Com informações e foto da Polícia Civil
A Polícia Civil de Minas Gerais localizou na quarta-feira 12/3, o corpo da jovem Clara Maria Venâncio Rodrigues de 21 anos natural de Uberlândia que estava desaparecida desde o último domingo 9/3, em Belo Horizonte. LEIA AQUI
O corpo foi encontrado enterrado no jardim de uma residência, localizada no bairro Ouro Preto, na região da Pampulha. Dois homens, de 27 e 29 anos, foram presos em flagrante.
As investigações foram iniciadas assim que a equipe da Divisão de Referência à Pessoa Desaparecida (DRPD) se deparou com a ocorrência de desaparecimento registrada na Delegacia Virtual. “Então, prontamente acionamos o namorado da vítima, que foi entrevistado e nos repassou informações relevantes para que definíssemos que aquele era um desaparecimento criminoso”, explicou o delegado responsável pela investigação, Alexandre Oliveira da Fonseca.
Segundo as apurações, o suspeito de 27 anos tinha uma dívida de R$ 400 com a vítima e, no dia do desparecimento da jovem, teria entrado em contato com ela e manifestado a intenção de pagá-la. “A dívida foi contraída quando trabalharam juntos no mesmo estabelecimento, e usada como desculpa para que o suspeito pudesse encontrá-la na noite do crime. Um detalhe importante é que essa dívida não estava sendo cobrada pela vítima”, ressaltou o delegado.
Na noite do crime, a mulher avisou ao namorado que iria se encontrar com o ex-colega de trabalho em frente a um supermercado na avenida Fleming e, depois, iria para casa. Como ela não retornou, o namorado, junto com os amigos que ambos tinham em conjunto, iniciaram as buscas. Eles também tentaram localizar o suspeito com o intuito de saber o paradeiro da jovem, mas sem sucesso.
Crime e motivações
As investigações apontam que o objetivo do suspeito era atrair a vítima até a casa dele e lá subtrair valores da sua conta bancária, por meio do celular dela. Entretanto, como ela resistiu, ele então decidiu enforcá-la até a morte.
“Durante as investigações, também descobrimos que a vítima já havia sofrido assédio sexual por parte do ex-colega de trabalho e não teria correspondido às investidas. Além disso, no dia 6 de março, ele teria encontrado com a vítima em um bar e tomado conhecimento de que ela estaria namorando, o que teria lhe deixado com muita raiva”, acrescentou Fonseca.
Já o segundo suspeito, de 29 anos, e amigo do outro investigado, as apurações apontam que ele também já teria tido uma desavença com a vítima. “Esse suspeito tem adoração pelo nazismo e, durante uma conversa, a vítima o criticou por tal posicionamento, o que lhe causou profunda ira. Além disso, ele também tem interesse em necrofilia, o que pode indicar abuso sexual. “Todos esses fatores se juntam com a outra motivação, de roubo, e criam, infelizmente, este cenário para o crime”, afirmou Alexandre.
Localização do corpo
Durante os trabalhos de apuração, foram identificados dois endereços vinculados ao principal suspeito, ex-colega da jovem, ambos no bairro Ouro Preto. Em um deles, policiais civis entrevistaram a tia dele, que confirmou que o suspeito era residente no segundo endereço.
“Neste local, já no calçamento, foi possível perceber odor característico e semelhante a cadáver que exalava pela janela da casa. Também percebemos que havia uma pessoa no interior da residência, que não atendia ao chamado dos policiais. Diante da fundada suspeita do cometimento de ilícito, foi feito o arrombamento da porta de acesso ao imóvel, e o suspeito foi localizado”, detalhou o delegado.
Assim que os investigadores entraram na residência, avistaram cimento fresco, onde foi feita uma leve escavação, tendo sido avistado parte do corpo de uma pessoa, que, diante do contexto, foi vinculado à vítima. “Diante das provas, o suspeito afirmou que apenas ocultara o corpo e que o autor do homicídio seria seu amigo, o homem de 29 anos. Entretanto, as investigações apontam o contrário, o ex-colega da vítima é quem a enforca, e o amigo dele o ajuda na ocultação do corpo ”, esclareceu Fonseca.
Prisões
Os suspeitos foram encaminhados ao sistema prisional e podem responder judicialmente pelos crimes de homicídio qualificado, feminicídio e ocultação e destruição de cadáver.
Durante a oitiva, o segundo suspeito citou a participação de um terceiro, que foi conduzido até o Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e ouvido formalmente, porém não ficou configurada a participação dele nesse crime. “Além disso, os outros dois suspeitos retrocederam em suas declarações e afirmaram que este terceiro não teve participação no planejamento, execução e desova do corpo, sendo, assim, descartada a sua participação no crime”, finalizou o delegado.