Pesquisadores do Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM) iniciam nesta quarta-feira, dia 28, uma ação emergencial para mapear as áreas de risco da cidade de Antônio Dias, em Minas Gerais, onde foi registrado no último dia 25 de dezembro um deslizamento de massa de grande proporção, com perda de vidas e danos materiais. O trabalho dos pesquisadores será realizado para auxiliar tecnicamente a Defesa Civil do Estado na tomada de decisões após o desastre com o objetivo de mitigar os danos.
Segundo explica o geólogo Tiago Antonelli, que é chefe da Divisão de Geologia Aplicada do SGB, a avaliação em caráter emergencial foi solicitada pela Defesa Civil de Minas Gerais. O desastre, segundo o órgão, aconteceu na madrugada do dia de Natal após fortes chuvas. O deslizamento atingiu quatro residências na Vila Sá Carvalho - Bomba, zona rural do município, com o registro de três óbitos. Ainda segundo a Defesa Civil, 11 vítimas foram resgatadas com vida e uma pessoa - um adolescente de 12 anos - está desaparecida.
A cidade de Antônio Dias está entre os 195 municípios já avaliados pelo SGB para a identificação e classificação das áreas de risco geológico. De acordo com o relatório do trabalho realizado em 2017, foram identificados 45 setores de alto e muito alto risco a deslizamento e erosão, onde viviam, até então, cerca de 500 pessoas. Ao todo, no estado de Minas Gerais, o SGB mapeou mais de 2,6 mil áreas de risco com aproximadamente 579 mil moradores. As informações estão disponíveis no link Link.
Emergência
Devido às fortes chuvas em Minas Gerais, o SGB tem acompanhado a situação dos municípios afetados. De acordo com o boletim emitido pela Defesa Civil do Estado, 107 cidades tiveram situação de emergência decretada, entre elas Antônio Dias. Em relação aos danos humanos, o órgão estadual aponta que, além dos três óbitos registrados, mais de 1,5 mil mineiros estão desabrigados e outros 7,4 mil desalojados. Os números consideram o acumulado de 21 a 27 de dezembro, consideravelmente superiores aos anos anteriores em comparação ao período chuvoso entre 2015 e 2022.
Lucas Alcântara Núcleo de Comunicação Serviço Geológico do Brasil Ministério de Minas e Energia