8 de Novembro de 2016 às 08:47

Saiba o que é a Síndrome das Pernas Inquietas

Dra. Jaqueline de Araújo Rezende Batistuta Médica de Família CRM-M.G. 46.469  RQE 35.362 Rua São Benedito, 620, Centro (próximo à Santa Casa), 3831-8234

1)- O que é?

Trata-se de uma afecção neurológica caracterizada por uma sensação incômoda e não dolorosa nas pernas que provoca uma irresistível vontade de mexê-las. Diversas expressões podem ser usadas para caracterizar as queixas associadas: ardor, dormência, desconforto, mal estar, peso, formigamento, sensação de inseto andando na perna etc. A necessidade de mover as pernas ou a sensação desagradável de desconforto começa ou piora durante períodos de repouso ou inatividade, com o paciente sentado ou deitado, sendo aliviada total ou parcialmente por movimentos tais como caminhar, alongar-se, curvar-se. Alguns pacientes sentem alívio com banho, algumas posturas específicas, massagens, etc. A sintomatologia surge ou piora no final do dia e à noite e ocorrem picos de intensidade na madrugada. Aproximadamente 80% das pessoas com SPI (Síndrome das Pernas Inquietas) têm também movimentos periódicos dos membros durante o sono (PLMS), que ocorrem a cada 20-30 segundos durante a noite toda e causam micro despertares. Por causa da dificuldade de dormir e manter um sono reparador, as pessoas acometidas se sentem cansadas e sonolentas durante o dia, aumentando a irritabilidade e a inabilidade para lidar com o estresse, o que pode ocasionar depressão, dificuldade de concentração e memória. A qualidade de vida também pode ficar comprometida uma vez que longas viagens e atividades de lazer são dificultadas pela urgente necessidade de movimentação.

2)- O que causa?

Muitas pesquisas ainda estão sendo realizadas e as respostas são limitadas, mas já podemos afirmar que a SPI pode ter diferentes causas. Dentre elas, sabe-se que a história familiar exerce uma influência genética muito intensa. Outros fatores podem predispor a esta situação; são eles: gravidez, deficiência de ferro, insuficiência renal crônica, neuropatia periférica, uso excessivo de álcool ou bebidas cafeinadas, uso de medicamentos como antidepressivos e antialérgicos, doença de Parkinson, diabetes mellitus, fibromialgia, artrite reumatoide, transtornos do sono como narcolepsia e Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH).

3)- Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico de SPI é feito através da história clínica e da descrição das sensações. O médico assistente pode solicitar exames laboratoriais para descartar os fatores predisponentes citados acima ou mesmo a polissonografia para detecção de movimentos periódicos dos membros durante o sono (PLMS).

4)- Em que se baseia o tratamento?

É, basicamente, medicamentoso e se utiliza de recursos como: antiparkinsonianos, anticonvulsivantes, sedativos, analgésicos potentes e reposição de ferro no contexto de anemia por deficiência de ferro, gestação e casos selecionados de insuficiência renal crônica.

5)- Existe prevenção para esta patologia?

O estilo de vida interfere, além de certos hábitos e costumes, os quais podem piorar os sintomas de SPI. Uma boa higiene do sono deve ser seguida, pois a fadiga e a sonolência tendem a piorar os sintomas. Exercícios físicos moderados são recomendados até seis horas antes do horário de dormir. Uma dieta balanceada pode ser importante para diminuir a gravidade da doença, evitando-se bebidas alcoólicas e todos os produtos com cafeína: café, chá mate, chá preto, refrigerantes, chocolate e alguns medicamentos. Atitudes como banho, massagens, técnicas de relaxamento, trabalhos manuais e psicoterapia podem ser benéficas.

Colaboração:

Dra. Jaqueline de Araújo Rezende Batistuta
Médica de Família
CRM-M.G. 46.469 RQE 35.362
Rua São Benedito, 620, próximo à Santa Casa - 3831-8234


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