Tempo. Como passa rápido! Dia 25 de fevereiro, esta coluna/crônica começou a contar as semanas para o seu quadragésimo ano de existência. Ou seja, em fevereiro do próximo ano completará 40 anos. Mesmo autor, mesma intenção (Patrocínio), mesmo estilo (amadora), mesmo compromisso (imparcialidade acima das emoções), mesmo lugar (de BH para a terra natal), mesmo coração (terra natal).
O INÍCIO – No final da década de 70, um jovem rangeliano, técnico do Governo Estadual, detinha o conhecimento de dois grandes projetos da União que poderiam beneficiar o Município. Por meio de seu (falecido) pai, se aproximou do jornalista, bancário e vizinho Joaquim Machado. Então, com sua receptividade, “Quinca” abriu as portas e páginas de sua recente criação denominada “Jornal de Patrocínio” (só quatro anos de idade). Em 25 de fevereiro de 1978, o primeiro projeto foi revelado e analisado no JP. Era a possível ligação ferroviária de Patos de Minas com Patrocínio, objetivando o escoamento do fosfato de Rocinha. Não houve êxito. O projeto não foi executado. Nas edições seguintes, o segundo projeto foi demonstrado. Que deu muito certo. Tornou–se o fundamento para o surgimento da cafeicultura no Cerrado. Esse programa de grande sucesso foi o Polocentro.
ASSIM... – Estamos completando um ciclo. Trinta e nove anos de existência. Primeiro no JP e agora na Gazeta. De 1978 até agora uma inabalável linha tem sido mantida. Patrocínio em primeiro lugar. Patrocínio acima de tudo (neste planeta). Uma coluna puramente e totalmente amadora. Recheada de ética, moralidade e pleno respeito ao cidadão, ao leitor e ao dinheiro público, que é sagrado. Mesmo ameaçada em algumas oportunidades, a bandeira de independência e do bem tremula. Aliás, já houve até ameaças de baixo calão, por gente contrariada em seus interesses pessoais e não da cidade. A seguir, mais alguns modestos passos desta longa jornada de trintenária.
RECORDANDO... – Entre tantos assuntos importantes para a cidade há destaque para alguns. A campanha e luta, por meio de estatísticas oficiais para a criação da Superintendência Regional de Ensino. Na visão do saudoso Maurício Rosa (assessor parlamentar), o que a Primeira Coluna apresentou foi o quesito principal para Patrocínio sediar o órgão regional da Educação. A campanha dos anos 80 e 90 “Patrocinense vota em Patrocinense” concebida e efetivada aqui, colaborou decisivamente para a eleição de deputados patrocinenses. E até hoje é lembrada. A síntese de todos os prefeitos de Patrocínio também repercutiu muito.
E MAIS... – A série “Um Santo que Patrocínio Conhece” contou a história de Padre Eustáquio no município, durante algumas semanas. A exclusiva história e saga do futebol patrocinense. A série “Reminiscências de uma Geração” narrou os principais fatos dos anos dourados, em diversas edições sucessivas. A revelação exclusiva dos minerais no subsolo de Patrocínio, isso nos anos 80. Inclusive o fosfato, que hoje é explorado, com prejuízos para Patrocínio.
DOCUMENTOS IMPORTANTES – A verdadeira, e até então desconhecida, história do Ginásio Dom Lustosa. A influência nas mesas do DER–MG para pavimentação da Rodovia Patrocínio–Perdizes. A promoção e recomendação para a recriação da Associação dos Patrocinenses Ausentes em BH. A “História de Patrocínio” em cronologia, que é na verdade, parte de um livro ainda não publicado. O folclore em seus melhores momentos. A popularização e revitalização da Academia Patrocinense de Letras.
SEM FIM – Quantos amigos, quantas alegrias, estas linhas fizeram. Maior elo ligando Patrocínio a Belo Horizonte. Maior simpatizante do Clube Atlético Patrocinense. A incansável batalha pelo verde e meio ambiente. A trincheira contra o mau uso do recurso público. A guerra pela preservação do pífio patrimônio histórico. A exclusiva elucidação do Valor Adicionado Fiscal (VAF). Até então nenhum órgão da imprensa mineira tinha feito esse tipo de análise. E, parece, que até na atualidade é exclusividade deste minifúndio de papel.
PELA ESTRADA DA VIDA – O tempo passou. Vitórias e mais vitórias ofuscaram completamente as derrotas. Por esta crônica semanal não teve sequer um centavo da prefeitura em qualquer época. Idem da Câmara Municipal. Nem de políticos. Nem de empresas. Brilhando ou não, a Primeira Coluna foi e é a arte de escrever por escrever. Por gostar de uma causa chamada Patrocínio. Emoção não faltou. Amor e entusiasmo também não. Muito menos a saudade, que está sempre presente.
GRATIDÃO – Trinta e nove anos não se resumem numa edição. O respeitável leitor, principalmente os mais antigos, sabe a nossa postura. Por isso, agradecemos por esta etapa vencida. Grato ao Jornal de Patrocínio e também a essa Gazeta. Não se esquecendo dos “sites” Patrocinionline e Rede Hoje, aos quais somos grato da mesma forma. Grato à nossa amada Patrocínio por ter nos proporcionado bater alguns recordes na imprensa até a nacional. O amador que mais tempo permaneceu, ininterruptamente, em uma página de jornal. Valeu. E como valeu para este apaixonado escriba. Obrigado meu Deus!
PONTO FINAL – E a vida continua... Sigamos... Sob o olhar de Padre Eustáquio.
Primeira Coluna publicada na Gazeta, edição de 11/3/2017.