Representantes dos segmentos da cadeia produtiva do café e do governo federal
ASCOM / Expocacer
Os avanços em sustentabilidade na cafeicultura brasileira foi pauta da reunião realizada pelas entidades do setor cafeeiro com da embaixadora da União Europeia no Brasil, Marian Schuegraf; no último dia 12, em Brasília (DF).
O encontro contou com a presença do Presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro; do Secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Neri Geller; do Diplomata Igor Moreira, da Pasta das Relações Exteriores (MRE); do Diretor-Geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Marcos Matos; do Diretor-Presidente Executivo da Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado (Expocacer), Simão Pedro de Lima, e representantes das Associações Brasileiras da Indústria de Café (Abic) e da Industria de Café Solúvel (Abics).
Representantes dos segmentos da cadeia produtiva do café e do governo federal com a Embaixadora da EU, Marian Schuegraf
Tendo em vista a aplicação do EUDR, regulamento do bloco para produtos alimentícios livres de desmatamento, dentre eles o café, foram apresentadas as práticas sustentáveis adotadas e os avanços da cafeicultura brasileira nos pilares ambiental, social e econômico.
O Presidente do CNC, Silas Brasileiro, abriu o evento apresentando o panaroma da cafeicultura brasileira e ressaltando as práticas sustentáveis dos mais de 300.000 cafeicultores brasileiros.
Um dos principais pontos abordados durante a reunião foi o papel fundamental da Plataforma Cafés do Brasil, uma iniciativa liderada pelo Cecafé em parceria com a Serasa Experian, na promoção da transparência e rastreabilidade na produção de café. A reunião também abordou a implementação da AgroBrasil+Sustentável, uma iniciativa que visa promover monitorar o cultivo em áreas não desmatadas, após 31 de dezembro de 2020.
Em alinhamento com a representação brasileira no encontro, o Diretor-Geral do Cecafé, Marcos Matos, falou sobre a importância do encontro na implantação do EUDR e sobre a possibilidade de o monitoramento no Brasil ser feito através do mapa de cobertura florestal do Joint Research Centre (JRC), lançada como ferramenta auxiliar para avaliação de riscos aos importadores.
Pronunciamento Diretor-Presidente da Expocacer, Simão Pedro de Lima
Na ocasião, o Diretor-Presidente Executivo da Expocacer, Simão Pedro de Lima, pontuou o papel das cooperativas de produtores, como representantes efetivos dos cafeicultores.
“As cooperativas são fundamentais para o agronegócio, em especial o café. Cooperativas são representantes dos produtores, ou seja, ao se tratar com uma cooperativa está se tratando com todos cooperados daquela cooperativa. As cooperativas não são atravessadoras ou meras intermediárias, elas são os próprios produtores”.
Simão Pedro ressaltou também a importância da cafeicultura para a sustentabilidade. “É preciso ter em mente que a lavoura de café é uma sequestradora de carbono, tendo em vista que é uma árvore em constante crescimento e dessa forma ela sempre faz a fotossíntese, o que sequestra o carbono. A lavoura de café é perene, ela não é extrativista, ela é conservacionista e pode ser vista como uma floresta, que produz frutos”, destaca Simão Pedro de Lima.
A Expocacer é reconhecida como uma das principais cooperativas atuantes na promoção à sustentabilidade, sendo a primeira de café a conquistar o selo regenerativo no mundo e que mantém um projeto junto aos seus cooperados de alcançar mais de 25.000 hectares de agricultura regenerativa.
Durante a reunião foi assinalada a necessidade de reconhecimento da Plataforma AgroBrasil+Sustentável e da Plataforma Cafés do Brasil Cecafé-Serasa Experain como fontes oficiais de informação e de garantia ao cumprimento do EUDR, por serem mais completas, tecnológicas e modernas, mais próximas da realidade do parque cafeeiro nacional.
Foi pontuado também a força da agricultura regenerativa na cafeicultura. “A cafeicultura hoje é uma realidade que reforça o aspecto conversacionista da atividade cafeeira, uma vez que a prática devolve ao solo tudo o que dele usufruiu. A cafeicultura regenerativa melhora a retenção hidríca do solo, diminui o uso de herbicidas, aumenta a adubação orgânica, contribuindo para a saúde do meio ambiente”, finalizou Simão Pedro de Lima.
A Embaixadora Marian Schuegraf concluiu demonstrando sua satisfação com os assuntos tratados, comprometendo-se a levar todos os pontos apresentados para as autoridades europeias. Ela ratificou sua alegria em saber que o café é um sequestrador de carbono, pois se considerou uma apreciadora de café, fato que também foi registrado em sua conta pessoal de uma rede social.