No próximo dia 12 de outubro é comemorado o dia da Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida. Encontrada por humildes pescadores em outubro de 1717 numa rede de pesca, a negra Nossa Senhora da Conceição e logo em seguida a cabeça da imagem que estava faltando, já era o prenúncio que Nossa Senhora, com o título de Aparecida das Águas, além de conceder grandes milagres queria também à inclusão social do povo negro e das pessoas menores favorecidas.

A própria princesa Isabel, que sancionou em 13 de maio de 1888 a lei que libertou os negros da escravidão, foi quem doou em 8 de setembro de 1904, a coroa de ouro e pedras preciosas que até hoje está sob a imagem.

O Papa Pio XI decretou Nossa Senhora da Conceição Aparecida como Rainha e Padroeira do Brasil no dia 16 de julho de 1930. A Lei Federal nº 6.802 (30/06/1980) decretou oficialmente o dia 12 de outubro como feriado nacional, dia de devoção à santa. Esta Lei Federal também reconhece Maria como sendo a protetora do Brasil.

Maria, a mãe de Jesus, é retratada nos quadros de pintores famosos, como uma mulher branca de traços finos. Mas será que Maria e Jesus foram brancos como pintam os artistas? Jesus era judeu e provavelmente tinha características do povo da sua mãe.

Então, nem Maria, nem Jesus tinham características europeias como pintaram os artistas da idade média.

Então, sendo Maria uma mulher comum, como as demais da época e também de hoje, o que levou DEUS a escolhê-la para fazer parte do plano da salvação e ser sua própria mãe terrena, foram suas qualidades espirituais, não físicas.

Sendo a mãe de Jesus, Maria, a padroeira do Brasil sob o título de Nossa Senhora Conceição Aparecida (das Águas), representada pela imagem de uma mulher negra, é uma clara mensagem que o Brasil é um país multirracial, onde a maioria da população é uma mistura de africanos, índios nativos, europeus, árabes, asiáticos e judeus, onde ser intolerante e racista é ir contra si mesmo.

Infelizmente apesar dessa clara mensagem de paz e aceitação de Nossa Senhora ao povo Brasileiro, ainda há os que insistem na intolerância religiosa, social e racial.

Se você fizesse um DNA para determinar a origem de sua raça com certeza teria surpresas. Então porque julgar o próximo pela cor, sexo ou orientação sexual, religião ou posição social?

É inaceitável que ainda hoje, onde avanços tecnológicos incríveis estão acontecendo existam pessoas de baixo intelecto e carregadas de ódio e preconceito.

Você, Brasileiro, antes de fazer qualquer pedido ou comemoração em relação a Nossa Senhora Aparecida ou a Maria sob qualquer título, lembre-se disso: somos todos iguais e não ofenda ou exclua seu irmão, também filho de Maria.

Num país em que a padroeira é negra não pode haver espaço para racismo e qualquer tipo de discriminação e exclusão social.

Por: Alberto Sanarelli Jr
Jornalista nº 0019554/MG.