INFORMATIVO DIÁRIO - EXPOCACCER

CAFÉ

-- Nesta quinta-feira, a cotação do arábica na ICE encerrou o dia em baixa, cotado à 98,15 cents/lb (-95 pontos/-0,95%) no vencimento julho/20. As variações do dia foram motivadas pela alta do dólar e novos dados divulgados pelo Rabobank.

Em análise divulgada pelo Rabobank, a instituição prevê que "muitas" cafeterias independentes nunca poderão reabrir após serem fechadas devido aos bloqueios por coronavírus e que pode levar muito tempo para que o consumo de café se recupere para os níveis de 2019. 
Os números do Rabobank vão de encontro com as preocupações da Associação Brasileira de Cafés Especiais, que fez um levantamento logo no começo da quarentena, indicando uma baixa de mais de 70% nas vendas de cafés especiais, consequência das cafeterias fechadas em todo o país. 
O levantamento realizado pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) com seus membros dessas categorias aponta que os associados tiveram queda média de 76,25% na venda do produto, com os mais impactados sofrendo redução de até 100% em seus negócios. Segundo a BSCA, os números foram levantados em abril, mas a realidade ainda é a mesma diante da extensão da quarentena. >>> Veja a matéria completa aqui.

Tecnicamente, os principais pontos de suporte no arábica são observados em 97.75 e posteriormente em 96.40. Já resistências vistas em 100.60 e 102.10.

De acordo com a Somar Meteorologia, apesar do tempo nublado, não houve chuva significativa nas áreas de café nas últimas 24 horas. Mas a trégua será curta, pois um novo sistema frontal forma-se sobre o centro e sul do Brasil e levará chuva ao norte do Paraná, Alta Paulista e alguns poucos municípios da Baixa Mogiana e sul de Minas Gerais e Espírito Santo. O acumulado será elevado nas duas primeiras áreas variando entre 30mm e 70mm até o início da próxima semana. Por outro lado, o tempo permanecerá seco na Zona da Mata, Cerrado e Alta Paulista.

DÓLAR

-- O dólar comercial fechou em alta no dia de hoje, cotado à R$5,1330 (+0,94%), com os investidores ajustando suas posições e reagindo a anúncios de mais estímulo econômico na zona do euro.

No exterior, os investidores avaliaram nesta quinta dados sobre os pedidos semanais de auxílio-desemprego nos Estados Unidos - que mostraram a nona queda semanal seguida. Também esteve no radar a decisão do Banco Central Europeu de expandir seu programa de compras emergenciais para a pandemia (PEPP, na sigla em inglês) em 600 bilhões de euros, para um total de 1,35 trilhão de euros.

Nos últimos dias, o movimento de enfraquecimento do dólar tem sido global. Passado o momento de maior nervosismo da crise, a forte injeção de liquidez de grandes bancos centrais combinado com a reabertura econômica passaram a exercer uma pressão baixista sobre o dólar, que foi o ativo mais demandado do mundo no auge da crise, em março.

No cenário local, a notícia de emissão de dívida soberana no mercado internacional pelo Tesouro Nacional endossou leitura de que há demanda por ativos brasileiros, reforçou o movimento de maior apetite por risco e de correção na taxa de câmbio nas últimas semanas.

Italo Henrique Expocaccer / Departamento Comercial