15 de Agosto de 2019 às 11:36

Na quarta-feira, a cotação do arábica na ICE encerrou o dia em baixa e dólar em alta

De acordo com a Somar Meteorologia, a passagem de uma frente fria pelo litoral não traz chuva significativa, mas diminui o calor nas áreas produtoras

 

INFORMATIVO DIÁRIO - EXPOCACCER

CAFÉ

Nesta quarta-feira, a cotação do arábica na ICE encerrou o dia em baixa, cotado à 97,90, cents/lb (- 180 pontos) no vencimento dezembro/19, resultado de mais um dia de forte valorização do Dólar Norte Americano.   

Dólar tem nova disparada de mais de 1% e pressiona Bolsa de Nova York nesta 4ª feira. As cotações futuras do café arábica encerraram a sessão desta quarta-feira (14) com queda próxima dos 200 pontos na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). O mercado acompanhou as oscilações do dólar ante o real, mas também registrou ajustes. O vencimento setembro/19 fechou a sessão com queda de 190 pontos, a 94,45 cents/lb e o dezembro/19 anotou 97,90 cents/lb com perdas de 180 pontos. O março/20 caiu 180 pontos, a 101,50 cents/lb e o maio/19 perdeu 185 pontos, a 103,80 cents/lb. O mercado do arábica na ICE registrou na sessão anterior alta de mais de 200 pontos na ICE. Hoje, no entanto, desde o início dos trabalhos os futuros registraram alta técnica. Além disso, uma nova disparada do dólar pesou sobre os futuros da variedade. Os preços do café arábica estão menores por conta da fraqueza do real, que está em queda e logo acima do recorde de baixa de dois anos e meio da segunda-feira. Um real mais fraco ante o dólar estimula as exportações. 

Exportações dos cafés diferenciados correspondem a 20% do total vendido ao exterior. Cafés do Brasil vendidos ao exterior atingem 23,52 milhões de sacas e receita cambial de US$ 2,93 bilhões no período de janeiro a julho de 2019. Os cafés diferenciados, cujo preço médio foi de US$ 155,87 por saca, o que representa um ágio de 37,5%, contabilizaram US$ 700,28 milhões de receita cambial. Cafés diferenciados são os que têm qualidade superior ou algum tipo de certificado de práticas sustentáveis.

Tecnicamente, os principais pontos de suporte no arábica são observados em 96,83 e posteriormente em 95.77. Já resistências vistas em 99.43 e 100.97.

De acordo com a Somar Meteorologia, a passagem de uma frente fria pelo litoral não traz chuva significativa, mas diminui o calor nas áreas produtoras do Paraná, São Paulo e Minas Gerais. Somente no Espírito Santo, o sistema traz chuva inferior aos 15mm nesta quarta-feira. Na próxima semana, outra frente fria traz chuva fraca ao nordeste do Paraná. Além disso, a partir do sábado, o calor em torno dos 30°C retorna ao centro e sul do Brasil.

DÓLAR

* O dólar comercial* fechou em alta de 1,86%, cotado a R$ 4,0400 na venda.

O dólar comercial fechou o dia com alta de 1,86% a R$ 4,04 na venda. O valor representa a maior alta diária desde o dia 27 de março e a cotação da moeda não passava de R$ 4 desde o mês de maio, com preocupações com as economias: Chinesa, Americana e Alemã. 

No noticiário doméstico, os avanços na pauta econômica seguem no radar de investidores, em especial desdobramentos ligados à reforma da Previdência no Senado e à reforma tributária, que começou a tramitar na Câmara. Senadores fecharam acordo e definiram um calendário de votação da reforma da Previdência com promulgação prevista até 10 de outubro. Já com relação à reforma tributária, o relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que tramita em comissão especial na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), indicou na véspera a intenção de unificar o projeto em questão com os textos do governo e do Senado, mas afastou a chance de um imposto sobre movimentações financeiras ser aprovado pelos parlamentares. 

No exterior, mercado preocupado com a China, após alívio na véspera, quando os Estados Unidos adiaram a imposição de tarifas sobre alguns produtos da China. A cautela voltou a prevalecer nos mercados nesta quarta-feira. Dados divulgados pela China mostraram que a produção industrial do país desacelerou para o menor ritmo em mais de 17 anos, efeito da intensificação da guerra comercial com os EUA sobre empresas e consumidores. Entretanto, conforme avaliaram investidores, os dados podem ter efeito misto. Ao mesmo tempo em que justificam uma busca por proteção, também podem gerar alguma expectativa pelo entendimento de que facilitará um acordo comercial entre EUA e China. Para somar ao sentimento de aversão ao risco, números vindos da Alemanha indicaram que uma queda nas exportações levou a uma contração da economia alemã no segundo trimestre, deixando-a à beira da recessão. Pressionado pela Alemanha, maior economia do bloco, o crescimento da zona do euro também desacelerou no segundo trimestre. O mercado já “torceu o nariz de novo”, acordando o fantasma da recessão começando nos EUA, China e se alastrando pelo mundo. E o mercado correu para a proteção novamente. 

Claudio Castello Branco Ribeiro Filho/Expocaccer


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