃO DE UM SURTO, EPIDEMIA, ENDEMIA, MAS DE UMA PANDEMIA. Não dá para fingir que não é com a gente. Não dá pra pensar que voce é filho do "papaizinho do céu" e que uma oração vai te livrar desse mal. A oração com fé pode tudo, mas veja bem, se voce colocar a mão numa chapa quente, não adianta clamar ao céu, vai se queimar. Então se voce não tiver os cuidados sanitários, também vai se contaminar. Então, Milton voce é contra uma vida de fé e de oração. De jeito nenhum. É preciso ter fé e orar, mas com a sabedoria. Simples assim.

Voltando ao citado bar. Nenhuma contradição no que estou dizendo. Nota-se trata-se de negócio bem sucedido. É o seu ganha pão. Expulsar clientes a catiripapos e supetão, portanto, está fora de cogitação. Mas aceitar, atrair e tolerar aglomeração proibida por lei, também está. É transgressão.

Deixe-me abrir um parêntese bem aqui. Um boteco deve constar entre os serviços essenciais na sociedade. Só um motivo: Ir a um bar com responsa, faz bem a saúde mental. Há outros benefícios, porém, vou deixar para uma outra crônica..

Voltando ao caso do bar da matinha. Por que tantas mesas disponíveis no recinto? A matemática é simples: Mais mesas; é mais clientes com as máscaras nos queixos. Por que não, optar por servir em casa ou no carro?

É quanto aos clientes que vai chegando, vai chegando, vai... O que leva uma pessoa ver um ambiente aglomerado e entrar lá no meio também?

Falei que poderia ser falta de informações da pessoas. I.m.p.o.s.s.í.v.e.l. Não estamos na decantada era da comunicação digital e tecnológica? Todos nós, sofremos, e isto sim, de: "infoxicação" (Trata-se de um termo inventado pelo físico espanhol Alfons Cornella, que refere a uma doença silenciosa, causada pela soma de informação com intoxicação)

Vide foto. Até as criancinhas de 1918, entendia, obedecia, seguia as recomendações. Os cidadãos 4.0 de nosso tempo, nem debaixo de porrete.

E por falar em pandemia de 1918, imagina os perrengues de nossos ancestrais. Não havia rádio, nem tv, nem internet, nem ministério da saúde, nem SUS, e o pior: "Não havia quem fabricasse caixões, quem os levasse ao cemitério, quem abrisse covas e enterrasse os mortos." Imperou a visão de que se fazia muito alarde por causa de uma doença corriqueira – uma simples "limpa-velhos". Uma "gripezinha," no dizer do nosso Capitão Presidente. ( "Opa, Milton! criticou o Presida?" - dirão os Bolsonarofobistas de plantão - Somente isto, no mais, é só elogios: É trabalho sem corrupção. Nunca vimos isto no Brasil.).

Uma testemunha daquele horror, disse: "Foi uma coisa pavorosa! Nunca, em toda minha vida, vi algo que chegasse perto daquela sassânida infernal! Não tinha na cidade, rua em que pelo menos em uma casa, a família inteira fenecera. Em muitas, todos da família estavam acamados, e cabia a quem pela rua passasse alimentar e dar remédios. Geralmente eram os coveiros, lixeiros e policiais que acudiam, dando remédio e alimentando, às vezes a família inteira que tinha caído doente. As pessoas colocavam panos negros nas janelas e portas das casas, para que eles soubessem que ali tinha gente doente e viessem socorrer."

O pior de tudo é que estava morrendo gente aos borbotões, e o governo dizia nas ruas e nas folhas, que a gripe era benigna. Certo dia, as folhas noticiaram mais de quinhentos óbitos, e mesmo assim a gripe era benigna, benigna, benigna. (...) As mortes eram tantas que não se dava conta do sepultamento dos corpos.

Na minha rua, da janela, se via um oceano de cadáveres. As pessoas escoravam os pés dos defuntos nas janelas das casas, para que a assistência pública viesse recolher. Mas o serviço era lento, e aí tinha hora que o ar começava a empestear; os corpos começavam a inchar e apodrecer. Muitos começaram a jogar os cadáveres em via pública. Quando a assistência pública vinha recolher os cadáveres, havia trocas dos podres por mais frescos, era um cenário mefistofélico (...) (Nelson Antonio Freire, 11.9.1990)".

Lembrando que o pico daquela pandemia no Brasil aconteceu no final de 1918 e durou algumas semanas, até que o número de mortes começasse a cair...
.
A 'Informações" que se tinha na época eram publicadas em jornais e folhetos, e, claro, a "rádio-peão". Recorria- se às superstições, crendices desenfreadas. Era as feiquinius de então. E tome remédios caseiros, como gargarejo de cachaça com limão e mel. ( daí foi que nasceu a caipirinha) E tome gargarejos e remédios "milagreiros", tipo, água tônica, balas, ervas, purgantes, fórmulas com canela.

Hoje, essa gente que se aglomera, tem um aparelho multimídia nada mãos. Na pontinha do dedo, tudo sobre o oriente, ocidente, enfim, tudo sobre o universo.(Incluindo os cuidados vitais, contra o covid 19).
Ou seja, temos excesso de informações. É só filtrar o lixo informativo. Por exemplo: Usar a inteligência e saber que a Globo e a extrema imprensa, trabalham a favor do vírus e contra o país. Jornalista, que se diziam sérios, perderam, vergonhosamente a compostura. Não passam de criancinha birrentas. Aliás, sofrem de uma outra epidemia, diagnosticada como:
"Bolsonarofobia". Só que para este vírus, já existe uma vacina. Chama-se "Desliguiatvglobu". Doses, cedo, a tarde e a noite. Sem contraindicação.
E gente quer um outro governo e nem sabe qual ou quem.

Quem se lembra...aliás, como esquecer o primeiro caso de contaminação no município de Patrocínio? Foi em 13 de Março 2020. Uma mulher de 37 anos, deu um giro pela Itália, trouxe, sem querer e saber, (claro) o bichinho chinês para terras rangelianas. Foi o primeiro caso no Triangulo Mineiro e Alto Paranaíba. Alarmante. Assustador. Impactante. Ficou todo mundo em polvorosa. Alerta máxima, naquele primeiro instante. O vírus se espalha, galopa, o gráfico, nunca chega na tal curva, mas, muitos em Patrocínio, já perderam na noção de perigo, perderam a gravidade da situação. Relaxaram feio.

Hoje, no entanto, já são 130 casos confirmados ( 20 casos do dia 29/06 para o dia 30/06) e, lamentáveis, 06 mortes. A prova de que é um vírus altamente contagioso, altamente morta, está circulando forte em nosso meio.

Por curiosidade, fui ver a situação atual, das tres cidade mineiras que tiveram os primeiros casos no estado. JUIZ DE FORA: 1.669, casos confirmados, infelizmente, 55 mortes;
IPATINGA: 1.863, confirmados, infelizmente, 39 mortes; DIVINÓPOLIS: 356,confirmados, infelizmente, 12, mortes; PATROCÍNIO: 130, confirmados, infelizmente, 06 mortes. (Dados de 30/06/2020) Considerando que as referidas cidades possuem o dobro da população do nosso município. Se tem gente comemorando alguma coisa, aí, (geralmente políticos gostam de comemorar) favor parar, imediatamente. Nada de flexibilidade. A propósito, por mais burro que possa parecer, preciso dizer: Flexibilizar, significa tornar algo maleável, tolerável, uma leva exceção em alguma medida. Isto por que tem gente que acha que flexibilizar é licença para o forrobodó, é abrir a porteira, é derrubar a cerca, é ira com tudo pra  galera. Mil vezes não! Flexibilizar é ficar muito mais alerta, porém sem aquele pânico. Numa guerra, por exemplo,  é o melhor momento para se criar uma estratégia vencedora.

Ainda falando em termos. Acho "pandemia" um termo muito suave, muito bonzinho aos ouvidos do povo. Uma coisa horripilante que rima com empatia, academia e até alegria. Queria um termo mais forte para essa estrovenga, algo assustador. tipo: Hecatombe, "trem do coisa ruim", peste do "quinto dos infernos", peste medonha, pavorosa, horripilante. Acho que
o povo literalmente, tem mais medo da palavra
lockdown do que, pandemia.

E o povo lá no bar da Matinha. O que se passa na cachola destas pessoas, vamos tentar imaginar. Seria DESINFORMAÇÃO? - Jamais: ( "Sabia que o bichinho transmissor do vírus lá na China, se chama pangolim"? - Boteco é conhecimento, é cultura, pra quem não sabia). IRRESPONSABILIDADE? ( "Ato ilícito? pô, é só um auê aqui com a galera" ) NEGLIGÊNCIA ?, ( "Corro risco sério? Mesmo? não tava nem me lembrando disto" ) TRANSGRESSÃO?,( ("Quebrar regras é comigo mesmo, tenho coragem, não ando com a manada") DESEJO DE CONFRONTAR? ("Quero ver quem me tira daqui, tenho direito, afinal, pago os meus impostos") DESOBEDIÊNCIA CIVIL? ("Expresso aqui, que não concordo com esse tal decreto, essas regras, essa leis, ninguém manda 'ni mim"). DESCASO PARA COM A VIDA? ("Quem esse vírus pensa que é, para mudar a minha rotina de vida") TENDÊNCIA SUICIDA? ( " mais cedo ou mais tarde, vou morrer mesmo." Efeitos colaterais das medidas de isolamento e distanciamento social por conta da covid-19, aumentam o risco de suicídio)
CERTEZA DA IMUNIDADE E IMPUNIDADE? ( " Isto pega é lá nos outros. Aqui não, jamelão... Dá treta nenhuma não, sou amigo do prefeito, o vereador fulano é meu truta")

NUNCA PRECISAMOS TANTO UM DO OUTRO. SE VOCE, CRIANÇA GRANDE DE 2020, NÃO ENTENDER QUE VOCE, VOCE MESMO, PODE SER UM RECEPTOR E UM PROPAGADOR DO VÍRUS MORTAL...SE VOCE NÃO ACEITAR QUE ESSE "TODO CUIDADO É POUCO", INCLUI VOCE. VOCE MESMO CARA PÁLIDA:
OU...ATÉ CHEGAR A VACINA, ESTAMOS PERDIDOS.
..