Fonte: Secretaria de Segurança Pública Foto: Jucimar de Sousa
A força-tarefa montada entre as Polícias Civil (PCGO), Militar (PMGO) e Rodoviária Federal (PRF) prendeu, na manhã de sábado 04/12, Wanderson Mota Protácio, de 21 anos. Ele é suspeito de matar a mulher grávida, a enteada e um fazendeiro, em Corumbá de Goiás. O caseiro era procurado desde o dia 28 de novembro deste ano, quando os crimes foram praticados. A detenção aconteceu em Gameleira de Goiás.
O suspeito foi localizado em uma fazenda do município, depois que decidiu se entregar. “Estivemos na casa ao lado na madrugada anterior. Tivemos informações de que ele estava em outra propriedade e fomos até lá. Chegamos a pensar em cães farejadores, que estavam à disposição, mas choveu muito. Tinha uma pequena mata e ele deve ter passado por lá”, informou o secretário de Segurança Pública, Rodney Miranda.
O trabalho integrado foi responsável pelo sucesso do trabalho de buscas. O chefe da pasta agradeceu ainda o auxílio de uma fazendeira local, que esteve em contato com o indivíduo e o convenceu a se entregar. “O que levou ele a se entregar foi o cerco. Logicamente que ela [fazendeira] ajudou, mas o que levou ele a se entregar foi o cerco apertando cada dia mais. Ela foi muito corajosa sim, mas não é uma atitude aconselhável. Foi muito corajosa, fizemos agradecimentos a ela, mas volto a insistir: quem obrigou ele a tomar essa atitude foi a estratégia montada”, disse.
As buscas ao suspeito contaram com a participação de 30 policiais civis e militares. “É um caso completamente diferente do Lázaro, que cometeu um crime, fugiu para a mata que conhecia como poucos e durante 20 dias continuou praticando delitos até morrer em confronto. O Wanderson não, é um criminoso comum, não menos perigoso, mas que só queria fugir depois de matar a mulher grávida, a filha dela, e um fazendeiro”.
Rodney Miranda criticou a legislação brasileira e o fato de Wanderson estar em liberdade, mesmo já tendo cometido outros crimes graves. “Esse sujeito foi acusado de latrocínio em Minas, ficou preso três meses e foi liberado. Em Goiás, tentativa de feminicídio, ficou preso três meses e foi liberado. Não há crítica ao judiciário, mas à nossa legislação extremamente permissiva e benéfica a quem comete crime, mesmo crimes graves. O sujeito por questão de legislação foi para a rua de novo. Se a lei permitisse que poder judiciário agisse, sem tantos direitos, de repente essa família, a criança, o idoso e o feto não estariam nesta situação”, destacou.
Após a prisão, o suspeito foi ouvido no 3ª Delegacia Regional de Polícia de Anápolis e confessou os crimes. Ele foi encaminhado no final da manhã deste sábado para o Núcleo de Custódia no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, onde ficará à disposição do poder Judiciário. Wanderson deverá responder por duplo feminicídio, latrocínio (roubo seguido de morte) e aborto. Somadas, as penas podem chegar a 100 anos de reclusão.
Caseiro Wanderson Mota é suspeito de matar mulher grávida, enteada e fazendeiro em Corumbá de Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
Crimes
Os três assassinatos aconteceram em Corumbá de Goiás, no Entorno do DF. Segundo a investigação da Polícia Civil de Goiás, o suspeito matou a mulher dele que estava grávida, Ranieri Aranha Figueiró, de 21 anos, e a enteada Geysa Aranha da Silva Rocha, de 1 anos e 8 meses. Em seguida, furtou um revólver e matou o fazendeiro Roberto Clemente de Matos, de 73 anos, para roubar a caminhonete dele e fugir da cidade. Wanderson teria ainda tentado estuprar a mulher do fazendeiro, mas não conseguiu, e atirou no ombro dela.
Além do triplo homicídio, o fugitivo é acusado de tentar matar uma mulher a facadas, em 2019, em Goianápolis. O processo tramita no Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) e a sentença ainda não foi decretada. A tentativa de feminicídio aconteceu em 8 de dezembro de 2019. Em novembro de 2020, Wanderson teria, ainda, matado um taxista em Serra do Salitre (MG). A vítima era Maurício Lopes Mariano natural de São Gotardo, que tinha 25 anos. Wanderson foi indiciado pelos crimes de latrocínio, extorsão, corrupção de menores e tráfico. Nove dias depois da prisão, em 4 de dezembro, o inquérito foi concluído e enviado à Justiça de Minas Gerais.