Peritos da polícia examinam cômodos da casa onde ocorreu o crime: em estado de choque, pais foram levados ao hospital
O homem preso acusado de amarrar duas crianças e incendiar a casa em que elas estavam, em Ceilândia, no fim da tarde desta segunda-feira (12/05), confessou ter praticado o crime. O artesão Rômulo Sebastião Nascimento de Sousa, de 21 anos, disse que o motivo de tamanha barbaridade teria sido uma dívida que ele teria com o irmão mais velho das duas vítimas. A menina de 13 anos e o garoto de 9 anos morreram no atentado. O irmão dos garotos disse à polícia que a dívida seria de R$ 160, mas o criminoso contou que era de R$ 600.
Polícia prende suspeito de atear fogo em casa onde crianças morreram
Crianças são encontradas amarradas e mortas dentro de casa, em Ceilândia
Em depoimento ao delegado titular da 15ª DP (Ceilândia Sul), Johnson Kenedy Monteiro, Rômulo contou que teria vendido, dias antes, algumas peças de artesanato para Marcos Paulo Silvo Santos. Durante o último fim de semana, ele teria cobrado o valor dos produtos e Marcos Paulo pediu para que Rômulo passasse em sua casa na tarde desta segunda-feira para quitar parte da dívida.
Conforme combinado, Rômulo foi até a residência de Marcos Paulo, na QNM 07. O rapaz entregou R$ 100 para Rômulo e os dois deixaram a casa. Enquanto Marcos Paulo foi para o trabalho, Rômulo voltou até a casa e tocou a campainha. O menino de 9 anos atendeu a porta e o artesão disse que havia esquecido uma coisa e que queria buscar. O garoto, então, o deixou entrar.
Dentro da casa, Rômulo disse que iria levar um notebook que estava no local para saldar o restante da dívida. Com medo, as duas crianças começaram a gritar e se atracaram com o recém-chegado. Foi então que ele levou a menina para um quarto e amarrou suas duas mãos com o fio de um carregador de celular. Depois, levou o menino para o outro quarto e o amarrou com um pedaço de lençol rasgado. Quando Rômulo voltou para a sala para levar os objetos, percebeu que a menina tinha conseguido se soltar. O homem então voltou para o quarto, amarrou as mãos com os fios junto ao pescoço da menina e colocou fogo no colchão. Fechou a porta por fora e escorou com a cadeira.
Foi ao outro quarto e colocou fogo no lençol. Saiu, escorou a porta com uma cadeira e colocou o sofá prendendo as duas saídas. Pegou um vidro de álcool que encontrou por perto e colocou fogo.
Na sala, colocou fogo nos outros móveis e saiu do local levando um notebook, um tablet, três celulares e uma máquina fotográfica, dentro de uma mala. Quando subia a rua, ainda cruzou com a mãe das crianças, que o cumprimentou. Rômulo apenas abaixou a cabeça e não disse nada. O criminoso foi localizado por volta das 19 horas pela Polícia Civil, na casa da namorada, no P-Sul.
Segundo o delegado Johnson Monteiro, o suspeito, que não tinha antecedentes criminais, foi preso em flagrante e durante o depoimento foi bastante frio e não demonstrou arrependimento. Ele responderá por duplo latrocínio e pode pegar até 60 anos de prisão. Ontem mesmo o criminoso foi transferido para o Departamento de Polícia Especializada (DPE) e deve ser transferido para a Papuda nesta terça.