Eustáquio Amaral
Ano 172: Romântica cidade e sua fascinante gente
Sete de abril é a data mais importante para os patrocinenses. É o aniversário da Terra–mãe. As ideias são plurais. Há diferenças. Há residentes e ausentes. Há novos e velhos. Há pobres e ricos. Há exaltados e pacíficos. Há brancos e negros. Mas há um sentimento apenas. Um amor filial que nasce no coração e termina na ação. Sempre em prol de um paraíso chamado Patrocínio. Em pleno século XXI.
A GÊNESE – O que somos, o que aqui está, começou em 1668. Nesse ano, passa pela futura Patrocínio a bandeira de Lourenço Castanho Taques e de seus guerreiros. Alguns historiadores narram o evento em 1675. Lourenço é o primeiro civilizado a beber a água patrocinense.
NO TRAJETO – No final daquele século (XVII), o também bandeirante Bartolomeu Bueno, o famoso Anhanguera, parte de Sabará rumo às terras dos goiazes. E passa por Patrocínio, especificamente pelo Rio Dourados.
A ROTA – Em 1771, inicia a parte da história mais conhecida de Patrocínio. O Conde de Valadares determina ao capitão Inácio de Oliveira Campos, em Pitangui, a fazer exploração no Bromado e Esmeril, onde é criada a Fazenda do Brumado dos Pavões para abastecer os viajantes. O local passa a ser chamado também de Catiguá (pelos escravos e índios). Assim, a fundação de Patrocínio acontece em 1772, com a fazenda agrícola e de criação de animais (a Fazenda Brumado dos Pavões se situava na região do Córrego Rangel/Bairro Morada Nova).
OS PRIMEIROS NOMES – Vinte anos depois (1792), já há um pequeno povoado com o nome de Salitre (este Salitre não é o mesmo Salitre de Minas de hoje, este Salitre é o primórdio da cidade). O nome Salitre para a futura Patrocínio perdura por aproximadamente quinze anos, pois em 1807 passa a ser chamado de Arraial de N. S. do Patrocínio. Três anos antes, os moradores tinham construída uma pequena igreja dedicada à N. S. do Patrocínio (onde é a atual).
COMO UMA CRIANÇA – Pouco tempo antes da independência do Brasil, o arraial é visitado por expedições internacionais (Saint Hilaire e Eschwege). Em 1839, é elevado à condição de Paróquia. E o padre José Ferreira Estrêla é o primeiro vigário.
O MUNICÍPIO – Após 170 anos de uma vida pouco conhecida, surge o fato mais relevante na constituição histórica de Patrocínio. Em 23 de março de 1840, a Lei Provincial nº 171 cria o município e a Vila de N. S. do Patrocínio, que é instalada em 7 de abril de 1842. Patrocínio torna–se um novo município, desmembrado do município de Araxá. Até 1833 Patrocínio pertencera a Paracatu (Araxá também).
A CIDADE – O coroamento da emancipação aconteceu em 12 de janeiro de 1874. É instalada a cidade de Patrocínio, em acatamento à Lei Provincial nº 1995, de 13 de novembro de 1873 (Provincial porque Minas Gerais era Província; Estado veio depois).
A CAMINHADA – Desde então, a cidade cresce, o município desenvolve. E, a história vai registrando os acontecimentos do século XX. Como o aparecimento do primeiro jornal, denominado de “O Patrocínio”, por volta de 1900. E a perda de Coromandel, Abadia dos Dourados, Cruzeiro da Fortaleza e Serra do Salitre que integravam o Município. Todos emancipando–se. O século XXI é um adolescente. A cidade prospera, mas não como no século passado. Precisa reagir.
A CULTURA – Belas páginas foram escritas pelos poetas Honório Vieira da Cunha, Augusto de Carvalho, Massilon Machado, Sebastião Elói e Michel Wadhy. José Carlos da Piedade retira de sua alma a marcante “Saudades do Matão”, a música de maior sucesso composta por um patrocinense.
OS NOTÁVEIS – Vem o café, chegam os forasteiros com a opção de amor por Patrocínio. O Flamengo do Véio do Didino é o símbolo de uma geração. Torna–se a mais espetacular equipe amadora de Patrocínio em todos os tempos. O Atlético Patrocinense traz a glória. O CAP é o futebol de Patrocínio para o Brasil. Os patrocinenses assumem lideranças políticas e empresariais. Surgem artistas rangelianos de expressão estadual e nacional.
DOCE VERDADE – A cidade cada dia mais bela. Há problemas, como o desemprego e a má política. Mas há soluções. Há esperança. Há determinação. Como é bom ser patrocinense, seja nativo, seja adotivo. Patrocinense é mais do que cidadania. É um inexplicável estado de espírito.