9 de Dezembro de 2015 às 10:56

Morre Juvenal Juvêncio, ex-presidente do São Paulo

Em decorrência do tratamento de um câncer de próstata, diagnosticado há anos.


Morreu na manhã desta quarta-feira Juvenal Juvêncio, ex-presidente do São Paulo, em decorrência do tratamento de um câncer de próstata, diagnosticado há anos. A informação foi confirmada pelo São Paulo ao UOL Esporte. Ainda não há informações sobre o velório.

De acordo com o São Paulo, o dirigente estava internado há alguns dias no Hospital Sírio Libanês. Em sua conta no Twitter, o clube lamentou a perda do dirigente. "Com o mais profundo pesar, o São Paulo comunica o falecimento de seu ex-presidente e benemérito Juvenal Juvêncio".

A perda também foi lamentada pelo técnico Muricy Ramalho, que esteve com o dirigente na conquista de três títulos brasileiros pelo São Paulo.

"Uma notícia ruim, porque convivi muito tempo com ele. Um cara muito trabalhador, parceiro, sempre fala o que tem que falar diretamente, parecido com o que penso da vida. É lamentável. Tomara que Deus dê a ele um bom lugar", afirmou Muricy, em entrevista à ESPN Brasil.

"Tive ao lado dele com seu auxiliar, amigo e colaborador. Amizade muito forte, muito grande", lamentou João Paulo de Jesus Lopes, vice-presidente de futebol do São Paulo na gestão de Juvenal, à rádio Bradesco FM. "Memória de um grande dirigente, um dos três grandes junto com Laudo Natel e Marcelo Portugal. Vai deixar saudade. Tinha um lado jocoso, brincalhão, aquilo que mais seduzia, satisfazia. Juvenal não falava muito, não dava declaração. "João, fala você porque quando eu falo tem de ser definitivo. Quando falava era sempre bomba atômica. Declarações fortes e cheia de sarcasmo".

Nascido na cidade de Santa Rosa do Viterbo (SP), Juvenal Juvêncio foi advogado e investigador de polícia. Na política, presidiu a antiga Cecap (atual CDHU) entre 1971 e 1975, na gestão de Laudo Natel como governador.

Em 1984, em gestão de Carlos Miguel Aidar à frente do São Paulo, Juvenal assumiu o posto de diretor de futebol, no qual ficou até 1988. No mesmo ano, em eleição polêmica, assumiu pela primeira vez a presidência da equipe. Ficou até 1990.

Entre 2003 e 2006, como vice-presidente de futebol, trabalhando como diretor de futebol na equipe que conquistou a Copa Libertadores da América e o Mundial de Clubes em 2005. Foi eleito presidente em 2006, reeleito em 2008 e 2011 e deixou o cargo em 2014. Para permanecer por três mandatos consecutivos no cargo, mudou o estatuto do clube, sendo acusado de 'golpista' pela oposição.

Além dos títulos, Juvenal também contribuiu para a melhora da estrutura física do São Paulo. O dirigente foi responsável pela modernização do CT de Cotia, utilizado pelas categorias de base, e pela criação do Reffis, moderno centro de reabilitação no CT da Barra Funda.

Nos últimos anos, trocou farpas constantes com dirigentes de clubes rivais – principalmente como Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians. Emerson Leão, ex-técnico do São Paulo, também entrou na lista de inimigos ao sugerir a renúncia de Juvêncio em 2013. Em 2014, já com a saúde debilitada, chegou a passar mal em entrevista à rede de TV Fox Sports.

Um das curiosidades sobre Juvenal é que o dirigente jamais revelou oficialmente sua idade. Fontes diversas divergem entre o ano de seu nascimento: 1932, 1933 e 1934.

Juvenal costumava manter um bom relacionamento com o elenco são-paulino e foi homenageado pelos jogadores em seu último jogo à frente do São Paulo, em 2014. 

"Durante 12 anos entre diretor de futebol e presidente, foi talvez o maior presidente da história do São Paulo", disse o goleiro Rogério Ceni, em 2014. "Lógico que eu não vivi a era Laudo Natel, mas pós-geração antiga, foi uma pessoa que fez muito pelo São Paulo, pessoa empreendedora".