9 de Fevereiro de 2014 às 14:02

Emagrecimento: em busca de um milagre.

Entenda um tratamento para perder peso

A mídia traz diariamente e, em ritmo frenético, pílulas novas, alimentação substituta, shakes e vários outros tratamentos que prometem a tão sonhada perda de peso. Entretanto, embora pareça promover um sucesso inicial, esses tratamentos acabam se revelando fracassados e sendo substituídos por novos e “novos promissores milagres”.

Fato é conhecido de todos que a obesidade é um problema sério de saúde pública. No mundo já existe cerca de 1bilhão de pessoas acima do peso e 300 milhões de obesos. No Brasil 40% da população está acima do peso. E a obesidade causa hoje 80mil mortes por ano. Sendo a obesidade infantil a maior preocupação. A busca é por um tratamento definitivo e eficaz.

 

Grande parte dessa frustração na tentativa de solução definitiva e rápida da obesidade ou sobrepeso é o fato de ignorarmos que essa é uma doença multifatorial e necessita da abordagem interdisciplinar para o sucesso da terapêutica.

Essa visão de praticidade e agilidade no tratamento da obesidade e sobrepeso já está arraigada na sociedade.

Na maioria das vezes, as pessoas desejam “ser emagrecidas” sem esforço próprio; uma fórmula mágica, uma pílula mágica, uma massagem fantástica, uma máquina do futuro que trará o milagre do peso ideal e da forma corporal vendida na mídia. As pessoas esperam por uma solução para que o metabolismo acelere e as emagreça.

Rendi-me as sugestões enviadas por email, afinal para que servem os amigos? Vou discorrer sobre o assunto, mas vou partir de uma convicção de alguém que já perdeu 30kg e até hoje mantém vigília com a saúde e não com a mídia. Vou sim dar a fórmula mágica, mas em muitos e muitos capítulos. Espero contar com ajuda de outros profissionais que são parceiros nessa batalha.

Como começar um tratamento para perder peso?

A maioria dos colegas diria que o começo seria com uma avaliação endocrinológica ou cardiológica, um teste ergométrico e exames de sangue como glicose, colesterol e tireoide. Todas essas medidas são importantíssimas e devem ser realizadas anualmente. Mas no meu ponto de vista a batalha começa com uma boa avaliação psicológica.

Parece incoerente e sem sentido aos olhos de muitos, mas eu explico.

Independente do tratamento proposto, o mais importante é o grau de motivação do paciente. É isso que leva o paciente a se engajar no tratamento seja ele qual for. E acredito que os psicólogos devam ser a nossa linha de frente nessa avaliação por vários motivos: experiência, qualificação, tempo e tantos outros.

Um bom método para avaliar a motivação para mudanças é o chamado “modelo transteórico”. Esse modelo também pode ser de grande valor no decorrer do tratamento para obesidade. Diagnóstico e tratamento.

Necessitamos saber por qual motivo paciente vai em busca de tratamento, qual é a motivação:

Motivação intrínseca – desejos, necessidades e metas da pessoa, como por exemplo, ter boa saúde, prevenir doenças, melhorar a condição física, dormir melhor, ter mais disposição, respirar melhor e até mesmo melhorar a auto estima.

Motivações extrínsecas – é uma resposta a recompensas ou punições externas. Exemplo muito comum: emagrecer para casar ou para algum evento social. Outro mais comum ainda: meu marido me traiu porque estou gorda.

É preciso entender que só as motivações intrínsecas são preditoras de sucesso. E os profissionais envolvidos nessa luta devem estimular essa dinâmica interna.

O modelo transteórico diz que a mudança se dá ao longo do tempo segundo estágios bem caracterizados. Esse modelo foi estudado inicialmente por Prochaska e DiClementi (1982) e complementadas por Toral e Slater (2007):

Estágio da Pré Contemplação – pessoa não pretende mudar num futuro próximo. Há uma resistência em reconhecer o problema ou pouca motivação para mudar o comportamento por falta de informações ou por tentativas anteriores frustradas. Paciente não reconhece as práticas alimentares inadequadas ou não tem motivação necessária para altera-las.

Estágio de Contemplação – Admite que tem um problema e começa a pensar em mudar, mas não se compromete. Reconhece a necessidade e os benefícios da mudança, mas não se mobiliza. Consegue desculpas: falta de tempo, preço alto, não está pronto, não é a melhor época, o que os outros vão dizer...

Estágio de Decisão (preparação) – São realizadas algumas pequenas mudanças, mas não há persistência: vou iniciar regime na próxima segunda, vou despedir para depois iniciar dieta, vou reservar finais de semana para família, só estava nervoso e não resisti à sobremesa, neste fim de semana vou ter três festas, tenho um filho que come doces e guloseimas...

Estágio de Ação – barreiras são superadas e atitudes são tomadas. Há modificações no comportamento, atitudes e padrões relacionais. O “objetivo” é encarado de frente e o esforço realizado de forma concreta. As mudanças já duram mais de seis meses. Redução na ingesta de alimentos gordurosos, prática regular de atividades físicas, contratação de um personal e principalmente a coragem para enfrentar o próprio Eu em uma terapia psicológica.

Estágio de Manutenção – Paciente realmente consegue incorporar na Vida o estilo de alimentação saudável e a realização de atividade física. O tratamento deixa de ser um peso, mas torna-se uma rotina prazerosa e compensatória. Tem padrão psíquico mais equilibrado, deixando de tratar a comida como drogas aliviadoras de tensões emocionais ou recompensas por um dia difícil ou pelo estresse.

Esses estágios refletem diferentes níveis de consciência a respeito do problema, como o paciente vê a situação e os diferentes graus de empenho para enfrentá-lo. Importante saber em qual estágio o paciente se encontra no início do tratamento e sua evolução ao longo do tempo.  Importante trazê-lo para realidade, mostrar a ele onde está o erro.

E isso é o que eu espero de um profissional de psicologia quando solicito acompanhamento de um paciente para perda de peso. Orientar, diagnosticar e ajuda-lo a evoluir em todos esses estágios. Ajuda-lo a enfrentar as barreiras emocionais que o impedem de evoluir no tratamento.  

Tratar obesidade e perder peso é buscar o equilíbrio em todas as faces do ser: alimentação, atividade física, repouso e emoções. É descobrir o amor próprio. É ter coragem para enfrentar o Eu verdadeiro e se posicionar diante do mundo; descobrir e assumir o seu lugar.

Emagrecer é simplesmente delicioso e indescritível.

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