Alerta! Patrocínio corre sério risco de perder mais de cem anos de história. Não há mais espaço físico na sede do Fórum local, para abrigar os novos documentos que chegam, os antigos precisam ser transferidos. Mas... pra onde? Até então, não há provas de interesse da administração Municipal em solucionar o problema. Há, portanto sério risco de que o acervo com preciosíssimos fragmentos da história local, sejam logo transferidos - imagine! - para Belo Horizonte. Aí, Adeus viola! O alerta é do odontólogo, Adeilson Batista, (Foto com a esposa Júlia) um genealogista, na verdade, hoje, um historiador, pois, ao pesquisar seu histórico familiar - e já está no quinto avô- em meio ao meticuloso trabalho, tem garimpado relíquias e elementos históricos de interesse da memória do município. Sem dúvida, tem surgido, matéria-prima, para um esperado livro. Muito do seu trabalho, teve como fonte estes referidos registros. O administrador do Fórum de Patrocínio, Valdir Ferreira das Neves, confirma o risco iminente da transferência do acervo, caso não encontre espaço no muncípio. E que vergonha, vergonhosa, não? Não se tem, ainda um Arquivo Público, digno da história da Cidade! A oportuna reportagem é de Alan Guimarães Machado, publicada na edição de 17/01/2015, do Jornal de Patrocínio.
“PATROCÍNIO PODE PERDER 100 ANOS DE HISTÓRIA
O odontólogo Adeílson Batista (foto) estudioso em genealogia, (árvore genealógica) se coloca a estudar em cartórios (Foruns) inventários e testamentos, no intuito de conhecer a história da origem, evolução e disseminação das famílias e respectivos sobrenomes ou apelidos. Este estudo tem por definição mais abrangente o “estudo parentesco”
E demonstrou preocupado com a possível perda de acervo de processos jurídicos que encontram no arquivo do Fórum de Patrocínio. Explicou que, estudando estes processos (Testamentos ou inventários e até mesmo criminais) é possível identificar as localizações, por exemplo: Fazenda Riacho Fundo, confrontando com a fazenda do Coronel circunda pelo riacho pedra lascada, onde o bem citado tem os seguintes herdeiros, ou seja filhos. Dando as características da gleba na época, e a ramificação familiar. Sendo fragmentos da história de qualquer cidade.
Mas infelizmente por falta de espaço, no arquivo do Fórum de Patrocínio, ou seja, por necessidade de espaço para comportar processos mais recentes, está história, estes documentos podem ser transferidos para arquivos em Belo Horizonte, tornando, assim o acesso mais difícil. São preciosidades de 1846 a 1916, quase 100 anos de história.
Em suas pesquisas citou que possui cópias de inventários de Antônio Queiroz Telles, conhecido como fundador de Patrocínio, Coronel Rabelo, nome de rua central de Patrocínio, como também de Francisco Gonçalves dos Reis, Manuel Gonçalves dos Reis, e Antônio Antunes de Freitas, e outros que nos remetem ás condições da época e seus antecedentes.
A preocupação e anseio do Dr Adeílson, geneologista patrocinense, é de mantermos este acervo á disposição da população, em local como o arquivo público Municipal, ou que a Fundação Casa da Cultura o Museu, manifestem em ter esses documentos que são parte da história de Patrocínio.
Nos informou que na vizinha cidade de Araxá, estes documentos Jurídicos estão sob a guarda da Fundação Calmon Barreto, onde se pode pesquisar e fotografar. Assim também se espera que aqui o seja.
Diante da relevante preocupação desta perda, a reportagem do JP, esteve com o administrador do Fórum de Patrocínio, Valdir Ferreira das Neves, que confirmou a necessidade de espaço no arquivo jurídico e até Março/2015, tem prazo para relatório de análise, da quantidade. Mencionou que ainda não podemos mensurar qual volume dos processos a serem transferidos,se irá sanear a necessidade de espaço para os outros processos. Estamos no ponto de partida, iremos identificá-los e é previsto o destino para o arquivo geral do Tribunal de Justiça na Capital Mineira.
Valdir ressaltou que tem formação em história e acredita ser de um valor histórico e imensurável, pois se trata da história de famílias patrocinenses. E em estudo a possibilidade de apresentar uma proposta ao Tribunal de Justiça, apresentado entidade ou fundação cultural, ou até mesmo o Unicerp, que tem hoje o curso de Direito, e interesse em zelar por este acervo, tendo a guarda destes processos.
Acredita que a maioria destes processos podem carregar algum tipo de sigilo, será necessário relacioná-los e publicar no Diário Oficial, dando oportunidade de parentes apresentarem alguma objeção ou mensuração em tornar públicos. Esse Trâmite seria pra assegura a disponibilidade pública.
Valdir, num breve olhar, identificou que os processos estão relacionados á Sesmarias, divisão de escravos.E disse que compartilha com os anseios dos genealogistas da cidade, que querem sensibilizar (Movimentar) estas fundações culturais e históricas pela necessidade destes documentos estarem á disposição da cidade.” (Matéria, assinada por Alan Guimarães, editada na edição de 17/01/2015 do Jornal de Patrocínio)