# Eustáquio Amaral

Visão do futuro feita há 28 anos

6 de Junho de 2016 às 19:13

1988. Nessa época do ano, este minifúndio de papel antevia alguns passos da Santa Terrinha que, hoje, são realidade. Ou, pelo menos, próximo de sê–la. Foram publicadas duas séries históricas. Para não dizer, fantásticas. A partir de maio daquele distante ano, durante seis semanas consecutivas, a Primeira Coluna, no aniversariante JP, publicou “As Riquezas Minerais de Patrocínio”. Com informações exclusivas e oficiais. Logo em seguida, em mais três semanas, também consecutivas, documentou a evolução do Ginásio Dom Lustosa, com a extensa crônica “Os Primeiros Momentos do Dom Lustosa”. O fundamento foi um raro registro do historiador Pedro Anísio Maia, que vivenciou os anos 20 e 30 de nossa cidade. Por ser assunto do presente, agora transcrevemos a sexta e última crônica daquela série que revelou os segredos do subsolo rangeliano. Tornando–o conhecido dos patrocinenses.

IPSIS LITTERIS –

ATÉ agora, analisamos as presenças da olivina, caulim, fosfato, titânio e águas minerais no município de Patrocínio. Os dois últimos tendo as maiores reservas e a melhor qualidade do mundo, respectivamente. Para encerrar a série, vamos analisar outros minerais que têm indícios de existência sob a superfície patrocinense. Na maioria dos casos, já foram dadas autorizações e concessões pelo Ministério das Minas e Energia para a pesquisa.

O NIÓBIO é encontrado na natureza na forma de pirocloro e columbita e tem a propriedade de elevar a resistência à corrosão. As reservas minerais localizam–se em Araxá e Tapira e representam 95% das reservas nacionais. A Cia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) de Araxá é a única produtora do concentrado de nióbio em Minas Gerais. Como Tapira, Araxá e Patrocínio formam uma área geológica, é possível que Patrocínio também tenha nióbio. Dentro dessa perspectiva, há duas autorizações do Governo Federal para a pesquisa do nióbio em Patrocínio.

O QUARTZO tem a aparência transparente e incolor e, é muito usado no controle de frequência eletrônica. Minas Gerais e Bahia são os principais produtores do Brasil. Existe uma autorização para a pesquisa do quartzito em Patrocínio, segundo o Anuário Mineral do Estado de Minas Gerais.

O TÂNTALO, que é um metal de densidade elevada, alto ponto de fusão e ductilidade, possui uma autorização para a sua pesquisa em território patrocinense, registra o mesmo documento.

A BARITA, sendo o principal mineral de bário, caracteriza–se pela sua alta densidade e é encontrada associada a metais como o chumbo, zinco, prata e carbonatitos. O Ministério das Minas e Energia, por meio do Departamento Nacional da Produção Mineral, autorizou uma mineradora a pesquisa–la no Município. Em 1986, divulgamos todos os pormenores neste minifúndio de papel.

OUTRAS ocorrências de minerais em Patrocínio têm sido comentadas. Algumas, acreditamos, situam–se no campo das suposições, outras mais próximas da verdade. O calcário industrial, as TERRAS RARAS e a cassiterita, entre outros, pertencem a este fantasmagórico bloco.

FINALMENTE, nosso clamor de sempre. No futuro, serão bem–vindas as explorações de nossos minerais desde que tragam reais benefícios para Patrocínio e para os patrocinenses. Do contrário, deixem as riquezas onde estão. Assim seja.”   

POR FIM – Como o “site” da Rede Hoje divulgou, na semana passada, que empresários da China estiveram visitando a região em busca do mineral terras raras, é interessante mostrar indícios de existência do mesmo na terra rangeliana. Com preservação da natureza e respeito total ao meio ambiente, tudo é possível. Deixar somente buracos e devastação ambiental é inaceitável. Aguardemos. Pois, Patrocínio é uma terra de minerais. E precisa se beneficiar com as suas explorações.

Primeira Coluna publicada na Gazeta, edição de 28/5/2016.

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