A fosfoetanolamina (2-aminoetanol dihidrogenofosfato) é um componente derivado da etanolamina e faz parte do metabolismo celular. Está presente na membrana plasmática de células animais e participa da síntese de fosfatidiletanolamina no retículo endoplasmático, do metabolismo mitocondrial e da síntese de acetilcolina.
Essa substância foi identificada em vários tipos de tumores em animais como bouvinos e roedores. Foi identificada como substância química presente nesses tecidos.
O pesquisador Gilberto Orivaldo Chierice, que não é médico, coordenou na Universidade de São Paulo estudos com a fosfoetanolamina sintética por mais de 20 anos.
Entretanto, esses trabalhos foram realizados em animais. Os estudos mostraram que a substância sinaliza as células cancerosas para que o sistema imunológico do paciente as destrua. Ou seja, em animais a substância pode ajudar o organismo a identificar e destruir o câncer. Não há estudos em humanos até o momento.
Quem se lembra da talidomida?
A talidomida foi uma droga sintetizada na Alemanha e comercializada por volta de 1953 como promissora no combate da insônia, efeito hipnótico e sem causar efeitos colaterais. Seria o milagre de uma droga inócua usada para combater a falta de sono, a ansiedade e os enjôos.
Dessa forma, passou a ser utilizada por mulheres grávidas e como essas se sentiam muito bem, houve um boom de vendas em todo mundo.
Nessa época não havia nenhum controle sobre a realização de estudos clínicos de segurança e eficácia. Conseqüentemente, começaram a surgir casos de anomalias genéticas. Crianças com defeitos estruturais como ausência de extremidades superiores ou malformação de membros inferiores – focomelia (crianças se pareciam com focas).
Por que é importante lembrar da Talidomida?
Porque essa história pode se repetir com a substância fosfoetanolamina.
Esse químico não é uma droga e não passou por nenhum estudo em humanos. Foi uma irresponsabilidade lançar a idéia de cura do câncer através do uso dessa substância.
Nem de droga ela pode ser chamada, pois não foi definida uma dose ou mesmo quantas vezes ao dia o paciente deve usar. Não foi testada em tipos diferentes de tumores, apenas em número limitados de casos e, principalmente, em animais e não em seres humanos.
Hoje a droga é produzida no laboratório Santa Cruz Biotechnology em Dallas no Texas, apenas para pesquisas em animais. Ou seja, a droga já é pesquisada fora do Brasil e nunca foi comercializada como droga anti-câncer. Isso porque as pesquisas não foram conclusivas até o momento.
Desespero x Esperança:
Já tive dois avós queridos sendo levados pelo câncer. E, mesmo sendo médica, estive de mãos atadas, impotente aos olhos dos incrédulos. Mas, cheia de oportunidade diante dos que crêem no Cristo. Oportunidade de cuidar com carinho, de retribuir toda dedicação que tiveram comigo na infância, de melhorar como pessoa e de confiar em Deus toda minha fé.
Diante do sofrimento de um ente querido sendo consumido pelo câncer desejamos o milagre e a salvação. Entretanto, podemos causar um mal maior ao usar uma substância (ainda não é medicamento) que não foi testada, não foi submetida a estudos clínicos controlados mostrando segurança e eficácia. Podemos até mesmo antecipar a morte daqueles que amamos e perdermos a oportunidade de vivenciar o verdadeiro amor nos últimos minutos cedidos a nós por Deus.
Que não se apague a esperança de que da fosfoetanolamina surja uma droga promissora para cura do câncer, mas que todo ato seja realizado com responsabilidade e bom senso.
PS: As imagens são retiradas da internet e tem papel ilustrativo.