Carência. Patrocínio tem algumas. O verde é uma das principais fragilidades no Município. Como disse Aristóteles, filósofo grego, “Uma andorinha só não faz verão.” Este minifúndio de papel tem demonstrado, nos últimos trinta anos, a importância das árvores e da preservação da natureza, em nossa querida terra. O maior dos escritores rangelianos do cotidiano, Milton Magalhães, também o tem feito. Entretanto, até então, essas manifestações não passam de sonhos de verão. De pregação apenas de dois idealistas. Pregação surreal. Mas, agora, a esperança dá sinais de vida. O meio ambiente patrocinense emite fumaça branca. Algo de bom está por acontecer. O verde será valorizado. Finalmente!
NOTÍCIA POSITIVA – Empresário local, Murilo Barbosa, para atender determinação do Ministério Público, terá que recuperar área a título de compensação. Ele escolheu a recuperação do Bosque da Matinha. A Secretaria Municipal do Meio Ambiente participará do projeto. Essa boa-nova é divulgada pela RedeHoje.
AÇÕES À VISTA – Conservação plena do parque da Matinha. Implantação de pequena lagoa. Espaços para a população transitar /passear. Áreas de estudos técnicos. Aprovação do projeto em audiência pública e pelo Codema. Previsão: O prefeito municipal, no começo do ano, terá condições de dar a palavra final sobre o projeto.
O QUE PODERIA ACONTECER – Embora a Matinha é um dos raros sagrados lugares naturais da cidade, em comparação com diversas cidades similares, a reserva é pequena. Com isso, seria louvável não apenas recuperá-la, conservá-la e ordená-la. É louvável ainda mais se aumentá-la fisicamente e promover o replantio desse aumento e da recomposição interna do que já foi devastado. Tudo muito bem estudado.
O QUE NÃO DEVERIA OCORRER – A ideia é espetacular. Porém, prudência é virtude. Se a Matinha já é pequena não cabe nenhuma construção a mais, seja para qual finalidade for. O exercício comercial também não tem lugar. Matinha é um bem público patrocinense. Mal cuidado, é verdade, todavia de imenso valor humano e urbanístico.
GRANDE LIÇÃO – A recuperação da Matinha, além do benefício em si, é belo exemplo para que outras áreas da cidade e do município sejam preservadas e bem cuidadas. Repetindo, as ruas não têm árvores, o santificado Córrego Feio, pelo que se ouve de pessoas idôneas, está minguando (provavelmente, face ao enfraquecimento/redução das matas ciliares), e, a depredação da natureza tem avançado nos últimos vinte anos (corte de árvores, mineração, opção pela agricultura, onde não deveria jamais tê-la).
VISÃO – A geração de agora tem que ser visionária. Tem que enxergar. Tem que plantar no presente para a boa colheita no breve futuro: VIDA SAUDÁVEL! Vida saudável é mais do que dinheiro, é mais do que a política, é mais do que asfalto e passeios. É SAÚDE. SAÚDE E BEM-ESTAR DA POPULAÇÃO.
FELIZ REALIDADE – Que venha logo a restauração e expansão da Matinha. Que venham logo, em seguida, novas Matinhas em outros lugares de Patrocínio. Que haja a integração público-privada, para tanto. Que os estudantes entendam e apoiem o restabelecimento do verde do Município. Que as nascentes também sejam revitalizadas. E bem protegidas.
POR FIM – Louvado seja! A consciência e mentalidade estão mudando. Para melhor. Pois, abaixo de Deus, a natureza é prioritária. Sempre foi e será.
Primeira Coluna publicada na Gazeta, edição de 26/10/2019.