O mercado de café NY no pregão de hoje ajustou baixa de 230 pontos (-1,90%) no vencimento maio/18, cotado à 118,75.

Já o dólar ajustou alta de 0,0300 centavos (0,91%), cotado à R$3,2910.

Bica corrida idéia de R$435,00.

CAFÉ

Nesta quinta-feira, a cotação do arábica na ICE encerrou o dia em forte baixa. Com ampla oscilação, o mercado chegou a tocar a mínima de 117.50 cents/lb (-355 pontos) no contrato maio/18, o nível mais baixo em 1 ano. O mercado foi novamente pressionado, pelas oscilações cambiais e novas atualizações sobre levantamentos de produção global na safra 2018/19.

Segundo levantamento da SAFRAS & Mercado, a comercialização da safra 2017/18 (julho/junho) do Brasil chegou a 85% até o dia 12 de março. As vendas estão no mesmo ritmo do ano passado, quando 85% da safra 2016/17 estava comercializada até então. No entanto, a comercialização está à frente da média dos últimos 5 anos, que é de 81% para esta época.

Já a comercialização de conilon alcança 91% da safra, contra 86% do mesmo período do ano passado e 82% de média. A proximidade da safra nova, com conilon novo já aparecendo em Rondônia em março, acabou influenciando a decisão de venda.

Tecnicamente, os principais pontos de suporte no arábica são observados em 117,00 e posteriormente em 115.25. Já resistências vistas em 121.00 e 123.25.

Em boletim da Somar Meteorologia, por conta de áreas de instabilidade e a passagem de uma frente fria pela costa, a chuva volta a ganhar força desde o norte do Paraná até grande parte das áreas produtoras do Arábica da Região Sudeste. O novo sistema trará pancadas de chuva à Mogiana, sul e leste de Minas Gerais e Espírito Santo com acumulado entre 15 e 30 milímetros.

DÓLAR

Nesta quinta-feira, o dólar comercial operou em forte alta durante todo o pregão, chegando a tocar a máxima de R$3,2970 (+1,10%). No decorrer do dia, os EUA decidiram anunciar sanções contra a Rússia, individuais e em grupo, e os russos já avisaram que vão adotar medidas de retaliação.

Em meio às tensões comerciais, os investidores em moedas no exterior procuravam o iene, que subia ante o dólar. O iene deve ser o principal beneficiário de qualquer aumento do protecionismo comercial, dado o forte excedente da conta corrente do Japão e a reputação da moeda de ser um refúgio seguro.

A moeda norte-americana avançava ante uma cesta de moedas também com os investidores reduzindo posições vendidas e se preparando para o encontro de política monetária do Federal Reserve na próxima semana, quando o banco central norte-americano deve elevar os juros pela primeira vez no ano.

O dólar também subia ante divisas de países emergentes, como os pesos mexicano e chileno.

Coincidindo com o discurso do diretor de política econômica do Banco Central, Carlos Viana, no início da semana, quando tratou de corrigir as apostas superotimistas, de que o ciclo de corte da SELIC duraria até maio, os DIs (taxa de juros de depósitos interbancários) curtos completaram três sessões de alta.

O ajuste elimina a esperança de que a SELIC possa se aproximar do patamar de 6%. Deve parar em 6,50% no COPOM da semana que vem, quando o comunicado do BC pode sinalizar na sua estratégia a duração da pausa.

O Banco Central brasileiro vendeu nesta sessão toda a oferta de até 14 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de abril. Dessa forma, já rolou 2,8 bilhões de dólares do total de 9,029 bilhões de dólares.

Italo Henrique.