Criticas são sempre bem-vindas, mas é de bom alvitre criticar tendo o mínimo de conhecimento de causa. A situação financeira dos municípios realmente anda periclitante, escabrosa. O milagre da multiplicação dos pães e dos peixinhos não tem acontecido nos cofres das prefeituras. Em Patrocínio não tem sido diferente. É sobejamente sabido que o vice-prefeito Betinho, se afastou do cargo por discordâncias na forma de lidar com o tesouro público do município. Hé, my friendito: “Quando a fome entra pela porta, o amor sai pela janela” Dito e feito. Até agora, prefeito para um lado, vice, para o outro.
Que a grana está curta, que o arrocho e a crise existem, não é desculpa dos alcaides, é fato. Só que, cá pra nós, não é hora da mentalidade de corvo prevalecer. Não é hora de “borrar nas calças”. Não é hora do “quanto pior melhor” arreganhar os dentes. O momento, pede criatividade, exige sabedoria, requer tato, demanda punho forte no leme. Aventureiros, românticos do “reino do faz de conta”, vão deitam com as cargas mesmo. Agora, gestores com fogo nas ventas, saem da zona de conforto, vão em frente e manietam o bicho de sete cabeças da crise.
Atribui-se a Sam Walton, fundador rede Walmart, chame-a de clichê, mas é a frasinha mais porrêta já bolada: “A crise em nosso país não é uma piada de salão, é uma piada de mau gosto. Diga não a crise. CRIE!” Retirar o "S" da crise. Aí é para poucos, bem poucos. Se, “Na crise, uns choram, outros vendem lenços”, cabe a pergunta: Então, Patrocínio, vamos ficar travado neste chororô, ou vamos faturar com o novo nicho ?
Desculpe este preâmbulo todo, vai, porém notar que ele é bem cabível ao publicar uma matéria bem realista, da sessão Política do Jornal Estado de Minas, deste 26/01/2015. È para chorar (mas, somente chorar não resolve):
“O QUE ERA RUIM, FICOU PIOR
Se o gigante Brasil está em recessão, que dirão os pequeninos municípios. Levantamento da Associação Mineira de Municípios (AMM) mostra que, não bastasse o mau desempenho econômico do país, o aumento das receitas das prefeituras previsto para este ano não acompanhou o crescimento das despesas. O balanço da entidade prevê rombo nas contas.
Com recursos financeiros historicamente limitados, municípios mineiros já sentem os efeitos dessa previsão e amargam uma de suas piores crises financeiras, agravada pelo aumento da folha de pagamento, do ganho de novas competências, como a responsabilidade pela manutenção da iluminação pública, e também pelo atraso de verbas federais. Gestores consideram conjuntura “assustadora”.
Para se ter uma ideia, somente na semana passada o Ministério da Saúde terminou a transferência de recursos de outubro, novembro e dezembro para procedimentos de média e alta complexidade. Segundo a Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde, do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o atraso correspondia a R$ 168 milhões, se considerados apenas os 746 municípios que recebem a verba federal por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES). As queixas de atrasos se estendem também a outros repasses da saúde, além de recursos relativos aos royalties do petróleo e de fomento às exportações.
Estudo da AMM aponta ainda que o aumento da principal fonte de renda da maior parte das cidades, o Fundo de Participação dos Municípios (FPM), não vai representar ganho real nas receitas, frente ao peso da inflação, do aumento do salário mínimo e do piso salarial dos professores. A entidade também prevê que a manutenção da iluminação pública, que passou este ano a ser de responsabilidade das prefeituras, vai trazer impacto de 30% no orçamento do município.
R$ 9,5 bilhões, é quanto a União prevê repassar para os municípios de MG em 2015;
R$ 9,2 bilhões, era o repasse estimado da União para os municípios mineiros em 2014;
R$ 8,4 bilhões, é o que a União transferiu, de fato, para Minas no ano passado (Fonte: EM)