6 de Novembro de 2025 às 14:28

Morte de gari em BH: Justiça marca primeiras audiências

Testemunhas de acusação e de defesa, além do próprio acusado, devem ser ouvidos nos dias 25 e 26/11

>As primeiras audiências do caso sobre a morte do gari Laudemir Fernandes vão ocorrer no 1º Tribunal do Júri Sumariante, no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte (Crédito: Cecília Pederzoli / TJMG)


A juíza Ana Carolina Rauen Lopes de Souza, do 1º Tribunal do Júri Sumariante da Comarca de Belo Horizonte, marcou para os dias 25 e 26/11 as audiências de instrução e julgamento do caso do empresário acusado de matar o gari Laudemir de Souza Fernandes, em agosto deste ano, no bairro Vista Alegre, região Oeste da Capital.

O dia 25/11, a partir das 9h, foi reservado para depoimento de testemunhas de acusação. No dia seguinte, também a partir das 9h, estão previstos depoimentos de testemunhas de defesa e o interrogatório do réu.

Na decisão, a juíza Ana Carolina Rauen não acolheu o pedido da defesa que pediu a nulidade da confissão do acusado, argumentando que ela ocorreu em delegacia sem a presença de advogado:

“Em fase inquisitorial, a formalidade de defesa técnica não se impõe como condição de validade dos atos. Além disso, não se vislumbra qualquer vício de consentimento apto a comprometer a livre manifestação de vontade do acusado: a defesa não apresentou prova concreta que demonstre coação, constrangimento ou qualquer outro elemento que tenha anulado ou fragilizado o valor confessório extrajudicial.”

Além disso, a magistrada determinou o restabelecimento da publicidade integral do processo e a baixa do segredo de Justiça, que havia sido determinado, em outubro, por risco de vazamento de informações protegidas.

O empresário é acusado de homicídio triplamente qualificado (motivo fútil, com recurso que dificultou a defesa da vítima e perigo comum), porte ilegal de arma de fogo, ameaça (contra a motorista do caminhão) e fraude processual (por tentar trocar a arma do crime).

Relembre o caso

Segundo a denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), no dia do crime, o empresário Renê da Silva Nogueira Júnior saiu de casa no bairro Vila da Serra, em Nova Lima (MG), com destino ao seu local de trabalho, em Betim (MG), com uma pistola semiautomática Glock, calibre .38, dentro do carro.

Ao atingir o cruzamento das ruas Modestino de Souza e Jequitibá, no bairro Vista Alegre, na região Oeste de Belo Horizonte, o homem se irritou com a retenção do trânsito no local, devido à passagem de um caminhão de coleta de lixo urbano.

Mesmo com a indicação dos garis de que era possível seguir o trajeto e passar com o carro pela via, o denunciado, exaltado, apontou a arma em direção à motorista do caminhão e a ameaçou.

Ainda segundo a denúncia do MPMG, inconformado com a lentidão do trânsito e “evidenciand
o o seu notório desprezo pelos trabalhadores”, o denunciado fez um disparo que atingiu a região abdominal do gari Laudemir.

 vítima chegou a ser socorrida, mas deu entrada no atendimento médico já sem vida. O empresário foi localizado e preso horas depois do crime, em uma academia da região Oeste da Capital.

Em setembro deste ano, a Justiça de Minas Gerais tornou o empresário réu com a aceitação da denúncia. De acordo com o MPMG, o denunciado havia pedido à esposa, delegada da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), que entregasse outra arma, não usada no crime, de modo a induzir em erro a perícia oficial.

A denúncia apontou que o homicídio ocorreu por motivo fútil, empregou recurso que dificultou a defesa da vítima e em via pública, o que poderia resultar em perigo comum.

O processo tramita sob o nº 5176858-12.2025.8.13.0024.

Diretoria de Comunicação Institucional – Dircom


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