24 de Novembro de 2020 às 16:32

Enxaguante bucal criado no Brasil é capaz de inativar coronavírus

Produto age na cavidade oral onde o vírus causador da covid-19 fica incubado antes de se espalhar para outras partes do sistema respiratório

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Um enxaguante bucal desenvolvido por pesquisadores brasileiros se mostrou eficaz no combate ao SARS-CoV-2, coronavírus causador da covid-19.

Os resultados de testes em 107 pessoas foram apresentados nesta terça-feira (24) pelos autores do estudo, que ainda está pendente de publicação em revista científica.

O produto transforma o oxigênio da cavidade bucal em oxigênio reativo, o que o torna, segundo os desenvolvedores, capaz de inativar o coronavírus.

O antisséptico já estava em estudo quando surgiu a pandemia e passou a ser testado também como antiviral.

O coordenador do estudo, o cirurgião dentista e pós-doutor em ciências biológicas Fabiano Vieira Vilhena, explica que o vírus permanece na chamada orofaringe durante o período de incubação, em que ele se multiplica antes de avançar para outras partes do sistema respiratório.

"Existe um caminho para a covid dentro do organismo. Basicamente, isso a literatura científica está bem documentada, o vírus tem uma via de entrada, que é a via área superior — olhos, nariz e boca. Mas ele tem um local que ele tem que se alojar, porque ele tem que se replicar. E também já está se mostrando na literatura que esses locais, principalmente, são glândulas salivares, língua, amígdalas."

Outro autor do estudo, o professor Paulo Sérgio da Silva Santos, coordenador de pesquisa da Faculdade de Odontologia de Bauru e professor da Faculdade de Odontologia da USP, ressalta o papel do enxaguante nesse contexto.

"O vírus pode entrar tanto pela boca quanto pelo nariz. então, o bochecho aliado ao gargarejo, que vai lá para trás da garganta, é que reduz inclusive o vírus que pode ter entrado pelo nariz."

No entanto, ponderam, não se trata de um medicamento ou de uma vacina, mas de um produto de higiene oral que pode ser um coadjuvante no tratamento ou na prevenção da covid-19.

Os testes que identificaram a inativação do vírus foram realizados com cinco enxágues diários de um minuto cada.

Os desenvolvedores afirmam que o antisséptico já tem aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e deve começar a ser vendido ainda este ano, a um preço de R$ 30.

Fonte: R7 Reprodução/NIAID Foto: Ilustrativa


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