Fonte: Agência de Minas foto: Fábio Marchetto / SES-MG
O atual registro de atendimentos dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em Minas se deve à sazonalidade das doenças e deve apresentar queda nas próximas semanas. De acordo com o secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, o médico Fábio Baccheretti, o aumento recente dos casos está dentro do esperado para as estações de outono e inverno, que são propícias ao surgimento dessas doenças. Em entrevista coletiva realizada na sexta-feira 24/6, na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte, Baccheretti ressaltou que o pico para essas doenças passou e que já é possível observar uma queda no número de atendimentos e internações nos hospitais e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).
“Estamos vivendo um aumento do número de casos respiratórios, comum dessa época. Quando a gente olha o número de casos de síndrome respiratória aguda grave de todas as doenças, incluindo covid, em 2019 e hoje, não vemos uma diferença clara entre casos e internações. Não é diferente em atendimentos pediátricos ou nas UPAs e hospitais. Estamos em queda de atendimentos nos hospitais e nas internações. Porém, mesmo com essa queda, ainda temos alguns casos mais graves em crianças, vinculados a outras doenças”, alertou o secretário.
Segundo Baccheretti, neste ano foi observada uma redução do número de atendimentos de crianças por SRAG registrados no Hospital Infantil João Paulo II, em Belo Horizonte, em comparação com os anos anteriores à pandemia. “Antes da covid, em 2018 e 2019, a gente teve mais de 5 mil atendimentos (no mês de março) no Hospital Infantil João Paulo II. Neste ano foram 3,3 mil atendimentos registrados. Então, por mais que pareça que tivemos um ano com muitos atendimentos, foram menos que antes da pandemia, o que demonstra que a covid é só um fator a mais”, destacou.
O secretário de Saúde salientou que nesta época do ano outros vírus estão circulando e causando doenças em crianças, adultos e idosos. No mês de março houve uma proporção maior no número de internações infantis, quadro que já apresenta sinais de normalização. “Já passamos pelo pior das doenças sazonais na infância. Ainda estamos no inverno, que é uma época complexa para as crianças e, por este motivo, é importante a vacinação desse público contra a gripe e covid. Se todas as crianças estivessem vacinadas, a gente praticamente não teria internações de covid e nem óbitos. Isso demonstra que temos a arma na mão, que é a vacina”, reforçou Baccheretti.
Vacinação contra a gripe e sarampo
Baccheretti informou ainda que, com o fim das campanhas nacionais de vacinação contra a gripe e o sarampo, nesta sexta, alguns municípios já estão disponibilizando os imunizantes para a população em geral. O secretário de Saúde reforçou a orientação para a população de vacinar. “É muito importante levar a vacina para o dia a dia das pessoas e fazer a busca ativa dos grupos prioritários, pois surte efeito. Entre os idosos conseguimos alcançar 70% de cobertura vacinal contra a gripe e estamos crescendo o número de vacinados, também, contra o sarampo. Ainda temos boa parte da população que não se vacinou. O sarampo é ainda mais contagioso que a covid. A maior arma para combater as doenças já temos, é a vacina”, finalizou o secretário.
A 24ª Campanha de Vacinação contra a Influenza e a 8ª Campanha Nacional de Seguimento contra o Sarampo começaram em 4/4 e seriam encerradas no dia 3/6. Porém, devido à baixa adesão, o prazo se estendeu até esta sexta-feira (24/6). Até o momento, a SES-MG não recebeu orientações do Ministério da Saúde sobre nova prorrogação.
A cobertura vacinal contra o sarampo e contra a influenza das campanhas ficou abaixo da meta estipulada pelo Ministério da Saúde. A cobertura geral da vacinação contra a influenza teve 64,6% de adesão e a meta é de 90%. Já a vacinação contra o sarampo ficou abaixo dos 60% e o objetivo é atingir 95%. Confira:
- Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza 2022
COBERTURA GERAL: 64,6% (dos grupos prioritários compostos por crianças, trabalhadores na saúde, gestantes, puérperas, indígenas, idosos e professores)
COBERTURA POR GRUPOS ELENCADOS PARA A VACINAÇÃO
PUÉRPERAS: 46,2%
POVOS INDÍGENAS: 74,3%
GESTANTES: 41%
PROFESSORES: 59%
CRIANÇAS: 53,3%
TRABALHADORES DE SAÚDE: 70,8%
IDOSOS: 69,2%
A meta preconizada pelo Ministério da Saúde é de 90%.
Fonte: Painel da Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza 2022 (dados de 23/6/2022).
- Campanha Nacional de Vacinação contra o Sarampo
CRIANÇAS: 57,93%
TRABALHADORES DA SAÚDE: 52,1%
A meta preconizada pelo Ministério da Saúde é de 95%.
Fonte: Painel da Campanha Nacional de Vacinação contra o Sarampo (dados de 23/6/2022).