Fonte: R7 Priscila Mendes e Renato Souza, do R7, em Brasília Foto: REPRODUÇÃO
Apelidado de “Novo Lazáro” em alusão ao assassino em série morto em junho deste ano, o caseiro Wanderson Mota Protácio é acusado de matar, em novembro de 2020, o taxista Maurício Lopes Mariano, de 26 anos, (foto a esquerda) na cidade de Serra do Salitre. Ele chegou a ser preso em flagrante pela 10ª Delegacia de Polícia Civil de Patrocínio (MG) com outros três envolvidos no homicídio, mas foi liberado quatro meses depois. As informações constam em ocorrência policial obtida com exclusividade pelo R7. LEIA AQUI
Procurado há quatro dias pela Polícia Civil na mata da zona rural de Abadiânia (GO), Wanderson é suspeito de matar a facadas a esposa, grávida, a enteada, de apenas 2 anos e 8 meses, e um fazendeiro em Corumbá de Goiás (GO), no dia 28 de novembro. A busca pelo taxista começou após o pai dele informar que o filho atendeu uma corrida para a cidade de Ibiá, e oito horas depois ainda não tinha voltado para casa.
Ao realizar buscas na região, policiais militares acessaram câmeras de segurança de um bar, onde viram quatro pessoas encapuzadas entrando no carro do taxista. Eles foram flagrados por moradores, que tentaram linchar o grupo, sendo que três comparsas fugiram e Wanderson foi encontrado pela polícia com os moradores, que tentavam agredi-lo, já presumindo o crime. Depois, os outros três também acabaram presos. As informações da ocorrência destacam que a morte ocorreu a facadas, prática característica dos crimes cometidos por Wanderson.
Fotos: Arquivo POL
De acordo com informações de moradores da região, que conversaram com a reportagem sob a condição de anonimato, o óbito do profissional de transportes gerou comoção e revolta. "Foi uma comoção danada na cidade. O taxista era uma pessoa muito querida em São Gotardo. Eles saíram no táxi de São Gotardo e no meio do caminho obrigaram ele a desviar a rota. Próximo à serra eles pararam o veículo, cortaram o cinto de segurança e amarraram o Maurício em uma árvore. Eles deixaram ele lá, mas quando iriam embora, o Wanderson voltou e desferiu várias facadas nele", diz uma fonte.
O trio teria sido preso, mas solto quatro meses depois, em razão de um habeas corpus solicitado pela defesa com base em um eventual atraso na conclusão do inquérito pela Polícia Civil. O caseiro trabalhou, em 2019, em uma plantação de tomates na fazenda Santo Antão, em Abadiânia (GO), região para onde teria fugido.
A Secretaria de Segurança Pública de Goiás mobiliza, há quatro dias, mais de 50 policiais civis e militares e conta ainda com a ajuda da PRF (Polícia Rodoviária Federal) para tentar encontrar o homem. A operação fechou o cerco em três cidades: Corumbá de Goiás, onde os crimes aconteceram, Alexânia e Abadiânia, para onde ele teria fugido. A fuga do trecho entre Alexânia e Abadiânia foi feita de táxi, segundo a polícia.
Outro crime
Wanderson já havia sido preso por tentar matar uma mulher também a facadas em 2019. Ele aparece em um vídeo, que circula pela internet, debochando da tentativa de feminicídio em Goianápolis, a 48 km de Goiânia. "Estava bêbado, moça. Não lembro de nada", disse ele, sorrindo, durante o depoimento. Após o crime, ele contou que havia passado a tarde bebendo na casa de um amigo.
O caseiro foi preso em flagrante e admitiu à polícia que esfaqueou a irmã de sua madrasta nas costas e só parou porque a faca quebrou. A vítima tinha apenas 18 anos. De acordo com o processo que ainda tramita na Justiça goiana, ele atacou a ex-companheira no quarto. Era dia do aniversário dela, que completava 18 anos.
Em nota, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou que concluiu o inquérito policial instaurado para apurar o crime ocorrido em novembro de 2020. "A PCMG, em seu relatório final, indiciou o suspeito pelos crimes de latrocínio, extorsão, corrupção de menores e tráfico. O procedimento devidamente apurado e concluído dentro do prazo legal foi remetido à Justiça na data de 4/12/2020. A Polícia Civil informa ainda que o suspeito permaneceu no Sistema Prisional durante o período das investigações. Outras informações deverão ser solicitadas diretamente ao Ministério Público de Minas Gerais", diz o texto.
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Imagem mostra momento em que veículo de taxista residente em São Gotardo é flagrado pelo Olho Vivo