22 de Fevereiro de 2015 às 18:36

Filho de ex-vereador confessa e mostra arma usada no atentado contra promotor em Monte Carmelo

Contudo, o suspeito Juliano, nega o envolvimento do pai, o ex-vereador de Monte Carmelo Valdelei José de Oliveira, cassado no início do ano passado, depois de ser denunciando pelo Ministério Público

Veja a entrevista com as autoridades policiais que contam detalhes da operação que resultou na prisão e confissão do suspeito e da coleta das provas materiais.


Movimentação policial logo após o atentado

Veículo do promotor crivado de projéteis de Pistola 380

Uma equipe do Patrocínio Online acompanhou as diligências da Polícia Militar e Civil, que resultaram na prisão dos suspeitos do atentado contra o Promotor Marcos Vinicius Ribeiro, por fim na confissão de Juliano Aparecido de Oliveira, 22 anos, que é filho do ex-vereador e presidente da Câmara Municipal Valdelei José de Oliveira. Ele também mostrou o local onde estava a arma, numa estrada vicinal,  saída do bairro Vila Dourada sentido Abadia dos Dourados, há cerca de 10 quilômetros de Monte Carmelo (MG).

Recapitulando, por volta das 21h20m de sábado, 21 de fevereiro, um homem jovem, alto desceu de uma motocicleta e se dirigiu pela traseira do veículo do promotor, que saia do Fórum da Comarca de Monte Carmelo, onde disparou 13 vezes, sendo que três projeteis acertaram a vítima, no braço e perfurando pulmão. Mesmo ferido, Marcus Vinicius ainda conseguiu correr até um restaurante próximo e pedir ajuda.

O suspeito fugiu em direção ao Bairro Vila Dourada de motocicleta.

O promotor foi atendido inicialmente no Pronto Socorro da Unimed, onde foi feito um esforço médico, que decidiu transferi-lo para o Hospital Santa Clara, onde chegou pouco antes da meia noite sob escolta. Depois de procedimentos médicos permaneceu internado e segundo as últimas informações seu estado é estável. Ele permanecia sedado até o final da tarde de hoje, e seria submetido a novos exames para reavaliar seu quadro, mas a hipótese de uma nova cirurgia foi descartada pelo médico Cláudio Rezende Mendonça, coordenador da UTI adulto.

Segundo análise da Polícia Técnico Cientifica, o suspeito descarregou o pente da arma, uma Pistola 380 e ainda tentou sacar de um revolver. Este revolver foi encontrado na casa de Juliano e a pistola posteriormente, na tarde de domingo, por volta das 14h30m nesta estrada vicinal que liga Monte Carmelo a Abadia dos Dourados. Os moradores das proximidades ainda colaboraram com a Polícia, fornecendo imagens de câmeras de segurança.

Logo após o fato a Polícia Militar de Monte Carmelo, comanda pelo Capitão Geilson, já de posse informações, constatou que Juliano Aparecido de Oliveira era o principal suspeito, localizando a motocicleta. Já na madrugada de domingo, o suspeito foi preso em Romaria (MG).
 

No local do atentado a Perícia Técnica da Polícia Civil, achou um pente vazio marca Taurus, 13 capsulas deflagradas, calibre 380 e 6 projéteis do mesmo calibre no interior do veículo, além de sangue do promotor. Mais a frente uma munição intacta do mesmo calibre.

O revolver foi encontrado na casa do suspeito, durante as buscas.

Ainda durante o decorrer das diligências na madrugada de domingo, 22, a Polícia Técnica Científico iria usar luz forense pra ajudar localizar fragmento de pólvora na mão e na moto de Juliano, mas este se negou na presença de testemunhas, e se mostrou nervoso e exigiu um advogado, aumentado as suspeitas sob sua pessoa ser autora do atentado.

Durante a madrugada equipes da Polícia Civil de toda a região, inclusive o Deoesp; equipes Tático Móvel e Gepmor do 46º Batalhão PM de Patrocínio, reforçado por equipes da Rotam de Uberlândia; Polícia Federal e autoridades ligadas a justiça e ao Ministério Público foram acompanhar de perto o desenrolar das investigações. Também foram deslocadas além de viaturas, um helicóptero para ajudar nas diligências.

 

Equipe da Rotam de Uberlândia (Tenente Thiago Lana, Sargento Marques, Sargento Rafael e soldado Marzulo) em apoio a diligências

Equipe da Gepmor do 46 BPM de Patrocínio com Sargento Martins, Soldado Magalhães, Soldado F.Santos e Soldado Silva

Na foto acima Tenente Darlan e equipe do Tático Móvel

Até um helicóptero foi empregado nas operações, na manhã de domingo, dia seguinte do crime.

A Polícia Federal também somou forças para elucidar o crime.

No período da tarde, a equipe do Deoesp, juntamente com as equipes das Delegacias Regionais de Patos de Minas e Patrocínio, nas pessoas dos delegados Elber Barra Cordeiro e Hamilton Tadeu de Lima, se deslocaram com o suspeito Juliano Aparecido até a estrada vicinal entre o bairro Vila Dourada e MG 190 e no meio do matagal, ele mostrou, com a presença de testemunhas onde estava escondida da pistola 380 usada no atentado. A arma, prova material do crime, foi recolhida e entregue ao Deoesp.

O Policial Civil (de camisa vermelha) mostra para testemunha (camisa branca), enquanto que o suspeito (de camisa preta), que confessou e mostrou onde estava a pistola 380  acompanha com a presença do seu advogado (de camisa laranja).

Na foto acima o suspeito (de camisa preta) saindo do matagal e a Polícia já de posse da arma e na foto abaixo os delegados regionais, Dr.Hamilton Tadeu (Patrocínio) e Dr.Elber Barra Cordeiro (Patos) com a equipe já de posse da arma que foi entregue ao Deoesp logo após na Depol.

Por fim, a equipe da Polícia Civil retornou a Monte Carmelo, onde Juliano Aparecido de Oliveira isentou o pai, o ex-vereador e presidente da Câmara Municipal daquela cidade Valdelei José de Oliveira, que foi cassado em 31 de janeiro de 2014 envolvido numa esquema de corrupção que desviava dinheiro público. Valdelei também nega as acusações. A Polícia considera que Juliano, que segundo informações tem envolvimento com o tráfico de drogas, realizou o atentado em vingança ao pai.

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