# Eustáquio Amaral

Um Pouco Mais De Julhos Que Se Foram...

22 de Agosto de 2017 às 16:19

Continuação. É a recente previsão para o inverno mais frio dos últimos trinta anos. E para algumas lembranças do mês de julho de outrora, nessa querida e inesquecível Patrocínio. Na edição anterior, já foram apresentadas diversas recordações.

1934 – No dia 14 de julho, morre em BH Padre Mathias. Sacerdote da Congregação dos Sagrados Corações chegou ao Brasil em 1925. Juntamente com Padre Gil e Padre Eustáquio (assinou a escritura do terreno da escola) fundaram o emblemático Ginásio Dom Lustosa em 1927. Gil e Mathias residiram na cidade e foram professores na escola. Os três eram holandeses. Patrocínio muito deve a eles.

1954 – Ano do carrossel húngaro (seleção da Hungria de Puskas e Koccis), nasce em Ibiá, dia 20 de julho, o maior radialista com dedicação exclusiva a Patrocínio. É o Versátil e presidente da Academia Patrocinense de Letras, Luiz Antônio Costa.

1976 – No dia 7 de julho é criada a Bandeira do município de Patrocínio, onde símbolos de sua pujança são mostrados.

1981 – No dia 26 de julho morre o político Abdias Alves Nunes. Exemplar. Idealista. Batalhador pela cidade sem nenhum interesse particular. Quem dera se os políticos de hoje praticassem um pouco de suas lições políticas. Dentista (UFMG), um dos líderes do PSD, vereador por sete mandatos. Professor, diretor e criador, junto com o ex-prefeito Amir Amaral, da primeira escola gratuita do Município (2º grau), o Colégio Prof. Olímpio dos Santos. Passageiro do Expresso União, em estrada de terra, rumo à capital em busca de benefícios para a sua terra. Filho do fundador das Casas Manuel Nunes. Mãos limpas. Alma pura. Nos seus olhos sempre brilhavam uma cidade melhor. Pertence ao folclore rangeliano.

1985 – No dia 22 de julho, falece também em BH, para onde transferiu residência, o renomado empresário Olney Barreira. Foi um dos maiores comerciantes nas décadas de 40 e 50 em Patrocínio. Após a inauguração de Brasília, fundou a primeira empresa de ônibus, ligando o Distrito Federal e BH.

AINDA 1985 – No dia 30 de julho morre (materialmente) Michel Wadhy. Médico, poeta, escritor e criador maior da Academia Patrocinense de Letras–APL. Portanto, é um imortal patrocinense. Dr. Michel residiu na Praça da Matriz, esquina de Rua Pres. Vargas e Rua Otávio de Brito. Participou também da direção do incrível Flamengo, ao lado do gênio Véio do Didino, por um período. Já na APL, tornou-se o primeiro grande líder literário, dentre doze catedráticos, à época. Sebastião Elói era um deles. Pai do craque Dizinho (atacante), também falecido, um dos atletas que jogou na inauguração do Estádio Júlio Aguiar.

1988 – No dia 31 de julho, morre na data de seu aniversário, aos 76 anos, Antônio Caldeira Primo, o folclórico Barão Engraxate. Nasceu em Patrocínio em 1912. Barão criou a família, com dignidade, engraxando sapatos, na entrada do Cine Teatro Rosário, que se localizava no Edifício Rosário, “point” da cidade nos anos 40, 50 e parte de 60. Provavelmente, ele tenha sido o melhor profissional nesse ramo (engraxate) na história da cidade. Hoje, o prédio, patrimônio histórico, resiste à fúria da destruição. Situa-se na Praça Honorato Borges (até a década de 50, denominada Largo do Rosário).

1993 – Revista Veja, na semana de 18 de julho, dá grande destaque para o café de Patrocínio. Repercussão nacional. Dia 18, sábado, a Rádio Difusora apresenta os 40 maiores boleros de todos os tempos. E dia 24, as inesquecíveis e melhores músicas românticas. Programa Arquivo Musical, de 13h às 16h. Apresentação, deste amador escriba. Pois o titular José Maria Campos encontrava-se em férias.

Primeira Coluna publicada na Gazeta, edição de 5/8/2017.

([email protected])