21 de Julho de 2017 às 15:11

Alta de impostos dos combustíveis já deve aumentar inflação em julho, diz economista

André Braz, do Ibre, estima que IPCA de julho ficará cerca de 0,12% mais alto que o previsto

O aumento de impostos sobre os combustíveis promovido pelo governo impactará diretamente na inflação daqui para a frente, segundo o economista do Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas) André Braz.

A equipe econômica anunciou que o PIS/Confis do litro da gasolina passa de R$ 0,38 para R$ 0,79. Na prática, isso elevará em R$ 0,41 (ou 11,8%), em média, o preço do litro na bomba.

Esse aumento é o suficiente para fazer com que o IPCA (índice que mede a inflação oficial no País) suba cerca de 0,4%.

Segundo Braz, esse aumento já será percebido em julho.

— Seriam captados aí dez dias de aumento. Com um aumento da gasolina de aproximadamente 10%, um terço disso seria 3%, com um impacto de 0,12% na inflação de julho.

Cada ponto percentual de alta no preço da gasolina reflete 0,04% a mais no IPCA final.

O Ibre/FGV prevê que a inflação deste mês ficaria em torno de 0,10%. Mas com o aumento dos combustíveis, esse patamar será em torno de 0,20%. Esse percentual, diz o economista, não é alarmante. “É um número que preocupa? De jeito nenhum. Ano passado, no mês de julho, a inflação foi de 0,52%”, acrescenta.

Na opinião dele, o aumento dos fretes dificilmente vai ser inteiro repassado aos consumidores.

— O efeito em cadeia é discreto porque a economia não está aquecida. Qualquer aumento que você pratica em um momento em que não se quer mais perder consumidores é um risco. É provável que empresários reduzam um pouco da margem. É claro que o maior impacto fica na ponta dos combustíveis mesmo, em quem compra lá na bomba.

O único alerta que o economista do Ibre faz é sobre o transporte público.

— Toda a cadeia de transportes poderá ser afetada. O combustível tem um peso grande na tarifa de ônibus. Nas demais revisões [de tarifa] que vão ocorrer isso pode impactar.

Fonte: R7


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