21 de Novembro de 2015 às 17:00

A História em Nossas Mãos

Se analisarmos o comportamento da sociedade brasileira ao longo dos 126 anos desde a proclamação da República, encontraremos uma característica sempre presente: a capacidade de superação e de vencer crises...

A HISTÓRIA EM NOSSAS MÃOS

*Por Sidney Anversa Victor

Se analisarmos o comportamento da sociedade brasileira ao longo dos 126 anos desde a proclamação da República, encontraremos uma característica sempre presente: a capacidade de superação e de vencer crises. No Século 20, enfrentamos, no plano interno, as dificuldades inerentes à intermitência entre democracia e regimes de exceção, movimentos como as revoluções de 1932 e 1924, várias crises econômicas, “pacotes milagreiros” de péssimo resultado, o impeachment de um presidente e crônicos problemas de corrupção. No cenário mundial, assistimos a duas guerras mundiais, ao crash de 1929 e numerosos outros problemas que nos afetaram diretamente.

E cá estamos nós, sétima economia do Planeta, vivos, fortes e trabalhando. É chegada a hora de resgatar esse inesgotável ânimo, a coragem característica de nossa trajetória como povo, nossa criatividade e poder de enfrentar as adversidades mais difíceis. É preciso arregaçar as mangas e, mais uma vez, virar o jogo que estamos perdendo para a grave crise político-econômica que nos atinge.

No Brasil de hoje, não há como desvincular a deterioração do poder político e a conjuntura econômica fragilizada e recessiva. Para solucionar o primeiro problema, temos o voto, instrumento poderoso para promover transformações. No entanto, para a retomada do crescimento do PIB, geração de empregos, retorno dos investimentos e aquecimento do mercado, contamos exclusivamente com nosso próprio esforço, trabalho e vontade de vencer.

Assim, precisamos esquecer o governo, pois não temos governo, e trabalhar para vencer a grave crise. Não precisamos de Brasília para despertar o chamado espírito animal que caracteriza os empresários e empreendedores. Mais do que nunca, devemos agregar ganhos de produtividade, prospectar novos nichos, criar soluções inteligentes para os clientes, redobrar todos os esforços, promover um mercado com preços justos e equilibrados e não cair na armadilha da concorrência predatória.

Com esse empenho, como sempre fizemos, saltaremos todos os obstáculos que as desventuras internas de nosso país colocam em nosso caminho. Não podemos ter medo de tropeçar, pois ultrapassar barreiras é marca registrada do empresariado brasileiro e, em particular, dos gráficos. Nosso setor, sempre muito sensível ao desempenho do nível de atividade, pois os serviços de impressão refletem de modo rápido o comportamento da economia, já venceu numerosos embates contra conjunturas negativas. E vamos ganhar novamente, enfrentando as dificuldades internas, a concorrência externa e as mudanças mercadológicas relativas ao advento das mídias eletrônicas.

Nos 207 anos da trajetória de nosso setor no País — desde a criação da Imprensa Régia por D. João VI —, saímos vitoriosos de muitos embates contra realidades adversas. Mais uma vez, precisamos atuar com coragem e confiança para superar a crise. A história da indústria gráfica brasileira está, novamente, em nossas próprias mãos, sujas de tinta, mas limpas pela dignidade de quem trabalha e acredita sempre no Brasil!

*Autor: Sidney Anversa Victor, Presidente da Abigraf Regional São Paulo (Associação Brasileira da Indústria Gráfica-SP)

Capa da Revista Impressa: Maria bonita II, técnica mista sobre papel,100x70 cm. Autora: Pintora, desenhista e escritora,autodidata, Niobe Xandó.