Fotos: Jonata Ulisses/ Patrocínio On-lineE, Gil Leonardi / Imprensa MG e Ricardo Stuckert/PR
SERRA DO SALITRE (MG)- O Grupo EuroChem, um dos líderes globais na produção de fertilizantes, inaugurou hoje, 13, na região do Alto Paranaíba, Minas Gerais, o Complexo Mineroindustrial de Serra do Salitre, o primeiro projeto verticalizado da empresa que integra atividades de mineração, beneficiamento, produção e distribuição de fertilizantes, fora da Europa. A cerimônia de inauguração aconteceu na unidade industrial e contou com a presença do presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, do vice-governador do Estado de Minas Gerais, Matheus Simões, do Ministro da Casa Civil, Rui Costa, do Ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, do Ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, do prefeito do município de Salitre, Paulo Giovani Silveira de Melo (Joca), e demais autoridades das esferas federal, estadual e municipal, além de trabalhadores e convidados.
A unidade de 20 milhões de metros quadrados tem capacidade produtiva de um milhão de toneladas de fertilizantes fosfatados por ano, o que representa 15% da produção nacional do insumo, contribuindo diretamente para a redução da dependência do agronegócio brasileiro às importações, que hoje chegam a 85%, segundo dados da Agência Nacional de Difusão de Adubos, ANDA.
“Trata-se de um ativo extremamente estratégico pois transforma a EuroChem em um player importante na produção de fertilizantes no Brasil e na América do Sul. Estamos alinhados com o Plano Nacional de Fertilizantes, contribuiremos com o fortalecimento da competitividade do setor e, consequentemente, com a soberania alimentar do país”, afirma Gustavo Horbach, diretor-presidente da EuroChem na América do Sul.
A unidade, com tecnologia de última geração e licenciada de acordo com os mais rigorosos padrões ambientais, é composta por uma mina de fosfato a céu aberto com mais de 350 milhões de toneladas métricas de reservas minerais e cerca de 25 anos de vida útil. O projeto conta ainda com uma planta de ácido sulfúrico, uma de ácido fosfórico, e unidades de acidulações e granulações.
Todo o Complexo tem capacidade de produção de 1,2 milhão toneladas/ano de concentrado fosfático; 1 milhão toneladas/ano de ácido sulfúrico; e 250 mil toneladas/ano de ácido fosfórico, além de 1 milhão de toneladas/ano de fertilizantes fosfatados, efetivamente. Toda essa produção será operacionalizada por cerca de 1.500 trabalhadores, diretos e indiretos, que atuarão em turnos de atividade.
Como produto final, Salitre fabricará, dentre outros, três fertilizantes essenciais à agricultura: SSP (Super Simples), TSP (Triplo Simples) e MAP (Fosfato Monoamônico) que abastecerão as lavouras de soja, milho e cana-de-açúcar, principalmente.
“O complexo terá capacidade de distribuir fertilizantes fosfatados de alta qualidade para todo o país. Por conta de questões logísticas devemos ser ainda mais competitivos nas culturas agrícolas de MG, GO, SP, MS e MT, afirma David Crispim, diretor de operações do Complexo de Salitre.
Ainda segundo o executivo, com o volume produzido em Salitre, a EuroChem deve ampliar a sua participação de mercado no país.
A obra da segunda fase do Complexo de Salitre contou com o trabalho de cerca de três mil e quinhentos colaboradores e consistiu na implementação eletromecânica e civil das plantas químicas e no comissionamento das instalações. A unidade de mineração, primeira etapa do Complexo, está em operação desde 2018.
“Vislumbrando a importância da unidade, foram aportados grandes investimentos e alocados os melhores recursos para concluir o projeto dentro do menor tempo possível. Estamos inaugurando o complexo antes do cronograma previsto, mas vale destacar também que avançamos sem renunciar à segurança, um valor inegociável para a Companhia. Celebramos a marca de dez milhões de horas trabalhadas em segurança no projeto”, completa Horbach.
O executivo também destacou que a planta nasce dentro do conceito de economia circular, com características técnicas que possibilitarão o reaproveitamento de subprodutos oriundos do processo produtivo e que poderão ser vendidos ou reintegrados à operação, como gesso e torta de fosfato, por exemplo.
Compondo esse ciclo de sustentabilidade, a operação vai reutilizar 100% de água dos processos produtivos e gerar cerca de 45% de energia própria. Outras ações ainda incluem o monitoramento e controle de qualidade e vazão de água de córregos do entorno; recuperação de nascentes de água; programa de reflorestamento; criação e manutenção de Áreas de Preservação Permanente, Reservas Particulares de Patrimônio Natural (RPPN) e monitoramento da qualidade do ar.
O Complexo de Salitre ainda se destaca pelo seu papel socioeconômico. Além da geração de 1,5 mil empregos diretos e indiretos, a EuroChem se compromete em contribuir com o fortalecimento da economia local, investindo mais de R$ 4 milhões em saúde, educação, infraestrutura, segurança, esporte e lazer, e na capacitação de trabalhadores da região.
“Reconhecemos o impacto que uma operação do porte do Complexo de Salitre pode gerar em uma região e, por isso, priorizamos ações que possam contribuir para o desenvolvimento das comunidades, como o Programa EuroChem Qualifica, que possui iniciativas de capacitação de profissionais da região e de gestão de talentos. Com isso, não apenas garantimos a qualidade do nosso time como também contribuímos para a geração de emprego e renda na região”, explica o diretor de Operações da EuroChem.
Fertilizantes Fosfatados
A meta do Complexo Mineroindustrial de Serra do Salitre é fornecer um milhão de toneladas de fertilizantes fosfatados por ano ao mercado brasileiro. Um dos diferenciais da planta é ter uma linha de produção totalmente verticalizada. Ou seja, o processo, em termos logísticos, envolve desde a mineração de rocha fosfática, passando pelo enriquecimento da matéria prima até a saída dos fertilizantes já totalmente prontos para o consumidor final.
“Tem a mineração da rocha fosfática e o passo seguinte é aumentar a concentração de fosfato no produto; o minério bruto tem 4,5% de fosfato, mas, para a produção de fertilizantes, é preciso que essa concentração chegue a 34%. Além disso, para chegar ao produto final é preciso misturar ácido sulfúrico e ácido fosfórico, que também serão fabricados na planta e, por fim, o material é granulado. Na sequência, serão armazenados e distribuídos. É por isso que falamos em produção verticalizada. Todos esses processos serão feitos na mesma área, o que faz o negócio ser eficiente”, finaliza Crispim.
Sobre EuroChem
A EuroChem é um dos líderes globais do segmento de fertilizantes e um dos únicos produtores dos três principais macronutrientes da agricultura: nitrogênio, fósforo e potássio. O Grupo está verticalmente integrado com atividades que abrangem mineração, produção, logística e distribuição de fertilizantes, atuando da mina à mesa e empregando mais de 30 mil pessoas em instalações de produção na Europa, Ásia e Comunidade dos Estados Independentes (CIS). Seus produtos estão em mais de cem países.
Na América do Sul, além de Salitre, tem presença comercial em todos os estados brasileiros com as 22 unidades de mistura e distribuição da EuroChem Fertilizantes Tocantins e da Fertilizantes Heringer, da qual detém o controle acionário; e, na Argentina, com a EuroChem Emerger Fertilizantes.