2 de Setembro de 2021 às 11:26

Jovem casal preso com cocaína "escama de peixe" é suspeito de usar filhos para tentar ludibriar polícia no momento do transporte

Os filhos do casal preso estão na casa de familiares e os órgãos da infância e juventude serão comunicados pela PCMG sobre o ocorrido, para a adoção das devidas providências legais.

BELO HORIZONTE (MG) - Um homem e uma mulher, ambos de 27 anos, foram presos em ação da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), nessa segunda-feira (30/8), em posse de mais de 25 quilos de cocaína, conhecida como escama de peixe, que iria abastecer o tráfico no aglomerado Cabana do Pai Thomas, região Oeste da capital. O casal ainda é investigado por utilizar os filhos, de 4 e 7 anos, para ludibriar as forças de segurança no momento do transportar das drogas.

Durante cerca de três meses, policiais do Departamento Estadual de Combate ao Narcotráfico (Denarc) monitoraram um dos gerentes do tráfico naquele aglomerado. Na segunda-feira, o suspeito foi visto em um carro, em deslocamento para o bairro Salgado Filho, seguido por outro veículo. No momento da abordagem, o suspeito conseguiu fugir, mas, no outro carro, os policiais encontraram uma família, sendo o casal e as duas crianças. No porta-malas do veículo, foi encontrada uma mala de viagem contendo a cocaína apreendida. Os suspeitos, que não têm passagens policiais, alegaram que desconheciam o conteúdo da mala e apenas estariam fazendo favor para um primo, versão descartada pela polícia.

De acordo com o inspetor Vander Tavares, as investigações apontam que os suspeitos teriam o costume de utilizar os filhos para fazer o transporte das drogas, como forma de tentar ludibriar as forças de segurança. “Muitas das vezes em blitz ou operações policial, quando se vê criança dentro de carros, é mais passível de se ter uma liberação mais rápida”.

Os filhos do casal preso estão na casa de familiares e os órgãos da infância e juventude serão comunicados pela PCMG sobre o ocorrido, para a adoção das devidas providências legais.

Escama de peixe

O delegado Rodolpho Machado explica que, como se trata de uma cocaína de extrema pureza, a droga saía do aglomerado para ser fracionada. “Essa porção de droga, após alterações químicas, feitas em laboratório, pode aumentar até cinco vezes o volume, antes de ser vendida no varejo”.

O chefe da Divisão Especializada de Combate ao Narcotráfico, Rafael Horácio, ainda conclui: “É importante ressaltar que, tamanha a pureza dessa cocaína, pode ser considerada a maior apreensão de drogas realizada pelo Denarc este ano”.

As investigações, coordenadas pela equipe da 2ª Delegacia Especializada de Combate ao Narcotráfico, continuam com o objetivo de identificar a origem e o destino da cocaína, bem como os demais envolvidos no comércio desse material.

Informações e fotos: PCMG