31 de Maio de 2014 às 22:10

Jornal de Patrocínio 41 Anos de Boa Comunicação

Parabéns, Jornal de Patrocínio! 41 anos, seguindo a seta, cumprindo o seu inquebrantável destino: Registrar a história e buscar melhores dias para o povo patrocinense!

                        

O que você fazia lá pelos idos de 70/80...?

Tenha certeza de que este blogueiro/colunista também já se perde um pouco entre as brumas dos anos, mas já me entendia por gente, sim, com o reduto alí no Fundão da Matriz. Depois das aulas no Grupo Cel. João Cândido Aguiar, reunia com a gurizada do fundo do  Asilo São Vicente,  e da antiga cadeia, se fosse meados de Maio/Agosto, enchíamos o céu azul de pipas, se chovia ou fizesse sol,  jogávamos a  'pelota' rolava nos campos de terra. No mais surrupiava-se algumas frutas da época; nadava   no poço das Cotas. 

Seguia outros rituais. Comprava algo para minha Vó, no Armazém Santa Terezinha ou na venda do João Lazinho. Corria,   para casa de minha tia Dalva/Tio Durval, na rua  Casimiro Santos, 718, onde   assistia com  primos e amigos, Rin-tin-tin, Vila Sésamo e Sítio do Pica Pau Amarelo, Daniel Boone, Zorro, Hulk,  Ilha da Fantasia. E qualquer lance com as divas, Farrah Fawcwtt, Lynda Carter, Sandra Breia, Bruna Lombardi.. (era um pirralho de dez anos, já com bom gosto)

Deslumbrava-me (E ainda me deslumbro)  com os caras dos anos 70, era estilo, psicodélico, ou, maluco beleza. Na moda, o black power, woodstock, estilo Jackson Five,  era cores e brilhos pelas ruas. Para os homens, nada como se espelhar no John Travolta,  em “Os Embalos de Sábado à Noite”, de terno preto, calça boca de sino e golas enormes e pontudas. Cabelos emprastecados de gel. E as jovens cheias de penduricalhos hippes, bata multicoloridas, laços no cabelos  e saia cigana, indiana ou hippe chic (até hoje a moda feminina que mais aprecio)

Escusado dizer que não existia celular e internet, (há, mas a gente vivia feliz, á beça, viu gente!) Além do cinema e boa Biblioteca, tinha, o melhor veículo de comunicação: O rádio. Nas lojas de discos, ou no rádio,  era o dia todo  ouvindo, ABBA, The Carpenters, The Rolings Stones, The Beatles, Chicago e, claro, Roberto Carlos, Rita Lee, Elias Regina, Milton, Fagner, Os Incríveis, Belchior e Tom Jobim. As bandas proliferavam: RPM, Ultrage a Rigor, Titãs, Legião Urbana, 14 Bis, Barão Vermelho, Kid Abelha, Paralamas do Sucesso, Capital Inicial, Ira e Blitz.

A geração 70/80 foi assim: Única e enquanto durou foi eterna, e enquanto eterna; inesquecível, marcante “Gente & Coisa” se sucediam para entrar na galeria da história.

Do Palácio da Alvorada, o Presidente Médice, timoniava o país.O regime caducava e aqui e ali podia-se ouvir manifestações contra os anos de chumbo.General Figueiredo sucedeu a Geisel na velha dança do poder. E o Brasil finalmente começava a soletrar uma das palavras mais ricas do nosso vocabulário: DEMOCRACIA.

Na janela para o mundo a gente via que o povo do “Tio Sam” ainda chorava a morte de Bobby Kenned. No Chile, intensa guerra civil. Oriente Médio, um barril de pólvora. Nas page one dos jornais de todo mundo sangue e revolta.

A seleção canarinho  erguia pela terceira vez a taça “Jules Rimet”.O Galo Mineiro sagrava-se campeão no primeiro “Brasileirão” e a moeda corrente no país era o Cruzeiro.

Caetano, o bom baiano, seguia cantado;O sol se reparte em crimes, espaçonaves guerrilhas. Em cardinales bonitas eu vou,em caras de presidentes , em grades beijos de amor. Em destes, pernas bandeiras, bombas e Brigitte Bardô... Quem lê tanta noticia? Eu vou porque não?”...

Assim caminhava a humanidade nos anos 70/80. E neste contexto e contraste, Patrocínio, “o doce colo das gerais”, amparava, protegia e bancava a todos como filhos. Olímpio Garcia, era o prefeito, um engenheiro arrojado para dédeu. Nosso cerrado, quem diria, era o ouro da vez. Seduzia. Surgia o êxodo da prosperidade chamado Polocentro.O café do cerrado iniciava seu protagonismo em nosso economia. 

Neste efervescente contexto, exatamente no dia 26 de Maio, de 1973, nascia um jornal.  O JORNAL DE PATROCINIO. Sim, os jornais também nascem, também morrem. Se tem paternidade responsável, sobrevivem com vitalidade e bom conceito  no tombar das eras. 

O JP, nasceu do genuíno amor por Patrocínio. Isto porque lá em Uberaba,  o bancário José Afonso Amorim, falava todo  empolgado do momento de progresso que Patrocínio experimentava. Ouvindo, impactado, o Jornalista Paulo Silvaentendeu que era chegada a hora de fundar em sua cidade natal, um veiculo de informação á altura de seu rítmo  desenvolvimentista.

E foi assim. Por indicação do próprio José Amorim, que o jornalista procurou a pessoa certa  para iniciar o audacioso projeto: E-x bancário, Joaquim Correia Machado Filho. Logo, após algumas edições, em bom acordo,  a parceria se desfazia, sem sofrer solução de continuidade.Pelo contrário. Paulo Silva, no Jornal da Manhã, na terra do Zebu,  seguiu  sendo um dos colunistas sociais  mais reverenciados e bem quistos naquela cidade. 

O JP, não apenas sobreviveu, a todos os solavancos da história,  com o zelo e a perseverança de Joaquim  Machado & Cia, mas, se tornou uma empresa/jornal/gráfica dinâmica, enaltecendo, vibrando e crescendo com a cidade. Cunhou,  “Sinônimo de Boa Comunicação”, como sendo o  seu outro nome.

Aqui, deixo as traquinagens da adolescência e  entro em cena. Meu enveredamento pela senda  da imprensa se deu nas páginas deste hebdomadário, ano 1983/84. Meu batismo foi com  um artigo, cujo o título, era”Democracia: Desentendimento?  Discutia-se  na Câmara Municipal de Patrocínio, se o comércio local,  abriria, ou não, aos domingos. A casa do povo mais parecia uma rinha. Pà!, falei o que presenciei. Sábado, o jornal circulou e perguntava-se na cidade quem era esse,  Milton Magalhães. Dizem que o mundo será sempre tomado de surpresa diante de cada exemplo de bom senso. Passei a palmilhar esta senda com toda reverência. Na verdade andei em ombros de gigantes do ofício, e aqui, peço vênia para citar: Carlos Pieruccet, Massilon Machado, Sebastião Elói, Eustáquio Amaral, José Maria Campos, Geraldo de Oliveira, Luiz Antônio Costa, Antônio Caldeira e Flávio Almeida.

Durante 25 anos, tive generosa acolhida  em suas páginas. Embora tenha iniciado um outro ciclo. (Sou, atualmente colunista do, não menos conceituado jornal Gazeta de Patrocínio) Não faço mais parte  do  seleto grupo de colaboradores do JP,  ficou, porém o respeito, ficou a  admiração, ficou o reconhecimento, ficou o tesouro eterno da gratidão. 

Parabéns, Jornal de Patrocínio!  41 anos, seguindo a seta,  cumprindo o seu inquebrantável destino: Registrar a  história e buscar melhores dias para o povo patrocinense!