Neste 19/02, aniversário do amigo Patrocinense/carioca, RONDES MACHADO.
Embora tenha deixado Patrocínio aos 21 anos na década de 50, mudando-se, inicialmente para Belo Horizonte, onde residiu, com conterrâneos, na pensão da rua Paraíba, três anos depois, seguia para o Rio de Janeiro, onde se fixou e trabalhou como contador da Caemi, (Gigante brasileira da mineração, mais tarde assumida pela Vale).Rondes, é casado com nossa conterrânea Carminha Cherulli, tiveram três herdeiros, Rodrigo, Julieta e Suzana (esta com o marido Bernardo, lhe deram o Netinho Rafael, 05 anos) O que impressiona é que ele nunca esqueceu das suas origens.
Rondes, tem, não sei dizer se é um dom, ou uma particularidade rara, que ele cultiva, ele lê os grandes jornais impressos, pensando nos amigos. Recorta, o texto que julga ser de interesse para este ou aquele, grifa, faz um comentário no rodapé, ou escreve um bilhetinho,dobra artisticamente e envia para alguns felizardos. Entre outros, Eustáquio Amaral, Paulinho Constantino, Jussara Queiroz e eu, somos alguns destes privilegiados.
Por intemédio deste amigo, tenho semanalmente a meu inteiro dispor, imagina!, textos de Artur Xexéo, Joaquim Ferreira dos Santos, Miriam Leitão. Cora Rónai, Veríssimo, Zuenir Boaventura, Elio Gaspari, Rosangela Bittar, Maria Cristina Fernandes, Rodrigo Constantino, Arthur Dapieve,Ricardo Noblat, Nelson Mota, Adriana Calcanhoto, Roberto Damatta, Arnaudo Jabor... Uma auténtica universidade de recortes.(Foto Melva Magalhães)
Rondes, nos brinda sempre com sua memória privilegiada. E como se lembra da vida em Patrocínio. Pessoas, eventos, episódios, fatos, relatos, situações, lugares e imagens de uma Patrocínio antiga, envolvente, curiosa e eterna. O moço do Alto da Estação foi um craque, entre craques: “Considero alguns poucos jogadores de futebol da minúscula Patrocínio dos anos 50, como capazes de terem integrados os grandes times profissionais do país na época, e até a seleção brasileira de 1950” Ele, modestamente, não se inclui, mas, testemunhas são unânimes de que nosso craque do Dom Lustosa, Ipiranga e Flamengo do "Véio do Didino" enchia os olhos dos torcedores em memoráveis atuações no estádio Quincas Borges, se tivesse seguido carreira, seria certamente, uma das estrelas com fã clube no cenário nacional. O saudoso Negrinho do Zé Camilo, por exemplo, assim dizia, “ Eu era um beque central, não destes de hoje, que rifam a bola pra onde o nariz aponta. Eu desarmava os adversários, ‘arredondava a bola’ passava para o companheiro, Rondes, um dos atacantes mais inteligentes e aplicados que já vi jogar. Atrás era comigo, na frente era com ele”
Botafoguense que só. Talvez jogasse no time da estrela solitária. Entretanto, Dr Augusto Antunes, perderia um excelente contador e minha biblioteca não teria o grande incentivador e nossa fraternal amizade, talvez não existisse.
Conheci-o em 2007, através das páginas do JP, onde assinava uma coluna, ele, como leitor nos enviou um carta, desde então, conheci um dos seres humanos mais deslumbrantes.. Agora me deixe desejar-lhe vida longa, com saúde e me mandar, que lá vem puxão de orelha: ”Mílton, ta faltando assunto?”. Nada mais relevante e sincero meu amigo!