Com informações da Polícia Militar
MONTE CARMELO (MG) - A Polícia Militar foi acionada via 190 na manhã de sábado, 14/1/23, por volta das 7h25min, na rua Ceará, bairro Belo Horizonte em Monte Carmelo para um homicídio.
Os militares deslocaram no local dos fatos onde depararam com a vítima João Vicente de Melo de 66 anos conhecido na cidade como João Canela sobre a cama em decúbito ventral, com perfuração na região do pescoço, lesão na testa e com aparente rigidez cadavérica.
Os policiais de imediato, procederam o isolamento do local e acionaram a perícia da Polícia Civil em razão da constatação de homicídio consumado.
A PM iniciou as diligências para identificação da autoria do crime, onde localizou no interior da casa documentos em nome de E.C.D.S 38 anos, sendo levantando através de provas testemunhas que o mesmo estava residindo no local juntamente com a vítima e não havia sido localizado até o momento.
As informações davam conta de que o homem de 38 anos era usuário de drogas e álcool e havia se instalado no local sem a permissão da vítima, proprietário do imóvel.
Segundo a PM, importante destacar que a casa era utilizada como abrigo por usuários de drogas e álcool e a vítima conhecida no meio policial em razão do alcoolismo.
Os militares passaram a entrevistar testemunhas que pudessem colaborar com o esclarecimento do crime, que foram devidamente qualificadas.
Uma testemunha relatou que era amigo de João Vicente e que na manhã de sábado, por volta das 07h00min, foi até o local dos fatos, deparando com a vítima já sem vida sobre a cama, comunicando o fato aos familiares que acionaram a PM.
A testemunha relatou que a vítima não era usuária de drogas.
A PM perguntou a testemunha sobre o suspeito, afirmou ter conhecimento de que ele era usuário de drogas e que estava morando com a vítima há algum tempo sem seu consentimento. Acrescentou que a vítima havia exigido que o suspeito de 38 anos pagasse aluguel para permanecer no local, porém este se negou.
Uma segunda testemunha, informou que frequentava diariamente a casa da vítima.
A testemunha afirmou que o suspeito estava morando no local juntamente com a vítima a aproximadamente 02 meses e que João Vicente queria cobrar R$150,00 de aluguel, contudo este se negava a pagar. Que por este motivo a vítima queria que o suspeito saísse da casa.
Acrescentou que na data de 13/01/2023, por volta das 18h00min, João Vicente, com auxílio de uma pessoa instalaram um portão no muro de entrada da casa para evitar que o suspeito entrasse no local.
Em continuidade, a testemunha relatou que quando da instalação do portão o autor estava no local que após o serviço o mesmo disse para a vítima que não adiantaria colocar o portão, pois ele iria pular o mulo e permaneceria na casa.
A testemunha afirmou que é usuário de álcool e que após a instalação do portão ele e o suspeito foram para o bar onde consumiram dois carotes de pinga.
Posteriormente foram em direção a um bar, porém devido à chuva se abrigaram em uma barbearia próximo da Associação Atlética do banco do Brasil.
Neste momento o proprietário do estabelecimento pediu que os dois saíssem do local e o autor ficou muito nervoso, agressivo e queria brigar com o dono da barbearia. Neste instante a testemunha afirmou ter saído do local e seguido para sua casa, deixando o suspeito no local e não mais o visualizando.
A testemunha acrescentou que o homem de 38 anos havia lhe relatado em outras ocasiões que já havia matado pessoas na região onde morava e por isso teria fugido para Monte Carmelo onde têm familiares. Afirmou acreditar que o autor do crime é o homem de 38 anos em razão da desavença que estava ocorrendo entre ele e a vítima.
Outra testemunha relatou que durante a madrugada, por volta das 03h00min, ouviu gritos vindos da direção do local dos fatos e que tem conhecimento que o autor estava residindo no local juntamente com a vítima.
A testemunha ao tomar conhecimento do homicídio através do compartilhamento das informações no grupo de aplicativo da 157 CiA PM, um sargento, que estava de serviço no turno da madrugada, entrou em contato com os militares que atenderam a chamada e relatou os seguintes fatos: que por volta das 00h30min abordou a vítima João Vicente em via pública na rua Tocantins, que estava sob efeitos de álcool e não conseguia responder aos questionamentos policiais.
Acrescentou que após a abordagem a João Vicente, seguiram em patrulhamento e ao passarem defronte à casa onde ocorreu o homicídio (rua Ceará, nº 348), ouviram gritos que aparentemente eram provenientes de uma briga ou discussão. Que em razão do local já ser conhecido no meio policial como sendo utilizado por usuários de álcool e drogas, realizaram a abordagem ao imóvel.
A PM informou que na residência estava somente o suspeito, que apresentava visíveis sinais de ter feito consumo de drogas e bebidas alcoólicas.
O suspeito ao ser questionado o motivo pelo qual estava gritando, afirmou que estava discutindo com João Vicente.
Como nada de ilícito foi localizado foi lavrado o registro da abordagem policial.
Os militares realizaram diligências e teve sucesso em localizar o suspeito de 38 anos, quel teria sido a última pessoa que teve contato com a vítima.
O suspeito foi perguntado sobre os fatos, relatou que estava vindo da casa de seu sobrinho, onde havia dormido e permanecido das 20h00min do dia 13/01 até as 06h00min do dia 14/01.
Neste sentido, considerando que todos os indícios apontavam que o autor do crime poderia ser o homem de 38 anos, os militares fizeram diligências até a residência do sobrinho, local onde o suspeito afirmou ter passado a noite.
Na presença da testemunha, a PM questionou o sobrinho do suspeito sobre quem havia dormido em sua casa na noite do dia 13 para o dia 14. Respondeu categoricamente que somente ele e sua esposa dormiram na residência.
A PM perguntou o sobrinho sobre qual a última vez que teria visto o suspeito, afirmou que a aproximadamente 17 dias atrás.
Segundo a PM, a entrevista foi gravada pela equipe policial e a filmagem encontra-se à disposição da autoridade policial, caso necessário. Ao ser contraditado pela afirmação do sobrinho, o suspeito mudou sua versão dos fatos e relatou realmente esteve nas proximidades da barbearia acompanhado de uma testemunha até por volta das 20h00min e que a partir deste momento não se recorda de onde esteve.
O suspeito foi perguntado pela PM se teria autorização da vítima para morar na casa onde ocorreu o homicídio afirmou que não iria relatar mais nada sobre os fatos, permanecendo em silêncio.
A equipe da perícia da Polícia Civil esteve no local e realizou os trabalhos periciais, identificando dois objetos usados para a prática do crime, sendo uma faca e uma tábua de madeira apreendidos.
A PM ressalta que em conversa com o sargento o mesmo afirmou que no momento em que esteve na residência o suspeito estava sem roupas e somente de cueca.
No momento da abordagem policial o suspeito estava vestido e com as roupas aparentemente limpas.
A cueca que ele estava usando foi apreendida e levada pelo perito buscando identificação de vestígios.
Diante dos fatos e considerando as informações testemunhais que comprovaram as desavenças entre o suspeito e a vítima; a abordagem policial na noite anterior que comprovou que o suspeito estava na casa momentos antes do homicídio; e a falsidade das informações apresentadas pelo suspeito sobre onde havia passado a noite, o mesmo foi preso em flagrante e apresentado à autoridade policial juntamente com os materiais apreendidos.