28 de Setembro de 2015 às 19:58

Sibutramina provoca morte!

Quem matou a jovem foi realmente a sibutramina?

 

 

Muitos pacientes estão questionando qual o real risco no uso de sibutramina prescrita por endocrinologistas. Isso devido à morte da garota de 17 anos, Carolina Martins Moura, no dia 19 de setembro desse ano.

 

Esses questionamentos me inspiraram a orientar melhor sobre o que é a sibutramina, quem tem indicação e quem não deve usar o remédio.

 

O que é a Sibutramina?

 

 

Sibutramina é um inibidor de apetite que age no sistema nervoso central e através de neurotransmissores diminui ou em alguns casos inibe a fome do paciente.

 

Esse medicamento é usado como coadjuvante em casos de obesidade onde o risco de estar acima do peso é maior que o risco de usar o medicamento.

 

Sibutramina realmente emagrece?

 

 

O combate à obesidade consiste em orientações sobre mudanças de estilo de vida – reeducação alimentar com hábitos saudáveis e atividade física. Quando as medidas educativas não tem sucesso, como em casos de obesos mórbidos, está indicado o uso de medicamentos sob supervisão médica.  Entretanto, sibutramina ou qualquer outro medicamento sem mudança no estilo de vida não leva a perda de peso.

 

O que o médico deve avaliar para prescrever sibutramina?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O médico precisa avaliar o perfil psicológico do paciente, muitas vezes contando com auxílio de psicólogos, pois podem coexistir com o excesso de peso distúrbios alimentares como anorexia, bulemia dentre outros.

 

Além disso, é muito comum casos de depressão, esquizofrenia, transtornos bipolares e outras doenças psiquiátricas associadas à obesidade. E nesses casos a medicação errada pode causar alucinações e ideação suicida levando o paciente a quadro graves ou até mesmo ao óbito.

 

Também devem ser avaliados ritmo cardíaco, pressão arterial, presença de diabetes, doença cardíaca prévia e outros fatores de risco para complicações durante o uso dessa medicação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Somando-se a essa avaliação, é importante analisar a existência de distúrbios hormonais que levam ao ganho extremo de peso. Esses distúrbios hormonais mostram sinais ao exame clínico e laboratorial avaliados pelo médico.

 

Assim, jamais um medicamento deve ser utilizado sem avaliação criteriosa de um médico.

 

Obesidade é doença e não deve ser tratada como um distúrbio simplesmente estético, pois muitos fatores estão envolvidos no seu diagnóstico e no seu tratamento.

 

O que devo contar para o meu médico?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

É muito comum também que o paciente não conte a verdade para o médico e faça omissões de fatos importantes como ter pressão alta ou ser usuário de drogas, por exemplo. Um fato omitido ou uma mentira pode colocar a vida do paciente em risco.

 

A arte de clinicar é a arte de ouvir. Assim, não tema contar todos os fatos relacionados à sua saúde para seu médico. O papel dele jamais é julgar o paciente, mas sim orientar sobre o que é melhor para seu estilo de vida, sendo a decisão final do paciente.

 

Sibutramina pode ser comprada sem receita médica?

 

Para comprar a sibutramina o paciente necessita após avaliação médica de uma receita do tipo B2 (receita controlada) com termo de responsabilidade em anexo.

 

Os medicamentos controlados comprados sem receituário médico podem ser adulterados e conter substâncias que fazem mal a saúde e até mesmo substâncias proibidas pela nossa legislação como fenproporex ou anfepramona.

 

No caso da jovem o medicamento foi conseguido, segundo relatos jornalísticos, sem receita médica, ou seja, não houve consulta médica, avaliação clínica ou prescrição médica.

 

Isso nos faz pensar se foi realmente a sibutramina que gerou a morte de uma jovem linda em plena atividade e vigor ou se foi a venda indevida e proibida de medicamentos sem receituário médico.

 

O uso da sibutramina é seguro quando em acompanhamento médico e laboratorial, mas é danoso se usado indevidamente ou sem prescrição médica, por conta própria.

 

Ainda o paciente deve ter acesso ao médico quando em uso de sibutramina e em caso de efeitos colaterais deve relatá-los ao mesmo imediatamente e ser orientado qual melhor conduta diante do problema relatado.

 

Aproveito a oportunidade para prestar meus sentimentos aos familiares da jovem Carolina Martins Moura e pedir preces em nome dessa família entristecida por irresponsabilidades alheias. 

 

PS: As imagens são retiradas da internet e são meramente ilustrativas.