CAFÉ

Nesta sexta-feira, a cotação do arábica na ICE encerrou o dia em alta, à 112,60 cents/lb (+255 pontos). Depois da forte queda no dia anterior, o mercado buscou acomodação e avançou mais de 200 pontos. A queda do dólar ante o real contribuiu para os ganhos no mercado.

Apesar de uma sessão mais técnica, operadores não ignoram os fundamentos e seguem de olho nas informações sobre o clima no Brasil. O El Niño permanece com previsão para as áreas de café do Brasil, que poderiam ser afetadas pela seca. O próximo ano será de bienalidade negativa e isso poderia acentuar este fator.

Tecnicamente, os principais pontos de suporte no arábica são observados em 110,70 e posteriormente em 108.80. Já resistências vistas em 113.65 e 114.70.
 
De acordo com a Somar Meteorologia, praticamente todas as principais áreas cafeeiras do pais seguem com previsão de chuvas volumosas a partir desta sexta-feira. A próxima semana deve a registrar volumes acumulados de chuva superiores a 150mm (até próxima terça, 20) em algumas cidades.

DÓLAR

O dólar comercial encerrou em queda ante o real nesta sexta-feira, cotado à R$3,7390 (-1,18%), com o mercado recebendo bem a definição sobre o comando do Banco Central no governo de Jair Bolsonaro, com Roberto Campos Neto à frente da autoridade monetária, e após integrantes do Federal Reserve darem sinais sobre trajetória futura de juros dos Estados Unidos em entrevistas.
    
Roberto Campos Neto é tido como um economista na linha do avô dele, extremamente liberal, identificado com as tesourarias do mercado financeiro e certamente é um nome que dará sequência a toda a política do BC implementada pelo Ilan Goldfajn, até então preferido pelo mercado.

Além do anúncio de Campos Neto, ajudou no bom humor do mercado de câmbio nesta sessão entre feriado e fim de semana o anúncio de que Mansueto Almeida permanecerá no cargo de Secretário do Tesouro Nacional.

Nos Estados Unidos, o vice-chair do Federal Reserve, Richard Clarida, declarou que a taxa de juros norte-americana está perto das estimativas do banco central de uma taxa neutra e que o neutro “faz sentido”, influenciado na cotação do dólar ante uma cesta das principais moedas.

Italo Henrique Expocaccer / Departamento Comercial