# Eustáquio Amaral

Um Craque Que Marcou Patrocínio E Deixou Saudade

2 de Fevereiro de 2020 às 21:24

Reminiscências. Sempre fazem o coração bater forte, outra vez. Nos anos 50, a cidade viu e conviveu com um de seus dois maiores atletas do futebol em todos os tempos. De Carmo do Paranaíba, sua família foi atraída, pelo extraordinário Ginásio Dom Lustosa, para transferir a residência. Tanto é que seu pai, Augusto Caetano, escolheu à Rua Afonso Pena, em frente à Escola para morar.  Múcio é o nome desse senhor da bola.

ASTROS DE PRIMEIRA GRANDEZA – No entendimento deste minifúndio de papel, pelo futebol de Patrocínio passaram dois supercraques. Dois jogadores de projeção nacional. Um foi Bougleux, nos anos 60. Outro foi Múcio, nos anos 50. Nenhum deles natural de Patrocínio, todavia ambos com família e amigos na cidade.

O PRIMEIRO FENÔMENO – Desta vez, Múcio será evidenciado. Ele teve gloriosas passagens pelo lendário Ipiranga, um clube que marcou época na região, e pelo Flamengo patrocinense. Além do Ginásio Dom Lustosa, onde estudou. Os jogos eram realizados no Estádio Quincas Borges, do Ipiranga, o principal de Patrocínio, até o limiar dos anos 60. Era situado nas proximidades da Igreja de São Francisco, não tinha alambrado, nem vestiários e a cabine da Rádio Difusora era um gradil de madeira que proporcionava melhor visão para o narrador. Entre os quais, os falecidos Humberto Novais e Cristovão Botelho (Dentista Tó, pai do também saudoso Jefé Consolação).

QUEM FOI – Múcio era filho do saudoso Augusto Caetano, antigo morador da região do Ginásio Dom Lustosa. Era amigo do Véio do Didino e do camisa 10, Rondes. Este, felizmente vivo, residente no Rio de Janeiro. Sua fama de grande jogador começou no Atlético Mineiro, jogando como zagueiro em qualquer das quatro posições e como centro-médio (hoje volante). Foi um jogador versátil. Já no Flamengo rangeliano jogara como centroavante, camisa 9.

AUGE EM MINAS – Em 1955, integrou a poderosa equipe do Atlético, pentacampeã mineira. Segundo o historiador esportivo Plínio Barreto, ele era correto, eficiente e dotado de qualidade técnicas que o fizeram um titular absoluto da Seleção Mineira.

CONSEQUÊNCIA – Em 1957, participou da Seleção de Minas que fez brilhante campanha no Campeonato Brasileiro de Seleções. O então campeonato mais badalado do país. O time base era Edgar, Rui, Afonso, Wilson Santos e Haroldo; Múcio e Geraldo; Miguel, Nilo, Gunga e Dodô.

AUGE EM SÃO PAULO – No final da década de 50, após atuar pelo Atlético e Seleção de Minas, Múcio vestiu por muito tempo a camisa do Palmeiras. Também passou pelo poderoso Santa Cruz de Recife, na época. Depois disso, voltou a se apresentar várias vezes vestindo as camisas das agremiações patrocinenses, quando de suas estadias na cidade. Além de atleta no futebol, Múcio foi agrônomo e advogado, atuando em Brasília. Lá se tornou funcionário da antiga NOVACAP. Devido a questões com a bebida, faleceu nos anos 70 na capital federal. Porém, no céu esportivo de Patrocínio é uma das estrelas que mais brilha na eternidade.

 

PALAVRA FINAL

 

Boas Festas, saúde e paz, para todos os patrocinenses e amigos de Patrocínio!

Primeira Coluna publicada na Gazeta, edição de 21/12/2019.

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