O uso prolongado de medicamentos como omeprazol, pantoprazol e esomeprazol, que são usados no tratamento de doenças gastrointestinais, pode aumentar em 2,4 vezes as chances de desenvolver câncer de estômago. Esta é a conclusão de um estudo realizado ... em Hong Kong. Para o levantamento, foram avaliados 63.397 pacientes que utilizaram este tipo de medicamento entre 2003 e 2012.
O gastrocirurgião e endoscopista Eduardo Grecco explica que os pacientes que usam este tipo de remédio por muito tempo realmente correm mais riscos, “mas que ainda são necessárias mais comprovações [científicas]”.
— O uso de inibidores de bombas de próton diminui o processo inflamatório do estômago e esôfago porque reduz o excesso de acidez e a pessoa melhora, já que o excesso de suco gástrico é agressivo. Porém, o ácido é necessário. Então, se o paciente usa o medicamento por muito tempo, ele deixa de produzir a quantidade necessária desta substância. Desta forma, altera-se a mucosa do estômago causando a atrofia gástrica e, esta alteração aumenta as chances de desenvolver um câncer.
O especialista explica que, geralmente, o paciente que produz muito ácido gástrico come mal ou passa muito tempo em jejum. “Esse excesso irrita a mucosa do estômago provocando dor”.
— É muito importante que a pessoa com desconforto gastrointestinal procure um médico para ser devidamente tratado. O paciente precisa tomar o medicamento correto no tempo determinado pelo especialista.
No entanto, nem todo mundo consegue ficar sem a medicação, diz Greco.
— Cerca de 20% destes pacientes são refratários — ou seja, não conseguem ficar sem o medicamento. Nestes casos, é necessário acompanhamento médico mais rigoroso, endoscopias mais frequentes e suspensão temporária da medicação. Já está disponível no Brasil um novo tratamento apenas para pacientes que sofrem com refluxo. O tratamento, disponível apenas na rede privada, consiste em endoscopia com radiofrequência para melhorar a acidez do estômago.
O estudo foi desenvolvido pelas universidades de Londres e de Hong Kong, e publicado no jornal Gut.
Fonte:R7
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